Natal (Yule).
No Solstício de Inverno, os
dois temas-de-Deus do ciclo anual coincidem – ainda mais drasticamente do que o
fazem no Solstício de Verão. Yule, (que, segundo o Venerável Bedes, provém do
nórdico Iul significando ‘roda’)
marca a morte e o renascimento do Deus-Sol; ele também marca a conquista do Rei
do Azevinho, Deus do Ano Minguante, por parte do Rei do Carvalho, Deus do Ano
Crescente. A Deusa, que era a Morte-em-Vida no Meio do Verão, agora apresenta
seu aspecto de Vida-na-Morte; pois embora nessa estação ela seja a “senhora
branca leprosa”, Rainha da escuridão fria, ainda assim este é o seu momento de dar
a luz ao Filho da Promessa, o Filho Amante que a refertilizará e trará de volta
a luz e o calor para o reinado dela.
A estória da Natividade é a
versão cristã do tema do renascimento do Sol, pois Cristo é o Deus-Sol da Era
Cristã. O nascimento de Jesus não está datado nos Evangelhos, e não foi até AD
273 que a Igreja deu o passo simbolicamente sensível de fixá-lo oficialmente no
meio do inverno, para alinhá-lo com os outros Deuses-Sóis (tal como o Mitras
persa, também nascido no Solstício de Inverno). Tal como São Crisóstomo,
Arcebispo de Constantinopla, explicou um século depois com uma elogiada
franqueza, a Natividade “do Sol da Virtude” fora fixada de forma que “enquanto
os pagãos estavam ocupados com seus ritos pagãos, os cristãos poderiam realizar
seus ritos sagrados sem perturbação”.