Bruxaria Sem Dogmas: Auto iniciações na Bruxaria

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Auto iniciações na Bruxaria

Rituais de auto iniciação na bruxaria.



Introdução:

1- Os rituais podem ser feitos no momento oportuno do ano que você considere. Eu fiz os três a cada 31 de outubro que marca o Sabá de Samhain, o sabá dos mortos. Pois o aspirante deve morrer para renascer como iniciado. Mas já ouvi falar em fazer tais ritos no dia 2 de fevereiro que marca o sabá de Imbolc. Considera-se que esse sabá marca realmente o começo do ano. É um sabá também de purificação. Sendo condizente tanto como começo como purificação.


Ah, mas eu celebro os sabás pela roda do sul! Bom, então faça ou no dia 31 de julho (Imbolc sul) ou 30 de Abril (Samhain sul).

Eu celebro pelo norte pois considero as posições astrológicas do zodíaco. Assim, Samhain marca o meio da regência do signo de escorpião. E Imbolc marca o meio da regência do signo de aquário. O que pode ser feito é manter o nome e simbologia do ritual mas celebrar o que se observa na natureza junto ao sabá. Assim sendo, estando eu morando no equador continuarei celebrando Samhain no dia 31 de outubro. Indo viajar para o Norte continuarei celebrando em 31 de outubro o Samhain. E voltando à minha casa no sul, continuarei celebrando Samhain no dia 31 de outubro. Porque independentemente de onde eu esteja, dia 31 de outubro marca o meio da regência do signo de escorpião, em outras palavras, independentemente do hemisfério do planeta o sol estará transitando pelo signo de escorpião. Imagine um piloto de avião que tem de repousar por uns dias no Norte e no Sul, ele vai ficar trocando os sabás? Não!

Outra coisa, alguns poderiam argumentar da precessão dos equinócios e esse papo, de que há tempos o equinócio de primavera no hemisfério Norte não marca mais a entrada do sol no signo de Áries. Bom, se você pensa assim, se virá! Estou falando como eu faço e de modo algum é um decreto, mas minha visão sobre o fato, compartilhada por muitos sulistas e que tem fundamento na astrologia. Sobre a precessão, já ouvi de bons astrólogos que esse argumento é refutável. Procure um astrólogo para te explicar, não vamos fugir do propósito do texto.

Figura 1: A roda do ano da primeira folha do meu primeiro livro das sombras:




Essa mesma imagem trabalhada no computador para facilitar a visualização - há um erro nessa imagem na posição de Samhain (o certo é 31 de Outubro), desconsidere isso e foque na imagem anterior a essa:



Legenda: Primeiramente fixei os dias dos solstícios e equinócios, mas tenho a consciência que essas datas variam em alguns dias para mais ou menos a cada ano. Os sabás maiores são fixos em suas datas. Observamos nesse gráfico a relação dos sabás com os meses do ano, com o signos astrológicos em que o sol se encontra. A cor dos signos indica a natureza do signo de ar bege claro, de água azul, de fogo vermelho, de terra marrom. Na parte interna do gráfico cores variando do claro à cores quentes à cores frias até finalmente o negro indicam o sol ganhado força até sua morte em Yule e o nascimento da criança da promessa para o próximo ano. Bem, mais internamente, essa parte será tratada quando eu escrever sobre os sabás, mas adianto que se trata da regência do ano crescente e o Rei Carvalho e a regência do ano minguante e o Rei Azevinho. Há dois momentos de morte e renascimento desses Reis. O primeiro momento marca a morte dos Reis ao fecundar a Deusa e sua posterior ressurreição. O momento do sexo entre o Deus e a Deusa se dá para o Rei Carvalho em Beltane e para o Rei Azevinho em Lughnasadh. O outro momento de morte desses Reis se dão quando eles se enfrentam em Yule o Rei Carvalho mata o Rei Azevinho e em Litha o Rei Azevinho mata o Rei Carvalho. Esse assunto será explorado quando eu tratar dos sabás, mas como coloquei esse gráfico tive que explica-lo.

2- Para a abertura do círculo mágciko, você deverá fazer como se segue:

3-  Como tratei no texto do círculo mágicko do link acima os Deuses patronos de minha bruxaria são uma Deusa da Lua Diana; Um Deus da mata e do Sol Lúcifer; e a filha do casal, uma Deusa das Estrelas Arádia. Como disse, minha bruxaria tem uma face bem voltada para Divindades Romanas. Caso tenha uma pegada helênica sua Deusa pode ser Hécate e seu Deus Herne ou Hermes. Caso tenha uma pegada celta sua Deusa pode ser Arianrhod e seu Deus Cernunnos. Mas, o livro trata de Arádia e Cernunnos como Deuses patronos de sua bruxaria. Isso não quer dizer que você não possa vagar por outros panteões. Mas como explicado no link acima, é em Yesod (Lua) que alcançamos a Deusa das Bruxas e é em Tiphareth (Sol) que encontramos o Deus das Bruxas, mas esse Deus também deve conter um caráter selvagem das matas e possuir chifres ou cornos. Assim eu entendo. Então seu Deus pode ser, Cernunnos, Herne, Karnayna, Cornífero, Chifrudo, Bode.... O meu Deus é Lúcifer. Vou postar usando os nomes das Divindades patronas de minha bruxaria, você modifique ao seu bel prazer. Mas, embora eu possa cultuar Afrodite, Isis, Iansã, Seth, Hórus, Hades, Plutão, Tiamat..., eu não consigo conceber Deuses patronos da bruxaria que não estejam ligados de alguma forma com a Lua e o Sol. Se você consegue, bora lá, construa sua bruxaria. Voltando, manterei os nomes nos ritos de meus Deuses patronos.

Figura 2: Apresentações dos chifres do Deus na bruxaria:



Conteúdo:

Primeira auto iniciação ou primeiro grau:

A Preparação:

1- Uma venda (para olhos)
2- Uma extensão de cordão (2,45 metros) ou corda fina
3- Óleo para unção (azeite de oliva)
4- Um sininho de mão
5- Três extensões de corda vermelha – uma de 2,75 metros, e duas de 1,38 metros.
6- Um chicote
7- Um cálice de vinho

O Ritual

Como não é possível se amarrar sozinho e também se desamarrar a parte da amarração será simbólica. O Candidato está em pé fora do Círculo na direção Nordeste, vendado (você deverá se vendar com um pano um pouco transparente para que possa ver, pois esse é um rito de auto iniciação e você estará “sozinho”). A amarração é feita com as três cordas vermelhas. Os pulsos são amarrados juntos por trás das costas com o meio da corda comprida e as duas extremidades são trazidas adiante por sobre os ombros e amarradas na frente do pescoço, deixando as pontas pendentes formando um tipo de ‘gancho’ pelo qual o Candidato possa ser conduzido. (Obviamente, isso não será possível ser feito de forma solitária. O que você fará: pegará a corda maior sem amarrar os pulsos e colocará sobre a nuca deixando as pontas para frente. Suas mãos mantenha para trás sem amarrar.) Uma corda curta é atada ao redor do tornozelo direito, a outra acima do joelho esquerdo – cada uma com as pontas trançadas de forma que elas não o façam tropeçar. (Essa parte você poderá amarrar de forma frouxa e leve permitindo que você seja capaz de caminhar.)

Você terá que traçar o círculo anteriormente como descrito no link acima. Com sua arma mágicka você fará uma abertura energética no portal nordeste. Trace uma meia lua no sentido anti-horário com sua arma mágicka na região nordeste do círculo. Deixe aberto e saia do círculo por aí e do lado de fora se amarre com eu indiquei.

Você fará em si a cruz cabalística: ‘Ateh’ (tocando a testa) ‘Malkuth’ (tocando o peito) ‘ve-Geburah’ (tocando o ombro direito) ‘ve-Gedulah’ (tocando o ombro esquerdo) ‘le-olam’ (unindo as palmas ao nível do peito).

Isso significa: “Porque teu é o Reino, e o Poder e a Glória, para sempre!” Além de que você estará posicionando seu corpo na árvore da vida.

Figura 3: A Cruz Cabalística:



Diga, se for mulher imagine o Deus dizendo, se for homem imagine a Deusa dizendo, diga como se fosse um deles:

‘Oh tu que permaneceis de pé no limiar entre o agradável mundo dos homens e os terríveis domínios dos Senhores dos Espaços Exteriores, tens tu coragem para fazer a empreitada?’

Pegue sua arma mágica e aponte contra o coração, pode ser Athame, Espada, Faca, Bastão...Melhor as de lâmina e não bastão e varinha, mas faça como der.

Continue dizendo como se fosse a divindade:

‘Pois verdadeiramente eu digo, seria melhor precipitar-se sobre minha lâmina e perecer, do que fazer a tentativa com medo em teu coração.’

Você deverá responder:

‘Eu possuo duas senhas. Perfeito amor, e perfeita confiança.’

Diga imaginando a divindade dizendo:

‘Todos os que as possuem são duplamente benvindas. Eu te dou uma terceira para te conduzir através desta terrível porta’. “Eu te dou a terceira senha: ‘Um beijo’

Imagine a divindade te beijando, junte as pontas dos dedos da mão direita e coloque nos seus lábios como um beijo da divindade.

Entre no círculo pela passagem aberta. Feche a passagem com sua arma mágicka traçando uma meia lua no sentido horário.

Diga imaginando ser a divindade dizendo:

‘Prestai atenção, vós Senhores do Leste [Sul, Oeste, Norte] que ________ está devidamente preparado para ser iniciado como um sacerdote (sacerdotisa) e bruxo.’ Diga seu nome civil no espaço da frase.

Rode dentro do círculo no sentido horário dizendo:

‘Eko, Eko, Azarak,
Eko, Eko, Zomelak, (ou Zamelak)
Eko, Eko, Lúcifer,
Eko, Eko, Diana,
Eko, Eko, Arádia’

Substitua pelos seus Deuses patronos da sua bruxaria como explicado acima. Quem são esses Azarak e Zamelak?

São variações de nomes de anjos caídos descritos no livro apócrifo de Enoque capítulo 8:

Amazarak ensinou todos os sortilégios, e divisores de raízes.
Armers ensinou a solução de sortilégios.

Repita até sentir que a energia já está construída. Se dirija para frente do altar e diga imaginando a divindade falando com você:

‘Em outras religiões o candidato se ajoelha, enquanto o sacerdote permanece acima deste. Porém na Arte Mágica somos ensinados à sermos humildes, e nós nos ajoelhamos para recepcioná-lo(a) e nós dizemos...’

Imagine a divindade ajoelhando, sim, herético e blasfematório!

Imagine a divindade te aplicando o Beijo Quíntuplo, da mesma forma, dedos da mão direita unidos como um lábio, como segue: (Caso mulher diga útero, caso homem diga falo e assim adiante)

‘Benditos sejam teus pés, que trouxeram a ti nestes caminhos’ (beijando o pé direito e então o pé esquerdo).
‘Benditos sejam teus joelhos, que se dobrarão no altar sagrado’ (beijando o joelho direito e então o joelho esquerdo).
‘Bendito seja teu falo [útero], sem o qual nós não existiríamos’ (beijando logo acima do pelo púbico).
‘Bendito seja teu peito, formado em força [seios, formados em beleza]’ (beijando o peito direito e então o peito esquerdo).
‘Benditos sejam teus lábios, que pronunciarão os Nomes Sagrados’ (abraçando-o e beijando-o nos lábios).

Figura 4: Beijo Quíntuplo:



Pegue a corda iniciática e imagine a divindade tomando suas medidas. Diga como se fosse a divindade:

‘Agora nós vamos tomar suas medidas.’

Estique a corda dos seus pés até o alto de sua cabeça e corte essa medida. Meça uma vez ao redor da cabeça na altura da testa e faça um nó para marcar a medida; uma vez (a partir da mesma ponta) ao redor do tórax na altura do coração, e faça um nó; e uma vez ao redor dos quadris, cruzando os genitais, e faça um nó. Enrole a medida e coloque sobre o altar.

Diga imaginando a divindade falando com você:

‘Antes que sejais consagrado, estais pronto para passardes pela ordália e serdes purificado?’

Você deverá responder:

‘Estou’.

Ajoelhe-se e pegue o chicote. E dê as chicotadas nas suas costas assim:

Toque o sino de mão três vezes e diga ‘Três’.

Dê três golpes suaves com o chicote nas suas costas.

Diga ‘Sete’. (Toque o sino novamente.)

Dê sete golpes suaves com o chicote nas suas costas.

Diga ‘Nove’.

Dê nove golpes suaves com o chicote nas suas costas.

Diga ‘Vinte e Um’.

Dê vinte e um golpes suaves com o chicote nas suas costas. (O vigésimo primeiro golpe pode ser mais vigoroso, como uma lembrança de que a Iniciação foi feita).

Diga como se fosse a divindade:

‘Tu passaste bravamente pelo teste. Estais pronto para jurar que sereis sempre verdadeiro para a Arte?’

Responda: ‘Estou’.

Diga como se fosse a divindade:

‘Estais sempre pronto para ajudar, proteger e defender teus irmãos e irmãs da Arte?’

Responda: ‘Estou’.

‘Então diga: “Eu, _______, (seu nome civil) na presença dos Poderosos, por minha própria e livre vontade e acordo mui solenemente juro que eu sempre manterei secretos e jamais revelarei os segredos da Arte, exceto seja para uma pessoa apropriada, devidamente preparada dentro de um Círculo tal qual estou agora dentro; e que eu jamais negarei os segredos para tal pessoa se ele ou ela for adequadamente avalizado por um irmão ou irmã da Arte. Tudo isso eu juro pelas esperanças de uma vida futura, consciente de que minha medida foi tomada; e possam as minhas armas se voltarem contra mim se eu quebrar este meu solene juramento”.

Fique de pé e pegue o óleo e o cálice de vinho.

Umedeça a ponta de seu dedo com o óleo e diga:

‘Com isto eu te assinalo com o Sinal Triplo. Eu te consagro com óleo.’

Toque com o óleo logo acima do pelo púbico, em seu peito direito, em seu peito esquerdo e novamente sobre o pelo púbico, completando o triângulo invertido do Primeiro Grau.

Figura 5:



Umedeça a ponta de seu dedo com vinho, diga ‘Eu me consagro com vinho’, e o toque nos mesmos lugares com o vinho.

 Diga como se fosse a divindade:

‘Eu te consagro com meus lábios’, beija nos mesmos lugares e continue: ‘sacerdote (tisa) e bruxo (a)’. Mesmo esquema, simulando um beijo com as pontas do dedo.
Retire a venda e se desamarre!

O Candidato é agora um bruxo auto iniciado.

Diga como se fosse a divindade, mesmo não possuindo o instrumento diga, por exemplo uma espada, não possuindo diga assim mesmo:

‘Agora eu te apresento os Instrumentos de Trabalho. Primeiro, a Espada Mágica. Com esta, tanto quanto com o Athame, podeis formar todos os Círculos Mágicos, dominar, subjugar e punir todos os espíritos rebeldes e demônios, e mesmo persuadir anjos e bons espíritos. Com isto em tua mão, vós sois o regente do Círculo.’

‘A seguir eu te apresento o Athame. Esta é a verdadeira arma do bruxo, e tem todos os poderes da Espada Mágica.’

‘A seguir eu te apresento a Faca de Cabo Branco. Sua utilidade é formar todos os instrumentos usados na Arte. Ela pode ser usada apenas dentro de um Círculo Mágico.’

‘A seguir eu te apresento a Varinha e o Bastão. Sua utilidade é invocar e controlar certos anjos e gênios os quais não poderiam ser reunidos pela Espada Mágica.’

‘A seguir eu te apresento o Cálice. Este é o recipiente da Deusa, o Caldeirão de Cerridwen, o Santo Graal da Imortalidade. Deste nós bebemos em camaradagem, e em honra da Deusa.’

‘A seguir eu te apresento o Pantáculo. Seu propósito é o de invocar espíritos apropriados.’

‘A seguir eu te apresento o Incensário. Ele é utilizado para encorajar e saudar bons espíritos e para banir maus espíritos.’

‘A seguir eu te apresento o Chicote. Este é o sinal do poder e da dominação. É também usado para provocar a purificação e a iluminação. Pois está escrito, “Para aprender, deveis sofrer e serdes purificado”. Tu estás disposto a sofrer para aprender?’

Responda: ‘Estou’.

‘A seguir e por fim eu te apresento as Cordas. Elas são utilizadas para atar os sigilos na Arte; também a base material; também elas são necessárias no Juramento’.

Diga como se fosse a divindade:

‘Eu agora te saúdo em nome de Arádia, recém consagrado(a) sacerdote (isa) e bruxo (a)’, e beija o Iniciado (mesmo esquema com a ponta dos dedos nos lábios.)’

Vá em cada ponto cardeal e diga:

‘Ouvi oh vós Poderosos do Leste [Sul, Oeste, Norte]; _________ foi consagrado(a) sacerdote(isa), bruxo(a) e filho(a) oculto(a) da Deusa.’

Desfaça o círculo despedindo-se das forças trabalhadas!

Guarde sua corda iniciática com suas medidas muito bem guardadas.

Segunda auto iniciação ou segundo grau:

Após um ano, no mesmo sabá e tendo praticado os sabás e pelo menos o esbá de lua cheia durante um ano e estudando e aprendendo magia. Faça a segunda auto iniciação!

Você deverá depois de um ano, já possuir afinidades e ideias para seu nome na arte. Pois, nessa iniciação, o bruxo deve ter claro o seu nome pagão.

A Preparação:

1- Uma venda.
2- Três extensões de corda vermelha com as mesmas medidas dadas anteriormente.
3- Óleo para unção.
4- Uma vela branca nova ainda não acesa.
5- Um sininho de mão.
6- Um cálice de vinho.
7- Peças de joalheria. (*)
8- Um colar sobre o altar. (*)
9- Um véu. (*)
10- Uma coroa. (*)
(*) Caso a Lenda da Descida da Deusa seja encenada e não meramente lida.

No caso do trabalho solitário e desejando-se encenar o mito, psicodrama, acho aconselhável, faça imagens de sabugo de milho ou outra coisa para representar os papeis que não serão encenados por você.

As peças de joalheria são para a mulher representando a Deusa; assim, se o ritual for realizado sem roupas, estas devem obviamente ser coisas como braceletes, anéis e brincos, e não broches de espetar!

A coroa é para o homem representando o Senhor do Submundo e pode ser tão simples como uma armação de arame caso nada melhor esteja disponível.

A venda deve ser de algum material opaco, como aquela para o primeiro grau. Mas no caso da auto iniciação terá que ser translúcida para que o bruxo consiga ver o que está fazendo.

O véu deve ser transparente e vistoso, e preferivelmente em uma das cores da Deusa – azul, verde ou prata.

O Ritual

Abra o círculo como divulgado no início do texto

Diga como se fosse a divindade:

‘Ouvi, vós Poderosos do Leste [Sul, Oeste, Norte], _______ (nome comum), um(a) Sacerdote(tisa) devidamente preparado(a) e Bruxo(a), está agora adequadamente preparado para ser feito um Sumo Sacerdote e Mago [Suma Sacerdotisa e Rainha das Bruxas]’

Com a mesma “amarração” dos cordões vermelhos do primeiro grau, ajoelhe-se diante do altar.

Diga como se fosse a divindade:

‘Para obter este sublime grau, é necessário sofrer e ser purificado. Tu estás disposto a sofrer para aprender?’

Diga:

‘Estou’.

Diga como se fosse a divindade:

‘Eu te purifico para fazer este grande Juramento corretamente’.

Pegue o chicote do altar e toque o sino três vezes e diga:

‘Três’. Dê três golpes leves com o chicote nas suas costas.

Diga: ‘Sete.’ (Toque o sino novamente). Dê sete golpes [leves] com o chicote.

Diga: ‘Nove.’ Mesmo esquema e dê nove golpes leves com o chicote.

Diga: ‘Vinte e um.’ E mesmo esquema sino e chicotada.

Diga como se fosse a divindade:

‘Eu agora te concedo um novo nome, _________ [o nome de bruxo que ele escolheu]. Qual é o teu nome?’
Encene o beijo com as pontas do dedo e então responda:

‘Meu nome é _______.’ (Repetindo seu novo nome de bruxo).

“Diga: “Eu, _______ (nome iniciático), juro pelo útero de minha mãe, e pela minha honra entre os homens e meus Irmãos e Irmãs da Arte, que eu nunca revelarei, para ninguém, os segredos da Arte, exceto se for para uma pessoa justa, devidamente preparada, no centro de um Círculo Mágico tal como no que agora me encontro. Isto eu juro pelas minhas esperanças de salvação, minhas vidas passadas, e minhas esperanças das [vidas] futuras por vir; e eu devoto a mim mesmo e a minha medida à completa destruição se eu quebrar este meu solene voto.”

Imagine a divindade colocando e encene colocando você mesmo a mão esquerda sob o joelho e a mão direita sobre a cabeça e diga como se fosse a divindade:

‘Eu transmito todo o meu poder para dentro de ti’.

Desamarre-se!

Umedeça a ponta de seu dedo com o óleo e diga:

‘Eu me consagro com óleo’.

Toque-se com o óleo um pouco acima do pelo púbico, em seu peito direito, em seu quadril esquerdo, em seu quadril direito, em seu peito esquerdo e novamente um pouco acima do pelo púbico, completando o pentagrama invertido do Segundo Grau.

Figura 5: OBS: Vou colocar só a primeira seta, já deu para entender o esquema.



Umedeça a ponta do seu dedo com o vinho, e diga ‘Eu me consagro com vinho’, e toque-se nos mesmos lugares com o vinho.

Diga como se fosse a divindade e encene o beijo como explicado acima:

‘Eu te consagro com meus lábios’, o beija nos mesmos lugares e prossegue:

‘Sumo Sacerdote e Mago [Suma Sacerdotisa e Rainha das Bruxas]’.

Tire a venda e se desamarre!

Diga como se fosse a divindade:

‘Você agora usará os Instrumentos de Trabalho um por vez. Primeiro, a Espada Mágica.’

O Iniciado pega a espada e reconstrói o Círculo, mas sem falar.

‘Segundo, o Athame.’

O Iniciado pega o athame e novamente reconstrói o Círculo sem falar.

‘Terceiro, a Faca de Cabo Branco.’

O Iniciado pega a faca de cabo branco e traz a vela branca nova e ainda não acesa do altar. Ele então usa a faca para gravar um pentagrama na vela, a qual ele recoloca sobre o altar.

‘Quarto, a Vara (varinha ou bastão).’

O Iniciado pega a vara e a move apontando para os quatro pontos cardeais à volta.

‘Quinto, o Cálice.’

Consagre o vinho no cálice. Diga algo tipo: “Eu te consagro vinho sangue do Deus e te consagro pelos quatro elementos!”

‘Sexto, o Pentáculo.’

Pegue o pentáculo e o apresente aos quatro pontos cardeais à volta.

‘Sétimo, o Incensário.’

Pegue o incensário e o carregue em volta do perímetro do Círculo.

‘Oitavo, as Cordas.’

Pegue as cordas vermelhas e amarre a representação do Deus (caso você seja mulher) ou a representação da Deusa (caso você seja homem).

Diga como se fosse a divindade:

‘Nono, o Chicote. Para aprender, na Feitiçaria você deve sempre dar assim como recebe, mas sempre em triplo. Assim, onde eu te dei três, devolva nove; onde eu dei sete, devolva vinte e um; onde eu dei nove, devolva vinte e sete; onde eu dei vinte e um, devolva sessenta e três.’

Diga: ‘Nove.’

Aplique na Imagem da Divindade nove golpes leves com o chicote. Assim por diante.

‘Vinte e um.’

‘Vinte e sete.’

‘Sessenta e três.’

Diga como se fosse a divindade:

‘Tu obedecestes a Lei. Mas prestai bem atenção, quando tu recebeis o bem, assim estarás obrigado a retornar o bem triplicado.’

Desamarre a imagem da divindade!]

Vá a cada ponto cardeal e diga:

‘Ouvi, vós Poderosos do Leste [Sul, Oeste, Norte]: ______ (nome de bruxo) foi devidamente consagrado Sumo Sacerdote e Mago [Suma Sacerdotisa e Rainha das Feiticeiras].’

Encene a descida da Deusa. Caso bruxo, assuma a posição do Deus, caso mulher assuma a posição da Deusa.

A Lenda da Descida da Deusa:

Até agora nossa Senhora a Deusa nunca tinha amado, mas ela resolveria todos os Mistérios, mesmo o mistério da Morte; e então ela viajou para o Submundo. Os Guardiães dos Portais a desafiaram: ‘Dispa-te de tuas vestes, retirai tuas joias; pois nada podeis trazer contigo nesta nossa terra’. Então ela retirou suas vestes e joias, e foi amarrada, como o são todos os que entram no Reino da Morte, o Poderoso. Tal era a sua beleza, que a própria Morte se ajoelhou e beijou seus pés, dizendo: ‘Benditos sejam teus pés, que te trouxeram nestes caminhos. Morai comigo; mas deixai-me por minha mão fria sobre teu coração.’ Ela respondeu: ‘Eu não te amo. Por que tu fizeste com que todas as coisas que eu amo e com as quais me delicio decair e morrer?’ ‘Senhora’, respondeu a Morte, ‘isso é o tempo e a decadência contra os quais nada posso fazer. O tempo faz todas as coisas decaírem; mas quando os homens morrem ao final do tempo, eu lhes dou descanso e paz, e força de forma que eles possam retornar. Mas tu! Tu és amável. Não retornai; morai comigo!’ Mas ela respondeu: ‘Eu não te amo.’ Então disse a Morte: ‘E como tu não recebeste a minha mão sobre teu coração, tu deves receber o açoite da Morte.’ ‘É o destino – melhor assim’, ela disse. E ela se ajoelhou e a Morte a chicoteou suavemente. E ela gritou, ‘Eu sinto a angústia do amor.’ E a Morte disse: ‘Bendita seja!’ e lhe aplicou o Beijo Quíntuplo, dizendo: ‘Apenas assim pudeste tu obter a alegria e o conhecimento.’ E a Morte a ensinou todos os Mistérios, e eles se amaram e foram um, e Ela a ensinou todas as Magias.

Pois existem três grandes eventos na vida do homem; Amor, Morte e Ressurreição no novo corpo; e a Magia controla todos eles. Pois para completar o amor você deve retornar novamente no mesmo tempo e lugar que o amado, e você deve lembrar e amá-lo novamente. Mas para ser renascido você deve morrer e estar pronto para um novo corpo; e para morrer você deve nascer; e sem amor você não pode nascer; e isto constitui todas as Magias.

Terceira auto iniciação ou terceiro grau:

Após um ano, no mesmo sabá e tendo praticado os sabás e pelo menos o esbá de lua cheia durante um ano e estudando e aprendendo magia. Faça a terceira auto iniciação!

Caso você tenha uma companheira (o) disposta, você a inicia do primeiro ao segundo grau. Após isso, vocês se iniciarão no terceiro grau juntos. Caso seja solitário em suas práticas, você deverá simular o ato sexual com a Deusa (se Bruxo) ou com o Deus (se Bruxa). Para tal, ao final do processo se masturbe. Se em um coven, seria prudente que esse rito seja realizado por casais e não seja usado levianamente para se obter sexo dos pupilos.

A mulher deve deitar com a cabeça para o leste e os pés para o oeste, no ato. No caso do Bruxo solitário imagine a Deusa nessa posição.

No caso dos Bruxos e Bruxas solitários, assuma a posição correspondente ao seu gênero e encene psicodrama o ritual. Só aja como o outro para inserir a lança no graal ou para representar os beijos no corpo da mulher. Assim, a mulher poderá simbolizar o Deus a beijando, por exemplo. Como já ficou claro nos outros ritos para um (a) solitário (a).

A Sacerdotisa toma seu assento sobre o altar (ou em um trono em frente ao altar), de costas para o Norte, segurando o athame em sua mão direita e o chicote em sua esquerda, na Posição de Osíris (punhos cruzados na frente do seu peito).

O Sacerdote se ajoelha diante dela, beija os joelhos dela e então deita seus antebraços ao longo das coxas dela. Ele baixa sua cabeça a fim de tocar sua testa nos joelhos dela, e permanece ali por um momento.

Ele então se levanta e pega o cálice com vinho. Ele se ajoelha novamente erguendo o cálice para a Sacerdotisa. A Sacerdotisa deita o chicote e, mantendo o cabo do athame entre as palmas de suas mãos, ela baixa [o athame] e mergulha a ponta dentro do vinho, dizendo:

‘Como o athame está para o masculino, assim o cálice está para o feminino; e unidos, eles trazem santidade’.

Ela então deita o athame, toma o cálice, beija o Sacerdote e bebe. Ela beija o Sacerdote novamente e lhe devolve o cálice.

O Sacerdote bebe, se levanta e entrega o cálice para uma outra mulher com um beijo. O vinho é passado mulher-para-homem, homem-para-mulher, com um beijo, até que todos tenham bebido, e o cálice é então devolvido para o altar.

O Sacerdote pega o prato com bolos e se ajoelha novamente perante a Sacerdotisa, erguendo o prato para ela. A Sacerdotisa toca cada bolo com a ponta umedecida de seu athame, enquanto o Sacerdote diz:

‘Oh Rainha mais secreta, abençoai este alimento em nossos corpos, concedendo saúde, riqueza, força, prazer e paz, e aquela realização da Vontade, e Amor sob a Vontade, que é felicidade perpétua’.

A Sacerdotisa pega um bolo e dá uma mordida nele, então beija o Sacerdote, o qual pega um bolo. Os bolos então são passados em círculo com um beijo da mesma forma que com o cálice, e o prato é então devolvido ao altar.

O Sacerdote novamente beija os dois joelhos da Sacerdotisa, deita seus antebraços ao longo das coxas dela e toca sua testa nos joelhos dela por um momento.

Ambos Sacerdote e Sacerdotisa se levantam. (Se os açoitamentos forem omitidos, proceda diretamente para a apresentação às Torres de Vigia, e então ao Sacerdote dizendo, ‘Agora eu devo revelar um grande mistério’. Se não ...)

O Sacerdote diz:

‘Antes de eu ousar prosseguir com este rito sublime, devo suplicar a purificação por tuas mãos’.

A Sacerdotisa pega uma corda vermelha e amarra o Sacerdote, atando o meio da corda ao redor dos punhos dele atrás de suas costas, trazendo as duas metades da corda por sobre seus ombros para amarra-las em frente ao seu pescoço e deixando as extremidades penduradas sobre seu peito como um laço. Ela então o leva uma vez ao redor do Círculo, sentido horário, conduzindo-o pelo laço

Novamente, já disse como proceder na amarração solitária e como imaginar e falar como se fosse a Deusa ou o Deus. Aonde está a sacerdotisa imagine e ritualize como se fosse a Deusa e o mesmo para o Deus. Já ficou claro isso, né?!

O Sacerdote então se ajoelha em frente ao altar. A Sacerdotisa pega o chicote e aplica à ele três golpes leves com este. Ela deita o chicote sobre o altar.

O Sacerdote se levanta, e a Sacerdotisa o desamarra. Ele então a amarra do mesmo modo e a conduz uma vez em sentido horário em volta do Círculo, levando-a pelo laço. Ela se ajoelha de frente ao altar. O Sacerdote pega o chicote, aplica nela três golpes leves com este e o devolve ao altar.

A Sacerdotisa se levanta, e o Sacerdote a leva pelo laço por cada um dos quadrantes em volta, dizendo:

‘Ouvi vós, Poderosos do Leste [Sul, Oeste, Norte]: a duas vezes consagrada e santificada ___________, Suma Sacerdotisa e Rainha das Feiticeiras, está devidamente preparada, e procederá agora à erguer o Altar Sagrado.’

No caso do bruxo auto iniciado ele deve dizer Sumo Sacerdote e Mago. Já ficou claro como se procede nas modificações em forma solitária e como se consagra um Bruxo ou uma Bruxa.

Ele então a desamarra e diz:

‘Agora novamente eu devo suplicar a purificação.’


A Sacerdotisa o amarra, o conduz em volta e aplica nele três golpes leves com o chicote, como antes. Ele fica de pé e ela o desamarra, recolocando o chicote e a corda sobre o altar.

O Sacerdote diz:

‘Agora eu devo revelar um grande mistério.’

A Sacerdotisa fica em pé de costas para o altar, na Posição de Osíris (novamente tomando o chicote e o athame em suas mãos). O Sacerdote lhe aplica o Beijo Quíntuplo.

A Sacerdotisa recoloca o chicote e o athame.

A Sacerdotisa agora deita com a face voltada para cima, ou realmente sobre o altar ou sobre o acolchoado ou esteira no centro do Círculo. Sua cabeça está voltada para o Leste e seus pés estão voltados para o Oeste.
O Sacerdote se ajoelha ao lado dela, de frente para o Norte através do corpo dela.

O Sacerdote diz:

‘Auxiliai-me à erguer o antigo altar, no qual em dias passados todos adoravam,
O Grande Altar de todas as coisas;
Pois nos tempos antigos, a Mulher era o altar.
Assim era o altar preparado e posicionado;
E o ponto sagrado era o ponto dentro do centro do círculo.
Como temos sido ensinados desde há muito tempo que o ponto dentro do centro é a origem de todas as coisas,
Desta forma nós devemos adorá-lo. [Beijo]
Portanto aquela a quem adoramos nós também invocamos, pelo poder da Lança Erguida.’
(Ele toca seu próprio falo e continua:)
‘Oh Círculo de Estrelas [beijo]
Do qual nosso pai é nada mais do que o irmão mais jovem [beijo]
Maravilha além da imaginação, alma do espaço infinito,
Perante quem o tempo está confuso e a compreensão obscurecida,
Não nos realizamos sob ti à menos que tua imagem seja amor. [beijo]
Portanto pela semente e a raiz, pelo caule e o botão, pela folha e flor e fruto,
Nós a ti invocamos,
Oh Rainha do Espaço, Oh orvalho de luz,
Contínua dos céus [beijo],
Que seja sempre assim, que os homens não falem de ti como uma, mas como nenhuma;
E que eles não falem de ti de forma alguma, uma vez que tu és contínua.
Pois tu és o ponto dento do círculo [beijo] que nós adoramos [beijo],
A fonte da vida sem a qual nós não existiríamos [beijo],
E desta forma são erguidos os Santos Pilares Gêmeos.
(Ele beija seu seio esquerdo, e então seu seio direito.)
‘Em beleza e em força foram eles erguidos,
Para a maravilha e glória de todos os homens.’

O Sacerdote continua:

‘Oh Segredo dos Segredos,
Que está oculto no ser de todos os viventes,
Não a ti nós adoramos,
Pois aquilo que adoramos é também tu.
Tu és Aquilo, e Aquilo sou Eu. [Beijo]
Eu sou a chama que arde no coração de todo homem,
E no âmago de toda estrela.
Eu sou vida, e o doador da vida.
Ainda que dessa forma seja o conhecimento de mim o conhecimento da morte.
Eu estou só, o Senhor dentro de nós mesmos,
Cujo nome é Mistério de Mistérios.’

Então ele beija: acima do pêlo púbico, no pé direito, no joelho esquerdo, no joelho direito, no pé esquerdo, e sobre o pêlo púbico novamente; então sobre os lábios, o seio esquerdo, o seio direito e finalmente os lábios novamente.

Figura 6: Os Beijos do terceiro grau:



Ele deita seu corpo gentilmente sobre o dela e diz:

‘Abri o caminho da inteligência entre nós;
Pois estes realmente são os Cinco Pontos do Companheirismo – Pé à pé, Joelho à joelho,
Lança ao Graal, Peito à peito,
Lábios à lábios.
Pelo grande e santo nome Lúcifer;
Em nome de Arádia;
Encorajai nossos corações,
Que a luz se cristalize em nosso sangue;
Realizando de nós ressurreição.
Pois não existe parte alguma de nós que não seja dos Deuses.’

Aí é só consumar o ato!

Após o ato sexual diga:

‘Vós Senhores das Torres de Vigia do Leste [Sul, Oeste, Norte]; a três vezes consagrada Suma Sacerdotisa vos saúda e vos agradece.’

No caso masculino, Sumo Sacerdote!

Considerações finais: Esse é um processo de auto deificação pois o iniciado vai se ligando cada vez mais ao Deus (Bruxo) ou a Deusa (Bruxa). Como diz a Deusa: “Se o que buscas, não achares no seu interior, jamais achará no exterior!”


Referências:

1- Oito Sabás para Bruxas, Janet e Stewart Farrar
2- A Bíblia das Bruxas, Janet e Stewart Farrar
3- Mistérios Wiccanos, Raven Grimassi


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