Bruxaria Sem Dogmas: Muitos conhecem Os Sabás, que marcam os ciclos da natureza, oriundos dos textos da Bruxaria Moderna. Vamos conhecer Os Sabás como eram praticados nos tempos inquisitoriais? Os Sabás segundo o Satanismo Tradicional!

sábado, 19 de setembro de 2020

Muitos conhecem Os Sabás, que marcam os ciclos da natureza, oriundos dos textos da Bruxaria Moderna. Vamos conhecer Os Sabás como eram praticados nos tempos inquisitoriais? Os Sabás segundo o Satanismo Tradicional!

 

Muitos conhecem Os Sabás, que marcam os ciclos da natureza, oriundos dos textos da Bruxaria Moderna. Vamos conhecer Os Sabás como eram praticados nos tempos inquisitoriais? Os Sabás segundo o Satanismo Tradicional!

 

 



O Sabá (do hebraico shabbath, que significa sétimo dia) ou Aquelarre foi a prática mais sensacional e conhecida da Idade Média. Era o encontro dos Bruxos com os demônios.

 

Sabá, nome vindo de Sabásio, segunda denominação de Baco (Deus do vinho e do prazer), constitui o elo entre o velho rito pagão dos Bruxos e o ritual anticristão, no qual Satanás é divinizado e adorado com ritos e cerimônias cristãs pervertidas.

 

A realidade do Sabá enquanto reunião ritual é indiscutível. Que tenha sido realizado na França, na Alemanha, na Itália, na noite de São Martinho ou de Santa Valpúrgia, que o Bode Negro (Bode de Mendes) tenha o nome de Mestre Leonardo ou Belzebu, o Sabá foi celebrado durante toda a Idade Média.

 

Contudo, o Sabá ficou sendo conhecido como tal somente a partir de 1510, quando Bernard de Como e Bartolommeo Spina o denunciaram explicitamente entre os crimes contra a Igreja.

 

Era celebrado, geralmente, no campo perto de algum bosque ou de um lago. Raras vezes durante o dia. O pequeno Sabá desenrolava-se duas vezes por semana e o grande Sabá quatro vezes por ano, nas mudanças das estações.

 

O Chefe dos Bruxos dirigia a cerimônia. Antes do festim orgíaco, realizava-se uma complexa série de ritos mágicos, que se completavam com a renúncia pública ao batismo cristão e com o juramento de obediência a Satanás, pisando a cruz de Cristo, como ato simbólico de repulsa.

 

Nos Sabás, os participantes podiam dar vazão aos seus instintos. Por outro lado, eles eram respeitados e temidos por seus vizinhos, o que, na opressão e monotonia medievais, lhes dava dignidade e sensação de serem livres.

 

Muitos indivíduos eram doentes, com a conduta alterada, outros simples alucinados, que imaginavam cenas fantásticas produzidas por drogas químicas, que conhecemos hoje os efeitos. Para irem aos Sabás, esses indivíduos lambuzavam-se ou ingeriam uma mistura composta de beladona, meimendro, estramônio, mandrágora, nepenta, acóbito, cicuta, ópio e cantáridas, o que lhes favorecia as proezas eróticas.

 

A pomada “satânica” era introduzida no corpo por meio de violentas fricções sobre a pele, através da qual as substâncias narcóticas se misturavam com a corrente sanguínea, e assim produziam fantasias eróticas e lhes dava a sensação semelhante à do voo no espaço.

 

Sabe-se hoje que o pão de centeio era consumido em grande quantidade na Idade Média. Um parasita deste cereal, o esporão, possui um alcalóide, que em determinadas doses é mortal e em quantidades menores provoca alucinações: a ergotina, que cria, ao longo do tempo, nos indivíduos um dom de segunda visão, assim como uma mediunidade que explica a frequência de fenômenos paranormais naquele período histórico.

 

A planta mais usada nos Sabás era a mandrágora. Esta planta possui uma substância venenosa, a escopolamina, que ministrada em doses muito pequenas produz um efeito paralisante do sistema nervoso central e gera alucinações do tipo mágico.

 

A Missa Negra é a Missa Católica deturpada com o propósito de aviltar a imagem de Deus.

 

Na Missa Negra, o missal católico é lido de trás para diante em latim ou, com maior frequência, com certas partes excluídas, e com substituição de palavras, tais como “Satanás” em lugar de “Deus” e “mal” em lugar de “bem”. O altar tanto pode ser uma mulher nua ou um caixão de defunto, e todos os acessórios religiosos, incluindo a câmara do ritual, são de cor negra. Os sacerdotes usam mantos negros com capuz. Com frequência é feita uma substituição do vinho consagrado por esperma, sangue menstrual ou urina humana. A hóstia é geralmente um sacramento sagrado que foi roubado de alguma igreja, mas muitas vezes é feita com alguma substância estranha, tal como fezes secas, sangue, cinzas de animais, e pode ser tanto ingerida como esfregada no rosto dos presentes.

 

A mulher reina na Missa Negra porque ela é quem possui o poder de receber a vontade demoníaca. O centro do rito é efetivamente constituído por uma mulher nua estendida sobre o altar, desempenhando o seu corpo essa função: a posição por vezes indicada – pernas afastadas, de forma a mostrar o sexo (os sacrum, a boca sagrada) – é a mesma que se encontra representada por várias antigas divindades femininas mediterrâneas.

 

Um dos nomes do Diabo, um dos muitos nomes que ele tem é Mestre Leonardo!  Muitos nomes de uma força sem nome, The Man in Black, que é um dos títulos tradicionais Dele e, assim como Nyarlathotep é o emissário dos Old Ones, o Diabo é o emissário dos "Deuses Anciãos". Deuses Anciãos são Deuses que estão acima dos deuses mortais dos homens.

 

El Dieguito na Espanha, Master Leonard na Inglaterra, The Man In Black, Aquele que Está na Encruzilhada, entre inúmeros outros nomes que o Diabo tem e assume pelo mundo.

 

O Diabo não foi dotado de cornos senão no quarto século da era cristã. É uma invenção puramente patrística que surgiu de seu desejo de relacionar o Deus Pã e os pagãos Fauno e Sátiro à sua lenda satânica. Os demônios do Paganismo não tinham cornos e eram tão destituídos de cauda quanto o Arcanjo Miguel na imaginação de seus adoradores. Os "cornos" eram no simbolismo pagão um emblema do poder divino, da criação e da fertilidade na natureza.

 

Daí os cornos da cabra de Amon, de Baco e de Moisés nas medalhas antigas, e os cornos da vaca de Ísis e Diana etc., etc., e do Senhor Deus dos Profetas de Israel. Pois Habacuque fornece provas de que este simbolismo era aceito pelo "povo escolhido" e pelos gentios. No capítulo III este profeta fala do "Santo do monte Parã, do Senhor Deus que "vem de Temã e cujo resplendor é como a luz", e que tinha "cornos saindo de suas mãos".

 

Vamos ver o que Eliphas Levi em seu Dogma e Ritual de Alta Magia nos diz sobre o arcano XV do tarô, o Diabo:

 

Eis -nos de novo neste terrível número quinze, que, na clavícula do Tarô, apresenta para símbolo um monstro de pé num altar, trazendo uma mitra e chifres, tendo um seio de mulher e as partes sexuais de um homem, uma quimera, uma esfinge disforme, uma síntese de monstruosidade; e, embaixo desta figura, lemos esta inscrição franca e ingênua: O Diabo.

 

Sim, tratamos aqui do fantasma de todos os espantos, do dragão de todas as teogonias, do Arimane dos persas, do Tifon dos egípcios, do Píton dos gregos, da antiga serpente dos hebreus, da vouivre , do graouilli , tarasque , da gargouille , da grande besta da Idade Média, pior ainda do que tudo isso, do Baphomet dos templários, do ídolo barbado dos alquimistas, do Deus obsceno de Mendes, do Bode do Sabbat .

 

Dictionnaire Infernal ou Dicionário Infernal (em língua portuguesa), é um livro sobre demonologia ilustrada, organizada em hierarquias infernais, escrito por Jacques Auguste Simon Collin de Plancy e publicado no ano de 1818. Vamos a dois trechos desse livro:

 

Dança do Sabbath:

 

Dança do Sabbath. Pierre Delaqncre afirma que a dança do Sabbath torna homens selvagens e torna mulheres perdidas. Ele diz que o Diabo ensinou diferentes tipos de danças para as Bruxas de Geneva. Essas danças são bem rudimentares, eles usam varas de bétulas e bastão para fazerem animais dançarem. Isso é feito no campo, o Diabo deu à uma jovem mulher uma pedra de fogo que tem a virtude de fazer qualquer um que toque dançar. Ela zombou dos juízes durante seu julgamento, e disse para eles que eles não poderiam matá-la; mas ela mudou seu discurso.

 

Demônios dançaram com Bruxas na forma de um Bode ou algum outro animal. Geralmente, dançam no círculo do Sabbath, face à face, raramente sozinho ou com dois. Existem três estágios; o primeiro é chamado de estágio boêmio; o segundo é executado como aqueles dos nossos artesãos do campo, que é saltando enquanto sempre mantêm as costas viradas; no terceiro estágio, todo eles em fila, segurando as mãos um dos outros e com uma certa cadência, feito um pequeno passo, como nós chamamos galope hoje em dia. Executam essas danças ao som de um pequeno tamborim, uma flauta, um violino ou outro instrumento que se golpeia com uma vara. Essa é a única música do Sabbath. Desse modo as Bruxas asseguram que não existe concerto no mundo melhor executado.

 

Falamos que um dos nomes do Diabo era Leonardo ou Mestre Leonardo. Vamos ver o que o dicionário de Plancy nos diz sobre o Mestre Leonardo:

 

Leonardo ou Mestre Leonardo:

 

Leonardo, demônio de primeira ordem, grande mestre dos Sabbaths, chefe de demônios subalternos, inspetor geral da feitiçaria, magia negra, e Bruxas. Ele é frequentemente chamado “Le Grand Negre” (O Homem Negro). Ele preside o Sabbath na forma de um Bode da cintura para cima; ele tem três chifres na cabeça, dois veículos como raposas, cerdas como cabelos, olhos redondos ardentes e bem abertos, uma barba de bode, e uma face na sua bunda. Bruxas adoram ele beijando sua face de baixo enquanto seguram uma vela verde nas suas mãos. Algumas vezes ele se assemelha com um cão de caça, ou um boi, ou um grande pássaro preto, ou um tronco de árvore com uma face sombria acima. Seus pés, quando ele comparece no Sabbath, são sempre de um ganso. Enquanto isso, espectadores que tenham visto o Diabo no Sabbath observam que ele não tem pés sempre quando ele toma a forma de um tronco de árvore e em outras extraordinárias circunstâncias. Leonardo é taciturno e melancólico; mas em todas as assembleias de Bruxas e Diabos onde ele é obrigado a aparecer, ele se mostra sério.

 

Há um consenso disseminado principalmente pela Bruxaria Moderna de que os Sabás correspondem a 8 momentos astronômicos no ano. Ao celebrar esses Sabás, os Pagãos se renovam e se sintonizam com a Mãe Natureza e seus ciclos. Mas não devemos tapar os olhos para o Sabá nos tempos inquisitoriais. Não podemos negar a legítima e enorme contribuição à essas festas de Bruxas vindas do Satanismo Tradicional.

 

Texto: (Bruxaria Sem Dogmas)

 

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