Bruxaria Sem Dogmas: Natal (Yule).

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Natal (Yule).


Natal (Yule).



No Solstício de Inverno, os dois temas-de-Deus do ciclo anual coincidem – ainda mais drasticamente do que o fazem no Solstício de Verão. Yule, (que, segundo o Venerável Bedes, provém do nórdico Iul significando ‘roda’) marca a morte e o renascimento do Deus-Sol; ele também marca a conquista do Rei do Azevinho, Deus do Ano Minguante, por parte do Rei do Carvalho, Deus do Ano Crescente. A Deusa, que era a Morte-em-Vida no Meio do Verão, agora apresenta seu aspecto de Vida-na-Morte; pois embora nessa estação ela seja a “senhora branca leprosa”, Rainha da escuridão fria, ainda assim este é o seu momento de dar a luz ao Filho da Promessa, o Filho Amante que a refertilizará e trará de volta a luz e o calor para o reinado dela.

A estória da Natividade é a versão cristã do tema do renascimento do Sol, pois Cristo é o Deus-Sol da Era Cristã. O nascimento de Jesus não está datado nos Evangelhos, e não foi até AD 273 que a Igreja deu o passo simbolicamente sensível de fixá-lo oficialmente no meio do inverno, para alinhá-lo com os outros Deuses-Sóis (tal como o Mitras persa, também nascido no Solstício de Inverno). Tal como São Crisóstomo, Arcebispo de Constantinopla, explicou um século depois com uma elogiada franqueza, a Natividade “do Sol da Virtude” fora fixada de forma que “enquanto os pagãos estavam ocupados com seus ritos pagãos, os cristãos poderiam realizar seus ritos sagrados sem perturbação”.



“Profano” ou “sagrado” dependia do seu ponto de vista, porque ambos estavam celebrando basicamente a mesma coisa – o ciclo da maré anual da escuridão em direção à luz. Santo Agostinho reconheceu o significado solar do festival quando ele instigou os cristãos à celebrá-lo para aquele que criou o Sol, mais do que para o próprio Sol.

Maria em Belém é novamente a Deusa como a Vida-na-Morte. Jerome, o maior estudioso dos Padres cristãos, que viveu em Belém de 386 até sua morte em 420, nos conta que havia também um bosque de Adonis (Tammuz) ali. Já Tammuz, amado da Deusa Ishtar, era o modelo supremo naquela parte do mundo do Deus Morto e Ressuscitado. Ele era (como muitos de seu tipo) um Deus de vegetação ou milho; e Cristo absorveu este aspecto deste tipo tanto quanto o aspecto solar, como sugere o Sacramento do Pão. Assim como Frazer ressalta (O Ramo Dourado, pág.455), é significativo que o nome Belém significa ‘a Casa de Pão’.



A ressonância entre o ciclo do milho e o ciclo do Sol é refletido em muitos costumes: por exemplo, a tradição escocesa de manter a Donzela do Milho (o último punhado colhido) até Yule e então distribuindo-o entre o gado para fazê-lo se desenvolver todo o ano; ou, no outro sentido, a tradição alemã de espalhar as cinzas do Tronco de Yule pelos campos, ou de manter seus restos carbonizados para atá-los ao último fardo da próxima colheita (1). (Aqui novamente nos encontramos com as propriedades mágicas de tudo à respeito do fogo do Sabá, incluindo suas cinzas; pois o Tronco do Yule é, em essência, a fogueira do Sabá trazida para dentro [da casa] pelo frio do inverno).

(1) A transferência mágica da fertilidade de uma estação para outra através de um objeto físico encantado – particularmente por grãos ou seus produtos, ou pelos subprodutos do fogo – é um costume universal. Falando sobre o templo de Afrodite e Eros no declive ao norte da Akrópolis, onde residia a ‘Afrodite dos Jardins’, Geoffrey Grigson nos conta: “Foi à este templo que duas garotas, duas crianças, faziam uma visita ritual em toda primavera, trazendo com elas, do templo de Atenas no topo, pães moldados como falos e cobras. No templo de Afrodite os pães adquiriam o poder da fecundidade. No outono eles eram levados de volta à Akropolis, e eram esmigalhados nas sementes, para assegurar uma boa produção após a próxima semeadura. (A Deusa do Amor, pág.162).



Mas retornemos à Maria. Era dificilmente surpreendente que, para a cristandade permanecer como uma religião viável, a Rainha do Céu tinha que ser readmitida à algo como o seu verdadeiro status, com uma mitologia e uma devoção popular que em muito excedia (algumas vezes até mesmo conflitante com) os dados bíblicos sobre Maria. Ela tinha que receber aquele status, porque ela respondia ao que Geoffrey Ashe chama “um anseio em forma de Deusa” – um anseio que quatro séculos de cristianismo pronunciadamente machista-chauvinista, em ambos os níveis divino e humano, tornaram insuportável. (Deve ser enfatizado que o machismo-chauvinismo da Igreja não foi inaugurado por Jesus, que tratava as mulheres como seres totalmente humanos, mas pelo misogenista doentio e odiador do sexo São Paulo).



A deificação virtual de Maria veio com alarmante velocidade, iniciada pelo Conselho de Éfeso em 431 “entre grande júbilo popular devido, sem dúvida, à influência que o culto da virgem Artemis ainda havia na cidade” (Enciclopédia Britânica, tópico ‘Éfeso’). Significativamente, isto coincidia intimamente com a supressão determinada do culto à Ísis, que tinha se espalhado através do mundo conhecido. Daí para frente, os teólogos lutaram para disciplinar Maria, permitindo sua hyperdulia (‘super-veneração’, uma versão graduada, única para ela, da dulia, veneração, consentida ao santos), mas não latria (a adoração que era monopólio do Deus masculino). Eles manipularam para criar, através dos séculos, uma síntese oficial da Rainha do Céu, pela qual eles realizaram o notável feito duplo de dessexualizar a Deusa e desumanizar Maria. Mas eles não podiam abafar o seu poder; é para ela que o adorador comum (não sabendo nem se preocupando com nada à respeito da distinção entre hyperdulia e latria) se volta, “agora e na hora da nossa morte”. ERRATA : Onde se encontra “Senhora Branca Leprosa” é provável que o adjetivo se refira à cor, embora a mesma não conste nos dicionários comuns.



O protestantismo foi para o outro extremo e em graus variados tentou mais uma vez banir a Deusa por completo. Tudo que este conseguiu foi a perda da magia, a qual o catolicismo, seja de que forma distorcida e mutilada fosse, [ainda] mantinha; pois a Deusa não pode ser banida.



(Para uma compreensão mais aprofundada sobre o fenômeno Mariano consulte as obras de Ashe A Virgem e de Marina Warner À Parte de Todo o Seu Sexo (Alone of All Her Sex). A Deusa no Yule também preside sobre o outro tema de Deus- aquele do Rei do Carvalho e do Rei do Azevinho, que também sobreviveu na tradição popular do Natal, embora muito da teologia oficial o ignorasse. Na maré de Yule há um jogo, o brilhante São Jorge matou o negro ‘Cavaleiro Turco’ e então imediatamente gritou que havia matado seu irmão. “Sombra e Luz, inverno e verão, são complementares um ao outro. Então vem o misterioso ‘Doutor’, com sua garrafa mágica, que ressuscita o homem morto, e tudo termina com música e regozijo. Há muitas variações locais deste jogo, mas a ação é substancialmente a mesma em toda extensão”. (Doreen Valiente Um ABC da Feitiçaria – págs. 358-60). O jogo em Yule ainda sobrevive localmente – por exemplo em Drumquin, County Tyrone, onde jovens fazendeiros exoticamente mascarados e fantasiados vão de casa em casa encenando o antigo tema com palavras e ações trazidas desde seus ancestrais; a Radio Telefís Éireann fez um filme excelente sobre isto como sua obra para o Festival da Harpa Dourada de 1978.



Suficientemente curioso, o nome popular ‘Old Nick’ (Velho Nick) para o Demônio reflete a mesma degradação. Nik era um nome para Woden, que é muito uma figura do Rei do Azevinho - tal como o Papai Noel é, de outra forma, São Nicolau (que no folclore primitivo não era transportado por renas mas cavalgava um cavalo branco através do céu – como Woden). Assim Nik, Deus do Ano Minguante, foi cristianizado de duas formas: como Satã e como o mais alegre dos santos. A Dança do Chifre de Bromley, de Abbot (agora um rito de Setembro, outrora um rito de Yule) é baseada na igreja paroquial de São Nicolau, o que sugere uma continuidade direta desde os dias quando o patrono da localidade não era Nicolau, mas Nik. (Sobre Nik e São Nicolau, consulte a obra de Doreen Valiente ABC da Feitiçaria, págs.258-9).



Incidentalmente, na Itália o lugar do Papai Noel é tomado por uma Bruxa, e uma dama Bruxa neste. Ela é chamada Befana (Epifania), e ela voa nas redondezas na Décima Segunda Noite em sua vassoura, trazendo presentes para as crianças através das chaminés. Uma extraordinária versão persistente do tema Rei do Carvalho/Rei do Azevinho no Solstício de Inverno é a caçada ritual e a matança dos wren (uma espécie de pássaro) – uma tradição folclórica considerada isolada no tempo e no espaço praticada nas antigas Roma e Grécia e nas atuais Ilhas Britânicas. O wren, ‘pequeno rei’ do Ano Minguante, é morto por sua contraparte do Ano Crescente, o pisco-de-peito-ruivo, que o encontra escondido num arbusto de hera (ou algumas vezes na Irlanda, num arbusto de Azevinho, como é adequado ao Rei do Azevinho). A árvore do pisco-de-peito-ruivo é o vidoeiro, que segue o Solstício de Inverno no calendário celta das árvores. No ritual representado, os homens caçavam e matavam os wren com galhos de vidoeiro.



Na Irlanda, o dia dos ‘Garotos Wren’ é o Dia de São Estéfano, 26 de Dezembro. Em alguns locais (a vila de pescadores de Kilbaha, em County Clare no estuário Shannon, por exemplo), os Garotos Wren são grupos de músicos adultos, cantores e dançarinos em trajes coloridos, que vão de casa em casa portando a pequena efígie de um wren em um arbusto de azevinho. Em County Mayo os Garotos (e garotas) Wren são festas de crianças, que também carregam arbustos de azevinho, batem em nossas portas e recitam seus temas para nós:

“O wren, o wren, o rei dos pássaros,
No Dia de Estéfano foi capturado no furze; (*)
Levante a chaleira e abaixe a panela,
E nos dê algum dinheiro para enterrar o wren”.

(* - tipo de arbusto)

Costumava-se dar ‘um penny’, mas a inflação deturpou a tradição. Toda a decoração de azevinho na Irlanda deve ser retirada da casa após o Natal; é considerado fator propício ao azar permitir que estes símbolos do Ano Minguante continuem.

A aparente ausência de uma tradição de Meio de Verão correspondente, onde se esperaria por uma caçada ao pisco-de-peito-ruivo, é enigmática. Mas pode haver um traço disso na curiosa crença Irlandesa sobre uma Kinkisha (Cincíseach), uma criança nascida em Pentecostes (Cincís), sendo que tal pessoa está fadada ou a matar ou a ser morta – à menos que a ‘cura’ seja aplicada. Essa ‘cura’ é capturar um pássaro e esmagá-lo até a morte dentro da mão da criança (enquanto se recita três Ave Marias). Em alguns locais pelo menos, o pássaro tem que ser um pisco-de-peito-ruivo, e nós achamos que esta é provavelmente a tradição original, pois Pentecostes é uma festividade móvel, caindo em qualquer data desde 10 de Maio até 13 de Junho – isso é, rumo ao final do reinado do Rei do Carvalho. Pode ser que há muito tempo atrás, uma criança nascida nessa estação corria o risco de se tornar um sacrifício substituto para o Rei do Carvalho, e que escapada melhor do que encontrar uma reposição na forma de seu próprio pássaro substituto, o pisco-de-peito-ruivo. E o perigo de ‘matar ou ser morto’ pode ser uma recordação do destino de matar do Rei do Carvalho no Meio do Inverno e de ser morto no Meio do Verão.

O pisco-de-peito-ruivo do Ano Minguante nos leva até Robin Hood, aparecendo em ainda outro festival sazonal. “Em Cornwall”, Robert Graves nos conta, “Robin” significa falo. ‘Robin Hood’ é um nome campestre para campion vermelho (‘campion’ significa ‘campeão’), talvez porque sua pétala fendida sugere um casco de carneiro, e porque Campeão Vermelho era um título do Deus das Bruxas. ‘Hood’ (ou Hod ou Hud) significava ‘tronco’ – o tronco colocado atrás do fogo – e era nesse tronco, cortado do carvalho sagrado, que se acreditou uma vez que Robin residia – daí o cavalo de batalha de Robin Hood’, o parasita da madeira que escapava quando o tronco de Yule era queimado. Na superstição popular o próprio Robin escapou por cima da chaminé na forma de um pisco-de-peito-ruivo e, quando Yule terminou, saiu como Belin contra seu rival Bran, ou Saturno – que tinha sido ‘Senhor do Desgoverno’ nos festejos da maré de Yule. Bran se escondeu da perseguição no arbusto de hera disfarçado como um Wren de Crista Dourada; mas Robin sempre o capturava e enforcava”. (A Deusa Branca, pág.397).



A menção do calendário celta de árvores (e de A Deusa Branca de Graves, sua análise moderna mais detalhada) nos traz de volta ao aspecto da Deusa e do Deus-Sol. As “Cinco Estações da Deusa” de Graves estão distribuídas ao longo do ano, mas duas delas (Morte e Nascimento) estão juntas em dias consecutivos no Solstício de Inverno, 22 e 23 de Dezembro. O último é um ‘dia extra’, que não pertence à qualquer uma dos treze meses das árvores. Antes dele vem Ruis, o mês da árvore mais antiga, e após vem Beth, o mês da árvore vidoeiro. O padrão, cujo simbolismo valerá o estudo (embora preferivelmente no contexto do ano civil completo) é tal como segue, ao redor do Solstício de Inverno:

25 de Novembro – 22 de Dezembro: Ruis, a árvore mais antiga; uma árvore de julgamento e do aspecto sombrio da Deusa, com flores brancas e fruto negro (“Antiga é a árvore da Senhora – não a queime, ou serás amaldiçoado”). Pássaro, a gralha (rócnat); a gralha, ou corvo, é o pássaro profético de Bran, a divindade do Rei Carvalho, que também está ligado aos wren na Irlanda, enquanto que em Devonshire o wren é o ‘cuddy vran’ ou ‘pardal de Bran’. Côr, vermelho-sangue (ruadh). Uma linha da Canção de Amergin: “Eu sou uma onda do mar” (para peso).

22 de Dezembro. Estação da Morte da Deusa: Árvore, o teixo, (idho), e a palmeira. Metal, o chumbo. Pássaro, águia (illait). Côr, muito branco (irfind).

23 de Dezembro O Dia Extra; Estação do Nascimento da Deusa: Árvore, abeto de casca prateada (ailm), a Árvore de Natal original; também visco. Metal, prata. Pássaro, abibe (aidhircleóg), o enganador malhado. Cor, malhado (alad). Amergin pergunta: “Quem além de mim conhece os segredos dos dolmens não abatidos?”

24 de Dezembro – 20 de Janeiro: Beth, a árvore vidoeiro; uma árvore de começo e o exorcismo dos maus espíritos. Pássaro, faisão (besan). Côr, branco (bán). Amergin proclama: “Eu sou um cervo de sete chifres” (para força).

O renascimento do Solstício de Inverno, e a parte da Deusa neste, foram retratados no antigo Egito através de um ritual no qual Isis circundava o santuário de Osíris sete vezes, para representar seu lamento por ele e suas andanças em busca dos membros espalhados de seu corpo. O texto de sua canção fúnebre para Osíris, no qual sua irmã Nephthys (que em um sentido é seu próprio aspecto obscuro) se reunira à ela, pode ser encontrado em duas versões de alguma forma diferentes em O Ramo Dourado, pág.482, e na obra de Esther Harding Mistérios da Mulher, págs.188-9. Typhon ou Set, o irmão/inimigo que o matou, era afastado pelo sacudir do sistro (sino) de Isis, para trazer o renascimento de Osíris. A própria Isis era representada pela figura de uma vaca com o disco solar entre seus chifres. Para o festival, as pessoas decoravam a parte externa de suas casas com lâmpadas de óleo que queimavam toda a noite. À meia noite, os sacerdotes emergiam de uma capela interna gritando “A Virgem concebeu! A luz está aumentando!” e mostrando a imagem de um bebê aos adoradores. O posicionamento na tumba do Osíris morto era em 21 de Dezembro, após seu longo ritual de mumificação (que começava, interessantemente, em 3 de Novembro – virtualmente em Samhain); em 23 de Dezembro sua irmã/esposa Isis deu a luz à seu filho/outro-eu Hórus. Osíris e Hórus representam ao mesmo tempo os aspectos de Deus solar e vegetal; Hórus é ambos o Sol renascido (os gregos o identificaram com Apolo) e o ‘Senhor das Colheitas’. Um outro nome de Hórus, ‘Touro de Tua Mãe’, nos lembra que o Deus-criança da Deusa é, em outro ponto do ciclo, seu amante e fecundador, pai no devido curso de seu próprio self renascido.



As lâmpadas queimando toda a noite na véspera do Meio do Inverno sobrevivem, na Irlanda e em outros lugares, como uma única vela queimando na janela na Véspera de Natal, acesa pela pessoa mais jovem da casa – um símbolo da saudação microcósmica ao Macrocosmo, não diferente do lugar extra deixado na mesa de Pesach de uma família judia (em cuja mesa, incidentalmente, o filho mais jovem com sua pergunta “Pai, porque esta noite é diferente de todas as outras noites?”, também tem um papel importante a desempenhar).

A proprietária do pub da nossa vila (dos autores da bíblia das Bruxas) oferece sua própria saudação microcósmica, seguindo uma tradição que ela nos diz que foi outrora difundida entre os donos de hospedarias irlandeses. Ela limpa um banco de estábulo, coloca palha fresca e deixa ali alguma comida, uma garrafa de vinho e uma mamadeira com leite- de modo que haverá ‘vaga na hospedaria’. Ela fica tímida para falar sobre isso mas lamenta que o costume pareça estar acabando.



Um amigo (dos autores da bíblia das Bruxas) que viveu com os eskimós na Groenlândia, onde o cristianismo oprimiu um equilíbrio anterior bem integrado de crença e modo de vida, nos conta como os rituais do Solstício de Inverno morreram sem ser significativamente repostos. Pode-se dificilmente dizer que os eskimós celebram o Natal, em comparação com o festival tal como é conhecido nos países cristãos ‘antigos’; embora os ritos de solstício tradicionais (que aparentemente eram ocasiões memoráveis) não são mais observados pois eles dependem de cálculo exato do solstício através de observação estelar – uma habilidade que a geração atual não mais possui. Tudo para as bênçãos da civilização tecnológica!



Em Atenas, o ritual do Solstício de Inverno era o Lenaea, o Festival das Mulheres Selvagens. Aqui, a morte e o renascimento do Deus da colheita Dionísio era encenado. No passado sombrio este tem sido um ritual de sacrifício do Deus, e as nove Mulheres Selvagens picaram seu representante humano em pedaços e o comeram. Porém pelos tempos clássicos os Titãs se tornaram os sacrificadores, a vítima tendo sido substituída por um cabrito, e as nove Mulheres Selvagens se tornaram lamentadoras e testemunhas do nascimento. (Vide A Deusa Branca, Pág.399). As Mulheres Selvagens também aparecem nas lendas nórdicas; como as Waelcyrges (Valkírias) elas cavalgavam com Woden em sua Caçada Selvagem.



Referências:

Oito Sabás para Bruxas – Janet e Stewart Farrar
Bíblia das Bruxas – Janet e Stewart Farrar.
The White Goddess - Robert Graves.
O Ramo de Ouro- James Frazer.

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