Muitos conhecem Os Sabás, que marcam os ciclos da
natureza, oriundos dos textos da Bruxaria Moderna. Vamos conhecer Os Sabás como
eram praticados nos tempos inquisitoriais? Os Sabás segundo o Satanismo
Tradicional!
O Sabá (do hebraico shabbath, que significa sétimo dia)
ou Aquelarre foi a prática mais sensacional e conhecida da Idade Média. Era o
encontro dos Bruxos com os demônios.
Sabá, nome vindo de Sabásio, segunda denominação de Baco
(Deus do vinho e do prazer), constitui o elo entre o velho rito pagão dos Bruxos
e o ritual anticristão, no qual Satanás é divinizado e adorado com ritos e
cerimônias cristãs pervertidas.
A realidade do Sabá enquanto reunião ritual é
indiscutível. Que tenha sido realizado na França, na Alemanha, na Itália, na
noite de São Martinho ou de Santa Valpúrgia, que o Bode Negro (Bode de Mendes)
tenha o nome de Mestre Leonardo ou Belzebu, o Sabá foi celebrado durante toda a
Idade Média.
Contudo, o Sabá ficou sendo conhecido como tal somente a
partir de 1510, quando Bernard de Como e Bartolommeo Spina o denunciaram
explicitamente entre os crimes contra a Igreja.
Era celebrado, geralmente, no campo perto de algum bosque
ou de um lago. Raras vezes durante o dia. O pequeno Sabá desenrolava-se duas
vezes por semana e o grande Sabá quatro vezes por ano, nas mudanças das
estações.
O Chefe dos Bruxos dirigia a cerimônia. Antes do festim
orgíaco, realizava-se uma complexa série de ritos mágicos, que se completavam
com a renúncia pública ao batismo cristão e com o juramento de obediência a
Satanás, pisando a cruz de Cristo, como ato simbólico de repulsa.
Nos Sabás, os participantes podiam dar vazão aos seus
instintos. Por outro lado, eles eram respeitados e temidos por seus vizinhos, o
que, na opressão e monotonia medievais, lhes dava dignidade e sensação de serem
livres.
Muitos indivíduos eram doentes, com a conduta alterada,
outros simples alucinados, que imaginavam cenas fantásticas produzidas por
drogas químicas, que conhecemos hoje os efeitos. Para irem aos Sabás, esses
indivíduos lambuzavam-se ou ingeriam uma mistura composta de beladona,
meimendro, estramônio, mandrágora, nepenta, acóbito, cicuta, ópio e cantáridas,
o que lhes favorecia as proezas eróticas.
A pomada “satânica” era introduzida no corpo por meio de
violentas fricções sobre a pele, através da qual as substâncias narcóticas se
misturavam com a corrente sanguínea, e assim produziam fantasias eróticas e
lhes dava a sensação semelhante à do voo no espaço.
Sabe-se hoje que o pão de centeio era consumido em grande
quantidade na Idade Média. Um parasita deste cereal, o esporão, possui um
alcalóide, que em determinadas doses é mortal e em quantidades menores provoca
alucinações: a ergotina, que cria, ao longo do tempo, nos indivíduos um dom de
segunda visão, assim como uma mediunidade que explica a frequência de fenômenos
paranormais naquele período histórico.
A planta mais usada nos Sabás era a mandrágora. Esta
planta possui uma substância venenosa, a escopolamina, que ministrada em doses
muito pequenas produz um efeito paralisante do sistema nervoso central e gera
alucinações do tipo mágico.
A Missa Negra é a Missa Católica deturpada com o
propósito de aviltar a imagem de Deus.
Na Missa Negra, o missal católico é lido de trás para
diante em latim ou, com maior frequência, com certas partes excluídas, e com
substituição de palavras, tais como “Satanás” em lugar de “Deus” e “mal” em
lugar de “bem”. O altar tanto pode ser uma mulher nua ou um caixão de defunto,
e todos os acessórios religiosos, incluindo a câmara do ritual, são de cor
negra. Os sacerdotes usam mantos negros com capuz. Com frequência é feita uma
substituição do vinho consagrado por esperma, sangue menstrual ou urina humana.
A hóstia é geralmente um sacramento sagrado que foi roubado de alguma igreja,
mas muitas vezes é feita com alguma substância estranha, tal como fezes secas,
sangue, cinzas de animais, e pode ser tanto ingerida como esfregada no rosto
dos presentes.
A mulher reina na Missa Negra porque ela é quem possui o
poder de receber a vontade demoníaca. O centro do rito é efetivamente
constituído por uma mulher nua estendida sobre o altar, desempenhando o seu
corpo essa função: a posição por vezes indicada – pernas afastadas, de forma a
mostrar o sexo (os sacrum, a boca sagrada) – é a mesma que se encontra
representada por várias antigas divindades femininas mediterrâneas.
Um dos nomes do Diabo, um dos muitos nomes que ele tem é
Mestre Leonardo! Muitos nomes de uma
força sem nome, The Man in Black, que é um dos títulos tradicionais Dele e,
assim como Nyarlathotep é o emissário dos Old Ones, o Diabo é o emissário dos
"Deuses Anciãos". Deuses Anciãos são Deuses que estão acima dos
deuses mortais dos homens.
El Dieguito na Espanha, Master Leonard na Inglaterra, The
Man In Black, Aquele que Está na Encruzilhada, entre inúmeros outros nomes que
o Diabo tem e assume pelo mundo.
O Diabo não foi dotado de cornos senão no quarto século
da era cristã. É uma invenção puramente patrística que surgiu de seu desejo de
relacionar o Deus Pã e os pagãos Fauno e Sátiro à sua lenda satânica. Os
demônios do Paganismo não tinham cornos e eram tão destituídos de cauda quanto
o Arcanjo Miguel na imaginação de seus adoradores. Os "cornos" eram
no simbolismo pagão um emblema do poder divino, da criação e da fertilidade na
natureza.
Daí os cornos da cabra de Amon, de Baco e de Moisés nas
medalhas antigas, e os cornos da vaca de Ísis e Diana etc., etc., e do Senhor
Deus dos Profetas de Israel. Pois Habacuque fornece provas de que este
simbolismo era aceito pelo "povo escolhido" e pelos gentios. No
capítulo III este profeta fala do "Santo do monte Parã, do Senhor Deus que
"vem de Temã e cujo resplendor é como a luz", e que tinha
"cornos saindo de suas mãos".
Vamos ver o que Eliphas Levi em seu Dogma e Ritual de
Alta Magia nos diz sobre o arcano XV do tarô, o Diabo:
Eis -nos de novo neste terrível número quinze, que, na
clavícula do Tarô, apresenta para símbolo um monstro de pé num altar, trazendo
uma mitra e chifres, tendo um seio de mulher e as partes sexuais de um homem,
uma quimera, uma esfinge disforme, uma síntese de monstruosidade; e, embaixo
desta figura, lemos esta inscrição franca e ingênua: O Diabo.
Sim, tratamos aqui do fantasma de todos os espantos, do
dragão de todas as teogonias, do Arimane dos persas, do Tifon dos egípcios, do
Píton dos gregos, da antiga serpente dos hebreus, da vouivre , do graouilli ,
tarasque , da gargouille , da grande besta da Idade Média, pior ainda do que
tudo isso, do Baphomet dos templários, do ídolo barbado dos alquimistas, do
Deus obsceno de Mendes, do Bode do Sabbat .
Dictionnaire Infernal ou Dicionário Infernal (em língua
portuguesa), é um livro sobre demonologia ilustrada, organizada em hierarquias
infernais, escrito por Jacques Auguste Simon Collin de Plancy e publicado no
ano de 1818. Vamos a dois trechos desse livro:
Dança do Sabbath:
Dança do Sabbath. Pierre Delaqncre afirma que a dança do
Sabbath torna homens selvagens e torna mulheres perdidas. Ele diz que o Diabo
ensinou diferentes tipos de danças para as Bruxas de Geneva. Essas danças são
bem rudimentares, eles usam varas de bétulas e bastão para fazerem animais dançarem.
Isso é feito no campo, o Diabo deu à uma jovem mulher uma pedra de fogo que tem
a virtude de fazer qualquer um que toque dançar. Ela zombou dos juízes durante
seu julgamento, e disse para eles que eles não poderiam matá-la; mas ela mudou
seu discurso.
Demônios dançaram com Bruxas na forma de um Bode ou algum
outro animal. Geralmente, dançam no círculo do Sabbath, face à face, raramente
sozinho ou com dois. Existem três estágios; o primeiro é chamado de estágio
boêmio; o segundo é executado como aqueles dos nossos artesãos do campo, que é
saltando enquanto sempre mantêm as costas viradas; no terceiro estágio, todo
eles em fila, segurando as mãos um dos outros e com uma certa cadência, feito
um pequeno passo, como nós chamamos galope hoje em dia. Executam essas danças
ao som de um pequeno tamborim, uma flauta, um violino ou outro instrumento que
se golpeia com uma vara. Essa é a única música do Sabbath. Desse modo as Bruxas
asseguram que não existe concerto no mundo melhor executado.
Falamos que um dos nomes do Diabo era Leonardo ou Mestre
Leonardo. Vamos ver o que o dicionário de Plancy nos diz sobre o Mestre
Leonardo:
Leonardo ou Mestre Leonardo:
Leonardo, demônio de primeira ordem, grande mestre dos
Sabbaths, chefe de demônios subalternos, inspetor geral da feitiçaria, magia
negra, e Bruxas. Ele é frequentemente chamado “Le Grand Negre” (O Homem Negro).
Ele preside o Sabbath na forma de um Bode da cintura para cima; ele tem três
chifres na cabeça, dois veículos como raposas, cerdas como cabelos, olhos
redondos ardentes e bem abertos, uma barba de bode, e uma face na sua bunda.
Bruxas adoram ele beijando sua face de baixo enquanto seguram uma vela verde
nas suas mãos. Algumas vezes ele se assemelha com um cão de caça, ou um boi, ou
um grande pássaro preto, ou um tronco de árvore com uma face sombria acima.
Seus pés, quando ele comparece no Sabbath, são sempre de um ganso. Enquanto
isso, espectadores que tenham visto o Diabo no Sabbath observam que ele não tem
pés sempre quando ele toma a forma de um tronco de árvore e em outras
extraordinárias circunstâncias. Leonardo é taciturno e melancólico; mas em
todas as assembleias de Bruxas e Diabos onde ele é obrigado a aparecer, ele se
mostra sério.
Há um consenso disseminado principalmente pela Bruxaria
Moderna de que os Sabás correspondem a 8 momentos astronômicos no ano. Ao
celebrar esses Sabás, os Pagãos se renovam e se sintonizam com a Mãe Natureza e
seus ciclos. Mas não devemos tapar os olhos para o Sabá nos tempos
inquisitoriais. Não podemos negar a legítima e enorme contribuição à essas
festas de Bruxas vindas do Satanismo Tradicional.
Texto: (Bruxaria Sem Dogmas)
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