Um ‘causo’ do meu Preto Velho Pai Cipriano Das Almas

Um ‘causo’ do meu Preto Velho Pai Cipriano Das Almas:

- Cipriano: Certa feita, quando não existia medicina pra todos. Num tempo não muito distante do Brasil. Um tempo que só as rezas, ervas e a fé podiam ajudar alguém. Uma senhora com uma criança me chegou aflita dizendo:

- Senhora: Pai Cipriano ajude meu filho, ele está ardendo em febre, não sei mais o que fazer e a quem recorrer.

- Cipriano: Calma minha filha. Faça o seguinte, leve esses 3 ramos de ervas (alecrim, manjerona e arruda), faça um banho e dê banho nessa criança e ele vai melhorar. Vá com Deus!

Algum tempo depois volta a mesma mulher.

- Senhora: Cipriano, Cipriano, pelo amor de Deus, meu filho piorou, a febre não baixa.

- Cipriano: Pois é, eu te dei as ervas e você jogou no meio do caminho. As ervas ajudam, mas quem cura é a fé. Volte no caminho e ache o ramo que jogou por lá.

- Senhora: Mas é uma estrada de terra cercada de mato por todos os lados. É impossível eu achar as ervas.

- Cipriano: Te faltou fé na primeira vez. Vá e achará o raminho das 3 ervas. É o momento de você aprender por si só o que é ter fé.

No outro dia...

- Senhora: Cipriano, Cipriano! Meu filho está curado. E não só ele, mas meu coração também. Você me ensinou uma lição valiosíssima. Muito obrigada. Trouxe como agradecimento duas galinhas pro senhor.

- Cipriano: Obrigado. A galinha branca eu vou ficar. A galinha preta já tem dono, é de Exú. Solte a galinha preta no mesmo lugar que encontrou e deixou as ervas. Será que dessa vez terá fé?

- Senhora: Sim, sim. Muito obrigada Pai Cipriano por ter curado meu filho e a mim. Saravá as Almas!!!

- Cipriano: Saravá! Saiba que desde o início eu sabia que iria jogar as ervas pelo caminho. Quando me chegou dizendo que seu filho estava doente, eu vi de cara que você estava igualmente enferma.

Saravá!