As
origens de Thelema antes de Aleister Crowley 666!
Foto acima: Célebre foto de Aleister Crowley.
Ao contrário do que realmente se pensa, o poder restritivo da Igreja não era em absoluto algo generalizado no início do século XVIII, ao contrário, funcionava, em grande medida, em função da origem social, que oprimia com mais força as classes sociais baixas e médias, ao passo que a aristocracia desfrutava de privilégios impensáveis para o povo simples. No início do século XVIII (1701...), uma pessoa de boa família podia ser moderadamente livre-pensadora e levar uma conduta abertamente libertina sem que tivesse de temer grande coisa das autoridades civis ou eclesiásticas (igreja). A Espanha era exceção a essa regra até a invasão napoleônica.
Foto de um cinto de castidade:
Em outras regiões europeias, grupos de jovens endinheirados fundaram clubes com finalidades blasfêmias e satânicas. Eram os chamados “Clubes do Fogo Infernal” (Hell Fire Clubs). Muito antes de Aleister Crowley haver tornado famoso o lema “faz o que tu queres”, Sir Francis Dashwood, fundador do clube do fogo infernal mais famoso de todos, já o empregava: extraído tal lema da fictícia abadia de Thelema, na obra “Gargantua e Pantagruel", do poeta francês François Rabelais.
Pintura do poeta Rabelais:
Entre inúmeros Clubes
hedonistas (que buscam prazer) do século XVIII, o Clube ou grupo de Sir Francis
Dashwood – os Monges de Medmenham – parece ter sido uma organização levemente
refinada. Os historiadores nunca chegaram a um acordo sobre o caráter satânico
ou não do Grupo do Dashwood. Mesmo assim, os monges de Medmenham carregavam a
suspeita de que por detrás da fachada de “alegres companheiros”, escondia-se um
grupo de depravados de primeira ordem.
Dashwood havia desenvolvido
uma espécie de Satanismo de natureza marcadamente sexual mais o estudo de
grimórios frutos de suas viagens pela Europa. Ele e muito dos estudiosos da
época acreditavam que as tradições de Magia Negra europeia são restos de
antigas crenças de que a figura de Lúcifer não é outra senão a de Dionísio
(Deus do vinho, prazer e êxtase).
Dashwood criou sua abadia
com seus próprios pedreiros escolhidos a dedo, perto ao rio Tâmisa a vinte
milhas de Londres. Na sala principal ficava uma figura de Harpócrates, o Deus
egípcio do silêncio, com um dedo em seus lábios e, no outro, a figura da Deusa
Romana do silêncio Angerona. Sobre a entrada principal da abadia, em latim,
estava escrito o lema: “Faz o que tu queres”.
Nota: O Sinal do Silêncio é
uma das posturas exigidas dentre as posturas utilizadas durante a magia
cerimonial de Crowley.
Nota: Hórus é uma divindade
dual, composta por Ra-Hoor-Khuit e Harpócrates. Ra-Hoor-Khuit é o Deus de
cabeça de falcão, simbolizando o ser humano em posição ativa, masculina,
material. Harpócrates é a criança nascida no Reino dos Mortos, representado
como um menino nu, com o dedo indicador nos lábios, representando o ser humano
em sua porção silenciosa, passiva, feminina. Juntos eles perfazem a divindade
solar Hórus, que representa o Ser Humano íntegro, divinizado.
Deus egípcio Hórus:
Aleister Crowley um dos
fundadores da Golden Dawn, no final século XIX, e mais tarde fundador da O.T.O
(Ordo Templi Orientis), no início do século XX, cunha o termo Thelema e chama
seus seguidores de thelemitas. Uma das frases mais sagradas é: Faça o que tu
queres”. Vimos que tal frase e desejo é muito mais antigo do que Crowley.
O objetivo desse artigo foi
mostrar as origens históricas de Thelema.
Thelemitas costumam
cumprimentar-se com "Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei", e
despedir-se com "Amor é a lei, amor sob vontade". Segundo o Livro da
Lei, "A palavra da Lei é Thelema", portanto podemos abreviar a frase
para 93.
Ágape significa amor, é uma palavra de origem grega. Ágape pode ser o amor que se doa, o amor incondicional, o amor que se entrega. O expressão ágape foi usada de várias maneiras diferentes entre os gregos, em passagens da Bíblia, em cartas , em correspondências entre amigos, era usado, da mesma forma que nos dias de hoje, se usa no inicio de um texto a palavra "prezado".
O termo foi muito utilizado, na Grécia antiga pelos filósofos, como Platão, significando por exemplo, o amor a uma esposa, ou esposo ou amor às crianças, aos filhos, a sua família e ao trabalho. Já para o carinho, a afeição, a afinidade, o amor entre irmãos os gregos usavam o termo philia. Para uma afeição de natureza sexual, representado por uma atraçao física, uma lembrança era usada a expressão Eros, que pode representar Eros Deus do Amor primordial, ou Eros (Cupido) filho da Deusa do Amor Afrodite/Vênus.
Então:
93 (Thelema = "Faze o
que tu queres há de ser tudo da Lei")
93,93/93 (Lei,Thelema/Agape
- onde o 93 inicial simbolizaria Agape=Lei, ou Amor é a lei, e a segunda parte
Agape sob (i.e. abaixo de) vontade, ou "amor sob vontade")
Θελημα (Thelema):
Θ (Theta) - 9
ε (Epsilon) — 5
λ (Lambda) — 30
η (Eta) — 8
μ (Mu) — 40
α (Alfa) — 1
9+5+30+8+40+1 = 93
Aγαπη (Agape):
A (Alfa) — 1
γ (Gama) — 3
α (Alfa) — 1
π (Pi) — 80
η (Eta) — 8
1+3+1+80+8 = 93
Amor
é a Lei! Amor sob Vontade!
(Bruxaria
Sem Dogmas)
Referências:
1- História Oculta do
Satanismo – Santiago Camacho Hidalgo.
2- Site: ocultura.org.br
(gematria de thelema e ágape)
3- História del Satanismo –
F. Konning
4- Bruxaria Sem Dogmas – Eosphorus Pluto Eleutherios
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