Bruxaria Sem Dogmas: As origens de Thelema antes de Aleister Crowley 666!

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

As origens de Thelema antes de Aleister Crowley 666!

As origens de Thelema antes de Aleister Crowley 666!


Foto acima: Célebre foto de Aleister Crowley. 


Ao contrário do que realmente se pensa, o poder restritivo da Igreja não era em absoluto algo generalizado no início do século XVIII, ao contrário, funcionava, em grande medida, em função da origem social, que oprimia com mais força as classes sociais baixas e médias, ao passo que a aristocracia desfrutava de privilégios impensáveis para o povo simples. No início do século XVIII (1701...), uma pessoa de boa família podia ser moderadamente livre-pensadora e levar uma conduta abertamente libertina sem que tivesse de temer grande coisa das autoridades civis ou eclesiásticas (igreja). A Espanha era exceção a essa regra até a invasão napoleônica.

 

Foto de um cinto de castidade:


Em outras regiões europeias, grupos de jovens endinheirados fundaram clubes com finalidades blasfêmias e satânicas. Eram os chamados “Clubes do Fogo Infernal” (Hell Fire Clubs). Muito antes de Aleister Crowley haver tornado famoso o lema “faz o que tu queres”, Sir Francis Dashwood, fundador do clube do fogo infernal mais famoso de todos, já o empregava: extraído tal lema da fictícia abadia de Thelema, na obra “Gargantua e Pantagruel", do poeta francês François Rabelais.


Pintura do poeta Rabelais:



Entre inúmeros Clubes hedonistas (que buscam prazer) do século XVIII, o Clube ou grupo de Sir Francis Dashwood – os Monges de Medmenham – parece ter sido uma organização levemente refinada. Os historiadores nunca chegaram a um acordo sobre o caráter satânico ou não do Grupo do Dashwood. Mesmo assim, os monges de Medmenham carregavam a suspeita de que por detrás da fachada de “alegres companheiros”, escondia-se um grupo de depravados de primeira ordem.

 

Ilustração de como seriam os Hell Fire Clubs:




Dashwood havia desenvolvido uma espécie de Satanismo de natureza marcadamente sexual mais o estudo de grimórios frutos de suas viagens pela Europa. Ele e muito dos estudiosos da época acreditavam que as tradições de Magia Negra europeia são restos de antigas crenças de que a figura de Lúcifer não é outra senão a de Dionísio (Deus do vinho, prazer e êxtase).

 

Dashwood criou sua abadia com seus próprios pedreiros escolhidos a dedo, perto ao rio Tâmisa a vinte milhas de Londres. Na sala principal ficava uma figura de Harpócrates, o Deus egípcio do silêncio, com um dedo em seus lábios e, no outro, a figura da Deusa Romana do silêncio Angerona. Sobre a entrada principal da abadia, em latim, estava escrito o lema: “Faz o que tu queres”.

 

Nota: O Sinal do Silêncio é uma das posturas exigidas dentre as posturas utilizadas durante a magia cerimonial de Crowley.

 

Sinal do Silêncio:




Nota: Hórus é uma divindade dual, composta por Ra-Hoor-Khuit e Harpócrates. Ra-Hoor-Khuit é o Deus de cabeça de falcão, simbolizando o ser humano em posição ativa, masculina, material. Harpócrates é a criança nascida no Reino dos Mortos, representado como um menino nu, com o dedo indicador nos lábios, representando o ser humano em sua porção silenciosa, passiva, feminina. Juntos eles perfazem a divindade solar Hórus, que representa o Ser Humano íntegro, divinizado.


Deus egípcio Hórus:




Aleister Crowley um dos fundadores da Golden Dawn, no final século XIX, e mais tarde fundador da O.T.O (Ordo Templi Orientis), no início do século XX, cunha o termo Thelema e chama seus seguidores de thelemitas. Uma das frases mais sagradas é: Faça o que tu queres”. Vimos que tal frase e desejo é muito mais antigo do que Crowley.

 

O objetivo desse artigo foi mostrar as origens históricas de Thelema.

 

Thelemitas costumam cumprimentar-se com "Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei", e despedir-se com "Amor é a lei, amor sob vontade". Segundo o Livro da Lei, "A palavra da Lei é Thelema", portanto podemos abreviar a frase para 93.

 

Ágape significa amor, é uma palavra de origem grega. Ágape pode ser o amor que se doa, o amor incondicional, o amor que se entrega. O expressão ágape foi usada de várias maneiras diferentes entre os gregos, em passagens da Bíblia, em cartas , em correspondências entre amigos, era usado, da mesma forma que nos dias de hoje, se usa no inicio de um texto a palavra "prezado".


O termo foi muito utilizado, na Grécia antiga pelos filósofos, como Platão, significando por exemplo, o amor a uma esposa, ou esposo ou amor às crianças, aos filhos, a sua família e ao trabalho. Já para o carinho, a afeição, a afinidade, o amor entre irmãos os gregos usavam o termo philia. Para uma afeição de natureza sexual, representado por uma atraçao física, uma lembrança era usada a expressão Eros, que pode representar Eros Deus do Amor primordial, ou Eros (Cupido) filho da Deusa do Amor Afrodite/Vênus.


Então:

 

93 (Thelema = "Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei")

 

93,93/93 (Lei,Thelema/Agape - onde o 93 inicial simbolizaria Agape=Lei, ou Amor é a lei, e a segunda parte Agape sob (i.e. abaixo de) vontade, ou "amor sob vontade")

 

Θελημα (Thelema):

 

Θ (Theta) - 9

ε (Epsilon) — 5

λ (Lambda) — 30

η (Eta) — 8

μ (Mu) — 40

α (Alfa) — 1

9+5+30+8+40+1 = 93

 

 

Aγαπη (Agape):

 

A (Alfa) — 1

γ (Gama) — 3

α (Alfa) — 1

π (Pi) — 80

η (Eta) — 8

 

1+3+1+80+8 = 93

 

Amor é a Lei! Amor sob Vontade!

 


(Bruxaria Sem Dogmas)

 

Referências:

1- História Oculta do Satanismo – Santiago Camacho Hidalgo.

2- Site: ocultura.org.br (gematria de thelema e ágape)

3- História del Satanismo – F. Konning

4- Bruxaria Sem Dogmas – Eosphorus Pluto Eleutherios



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