Bruxaria Sem Dogmas: Atotô meu Pai Obaluayê!!!

sábado, 21 de março de 2020

Atotô meu Pai Obaluayê!!!


Depois de assistir vários escândalos,
Não me escandalizo mais!
Não temo a dor, nem a vergonha mais.
Não temo o fracasso assim como não temo o sucesso!
Temo uma vida estreita e rasa também.
Me diluo nesse mar de sensações.
Vi minha mãe definhar até a morte,
Não foi fácil de se ver!


Eu a amava muito e ela me fez amar e respeitar todas as mulheres pelo simples fato de serem mulheres.
A dor que tive ao ver minha mãe chorar de dor na espera para a radioterapia, foi tão grande e tão cortante que tive de segurar meu choro, olhar de dó e pena por minha mãe tão querida e gente boa sofrer tanto.


Acreditei até no último alento da minha mãe.
Pedi a Deus e ao Diabo pela cura da minha mãe.
Tão jovial e cheia de vitalidade.
Enfim, muitas dores já vivi!
Muitas crenças e descrenças senti no íntimo e profundo do meu ser!


Já fui 'crente', ateu, e luciferiano.
Já temi sombras e assombrações.
Já senti desespero,
Já dormi desesperado.
Já tive phobias e medos,
Sensatos ou não!
Síndrome do pânico, se preferir!


Já vivi muita coisa boa também.
Já ouvi que minha alma é jovem.
Logo eu, filho do Orixá velho, antigo e primordial Obaluayê.
Na minha cabeça, no meu Ori sagrado de Mamãe Yemanjá,
Obaluayê comeu em cima da minha cabeça.


Um Inquice, se preferir.
Minhas raízes são Angola!
KAVUNGO!
Muito banho de Abô foi derramado em minha cabeça.
Já pedi Agô e Maleme!


Eu que não findo nem principio.
Sou feliz,
mas trago, marcas, máculas e cicatrizes.
Como todos os que viveram muito, já sofreram.
E como quem vive nessa Terra miserável entre feras,
Sente o inevitável desejo de também ser fera!


Não ofereci, nem ofereço a face como fez e aconselhou o Cristo.
Ofereço meu peito aberto,
Meu coração.
Meu Eu encarnado nessa terra,
Nessa matéria.
Meu espírito desperto,
Aqui, agora.
Em carne e osso!


Sagrado também é o mundo material.
Mundo da matéria e das formas!


Eu?
Sigo minha caminhada!
Cumprir a Vontade que há em mim!
Encontro razão de viver nesse mundo e realidade niilista!
Eu caminho com minha alma,
Como um facho aceso a arder na noite escura!
E vejo só os próximos 100 metros,
E sigo na confiança de que não há chegada!


Há caminho!
Há caminhar!


Eu peço ao sagrado e profano,
Que façam de meus caminhos flores,
Mesmo se nessas flores coabitarem também espinhos!


Quero viver!
E viver pra mim é peito aberto!
De cara pro vento!


Sou filho de Um Velho!
Sou filho do Velho Omulú!
Do Velho Obaluayê!


Autor: Eosphorus Pluto Eleutherios.

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