Obaluaiyê
Filho da lama (Nanã) e
rejeitado por Ela. Acolhido pelo mar (Yemanjá) e criado por Ela. Obaluaiyê é a
terra e o fogo. Oba (rei- senhor) + Aiye (terra). Ou seja, o Senhor da terra.
Outra forma dele é Omulú, significa filho do Senhor. Algumas pessoas acham que
Omulú é a forma do velho e que Obaluayê é a forma jovem do Deus. Mas se
equivocam. Omulú significa filho do Senhor, e que Senhor é esse? O Senhor da
terra - Obaluayê. Ao meu ver e de outras pessoas, Obaluaiyê é a forma velha do
Deus e Omulú a forma jovem. Também Ele é conhecido como Xapanã.
Obaluaiyê é a terra, mas também é o fogo. Ele é o
sol do meio-dia no auge do verão. É aquele calor que entorpece. Ele é fogo da
lava no interior da terra. Ele é quente, tão quente como a pior febre da
malária.
Ele é o Deus da cura e da doença. Dizem que Ele é o Orixá da varíola. Mas não só da varíola, Ele é o Deus da Gripe Suína, da
Hanseníase, da AIDS, do Ebola... Nossa que medo de me comunicar com esse Deus!
Não. Ele representa essa força da natureza de controle populacional a nível
global. Mas Ele também é a cura e o melhor dos médicos. Ele possui a cura da
AIDS em suas mãos e no momento oportuno Ele inspirará nossos cientistas a
“descobri-la”.
Ele é um Deus que ninguém gostaria de vê-lo
furioso. A pipoca o acalma. Sua saudação: Atotô, Atotô, significa calma, calma
meu pai (não se zangue). Mas sua melhor oferenda é o respeito. Ele só exige o nosso respeito. O
que Ele mais odeia é gente metida e arrogante. E são justamente enfermas que
essas pessoas se tornam mais humildes.
Mas a doença não tem só um lado ruim. Ele é o papo
cordial e esperançoso entre duas amigas que aguardam no corredor do hospital
para a sua sessão de quimioterapia. Até então elas eram desconhecidas uma da
outra. Uma é rica e a outra é pobre. Mas na doença são iguais.
Ele é o reencontro de dois irmãos que não se falavam há 5 anos e se reencontraram no velório da mãe. Se abraçaram e se reconciliaram. Ele é o almoço de família que não ocorria há 5 anos. Os irmãos se alegram, seus filhos agora brincam juntos como primos que são. No final do almoço ouve-se aquela gargalhada gostosa entre os irmãos lembrando de quando fugiram do vizinho quando crianças porque roubaram mangas do seu Genésio – o vizinho.
Ele é o jaleco branco que o médico veste com orgulho por ter conseguido se tornar o que ele sempre sonhou – ser médico, ah, e como foi difícil – ele lembra. Ele é a alegria do jovem e sua família ao descobrir que o Julinho passou em primeiro lugar no vestibular de medicina.
Ele é aquele atestado médico que a Maria recebeu do médico autorizando ela a ter licença uma semana de seu emprego. Se não fosse essa doença, ela teria surtado porque ela tinha vendido suas férias para ter mais dinheiro pro natal em família. Ela não estava mais aguentando trabalhar, aquelas férias fizeram falta.
Ele é o reencontro de dois irmãos que não se falavam há 5 anos e se reencontraram no velório da mãe. Se abraçaram e se reconciliaram. Ele é o almoço de família que não ocorria há 5 anos. Os irmãos se alegram, seus filhos agora brincam juntos como primos que são. No final do almoço ouve-se aquela gargalhada gostosa entre os irmãos lembrando de quando fugiram do vizinho quando crianças porque roubaram mangas do seu Genésio – o vizinho.
Ele é o jaleco branco que o médico veste com orgulho por ter conseguido se tornar o que ele sempre sonhou – ser médico, ah, e como foi difícil – ele lembra. Ele é a alegria do jovem e sua família ao descobrir que o Julinho passou em primeiro lugar no vestibular de medicina.
Ele é aquele atestado médico que a Maria recebeu do médico autorizando ela a ter licença uma semana de seu emprego. Se não fosse essa doença, ela teria surtado porque ela tinha vendido suas férias para ter mais dinheiro pro natal em família. Ela não estava mais aguentando trabalhar, aquelas férias fizeram falta.
Ele é o Deus da morte. Ele recolhe as almas quando
elas se desligam do corpo. Mas é Ele que também permitiu o espírito daquela mãe citada lá
em cima de estar presente naquele almoço de família e com o sorriso no rosto ela se
alegrou ao ver as suas joias mais preciosas - seus filhos – se falarem depois
de 5 anos. Ah, Ela também riu muito lembrando daquele dia do “roubo” ao pé de
manga do Seu Genésio.
Não há primavera sem inverno. Não há vida sem morte
e não há morte sem vida.
Obaluaiyê é isso. Ele é velho, muito velho. Seu culto
é anterior à idade dos metais. Quando o homem aprendeu a retirar o minério da
terra e a cunhar metais como o ferro, o cobre... para fazer panelas, facas,
espadas, pregos.... Era Ogum chegando, Ogum entre outros atributos é o Deus que
ensinou aos homens a manipular os minérios para o advento da era dos metais.
Foi-se a idade da pedra polida e lascada, mas o culto de Obaluaiyê continuou e
continua.
Autor: Eosphorus Pluto Eleutherios
Blog: Bruxaria Sem Dogmas
Atotô!!!!
ResponderExcluirQue texto maravilhoso sobre um dos mais maravilhosos deuses africanos <3 Faça sobre os outros orixás, se/quando possível.
Parabéns!
Obrigado Efe. Farei sim. Abração.
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