Ishtar:
10 de fevereiro era a data
da celebração Mesopotâmia de Ishtar. Rainha das Estrelas. Essa Grande Deusa,
mitologicamente, é oriunda dos mitos de Anahita, Anatu, Anunit, Gumshea,
Irnini, Ishara e Inanna. Era invocada nos julgamentos e decisões. Rege a Lua e Vênus
(planetas fortemente associados ao feminino) (Sei que Lua é satélite e não
planeta, me refiro ao conceito esotérico de planeta) como guerreira destemida,
a estrela da manhã. Como sedutora, na forma da estrela vespertina. Em Marrocos
se comemorava nesse dia, Aisha Qandisha, que se assemelha muito a Ishtar.
Vênus é um astro que aparece
ao amanhecer trazendo a luz do sol e ao anoitecer trazendo a luz da lua. Ishtar
também é Vênus, como dito acima. Ela acompanhava Sinn, Deus da Lua, seu
consorte.
Percorria o céu todas as
noites em uma carruagem puxada por leões ou bodes.
As constelações zodiacais
eram conhecidas pelos árabes como Casas-da-Lua. O zodíaco, forma um círculo ao
entorno da Terra. Esse círculo era conhecido como cinto, Cinto-de-Ishtar ou
Cinturão-de-Ishtar. Vemos agora um novo aspecto dessa Deusa grandiosa, Ela não
era apenas associada à Lua, à Vênus, mas também, todo o zodíaco, lhe pertence.
O zodíaco, os 12 signos e/ou constelações são apenas o cinto de Ishtar. Nota-se
a Grandeza dessa Deusa.
Ishtar é também a Deusa do
tempo. Pois, o caminho do sol e da lua pelo zodíaco, era e é usado para marcar
o tempo. Nesse quesito tempo, temos a questão da agricultura. O momento certo
de plantar e colher. Assim, Ela também é uma Deusa da Terra e da Agricultura,
assim como Deméter.
O nome do consorte de
Ishtar, Sinn, nos lembra o nome do monte Sinai, que significa “Montanha-da-Lua”.
A primeira menção histórica documental do povo hebreu se dá quando eles foram
escravos do império babilônico. Diz-se que nesse monte, Moisés recebeu as Tábuas
da Lei. O curioso é que o Deus Sinn, é um Deus legislador.
Ishtar também é a
Rainha-do-submundo, ou mundo dos mortos. Essa face e atributo, lhe concediam títulos
como Destruidora-da-vida, Deusa-dos-terrores-da-noite, Mãe Terrível, Deusa das
tempestades e da guerra. Como ela regia o tempo. Na estação em que não dava
para plantar, Ela era vista assim, temida, pois matava e secava a plantação,
todo ano.
Outro atributo Dela é como
provedora de sonhos e presságios.
Ela carrega todos os
atributos do poder feminino. Atributos de gerar e destruir. Lembrando que
Deusas e Deuses ligados de alguma forma com Vênus, possuem muitos atributos
peculiares. Sim, há Deuses (masculinos) associados ao planeta Vênus. Temos como
exemplo, Lúcifer, Eosphorus, Vesperus.
Temos em Vênus a Deusa grega
Afrodite. O mito de Afrodite como nascida do mar, deriva de seu primeiro e
principal templo que ficava na costa oeste do Chipre. A ilha de Chipre fica no
Mediterrâneo, caminho de acesso dos povos mesopotâmios para a Europa. Lanço uma
tese e suposição de que Afrodite deriva da Deusa Ishtar. Nesse atributo, Vênus
é conhecida como A Senhora de Paphos. Paphos era o nome da costa oeste da ilha
de Chipre.
Vênus romana se associa
sincreticamente com Afrodite. Afrodite tem muitos aspectos e é conhecida como a
Deusa estrangeira, vinda do Mar. Daí seu mito de Ela ter nascido no Mar. Mas
reforço minha tese, de que esse mito é referente à vinda de Ishtar para a
Europa.
Como Afrodite temos, Afrodite Urânia, ela é deusa do amor puro
e ideal; como Afrodite Genetrix, é deusa do amor entre pessoas casadas; e como
Afrodite Porne, é a deusa da prostituição. Havia também uma Afrodite de Chipre,
barbada, chamada de Aphroditos, que englobava características masculinas e
femininas em uma única imagem.
Os
assírios foram os primeiros a introduzir o culto a Vênus; a eles se seguiram os
adoradores de Páfia, no Chipre, os fenícios e os habitantes de Citera, que
(segundo Egeu) foram seguidos pelos atenienses.
Entre
os lacedemônios, Vênus Armatha (Armata significa “abastecida com armas”.
Em
Delfos, Vênus Epitybia (Afrodite Epitymbia (Afrodite da Tumba), equivalente a
Vênus Libitina (libitinarii: coveiros), uma deusa dos mortos.
Ela
também era adorada pelos coanos; e, em Amathus, uma ilha do Mar Egeu e, em
Mênfis, uma cidade do Egito; em Gnido (A mais famosa estátua de Afrodite no
mundo antigo ficava em um templo em Gnidus (Cnido). Era uma obra de Praxíteles,
sendo depois imitada nas moedas da cidade e muito copiada. Há uma reprodução no
Vaticano.
Era
cultuada na Sicília, e no Bosque de Idálio, além da cidade de Hipepa, e em
Erice uma montanha da Sicília; também na Caledônia, Cirene e Samos; e não há
registro (segundo o testemunho de Aristóteles) de nenhum culto dos antigos
deuses com cerimônias grandiosas em mais lugares.
Esse
atributo vida/morte, geração/destruição é encontrado no número 119. 119 é o
resultado da multiplicação de 7 vezes 17. O número 7 é um número sagrado da
Deusa, especialmente na forma de Donzela do Amor. O número 7 é o número de
Vênus na natureza. E de acordo com os Romanos, o número 17 representa morte e
azar. Assim temos uma combinação de vida e morte no número 119. O número 119
tem outros significados. Astrologicamente o grau 119 do Zodíaco é o grau 28 do
signo de Câncer. A lua roda o Zodíaco de Câncer à Câncer em 28 dias. Isso
corrobora o poder da Lua e sua Feminilidade. Esse grau é a queda de Marte, o
Destruidor. O Grau 29 de Câncer é o grau crítico que partilha a energia de Leão
(Sol) e Câncer (Lua). A união do Sol e da Lua também representa O Divino
Casamento ou A Sagrada União.
Vale ressaltar novamente que
embora extremamente feminino seja o astro Vênus, vemos nele um caráter
andrógeno também. Lembrando que o Deus romano, Lúcifer, é um Deus masculino,
fortemente associado ao planeta Vênus, um planeta grandemente ligado ao
feminino.
Voltando a Ishtar, Ela é ao
mesmo tempo filha, irmã e esposa do Deus Lua (Sinn ou Tamuz).
Ishtar era chamada Urikittu
ou a Verde, a produtora de toda a vegetação. Seu símbolo era uma árvore
convencional, chamada Asera, que era venerada como se fosse a própria deusa.
Ishtar foi conhecida ainda
como Grande Deusa Har, Mãe das Prostitutas. Sua alta sacerdotisa, Harina, era
considerada a soberana espiritual "da cidade de Isthar". Antigo
entalhe em uma parede de mármore retrata Isthar sentada à beira de uma janela.
Nessa típica pose da prostituta, ela é conhecida como "Kilili
Mushriti", ou "Kilili que se inclina para fora." Diz ela:
"Uma compassiva prostituta eu sou".
É associada e sincretizada
com a Deusa Suméria Inanna, com Astarte caanita, Astar na Arábia, Estar na
Abissínia, Stargatis na Síria.
As sacerdotisas de Ishtar
praticavam a prostituição sagrada como sacerdócio. Eram conhecidas como
Ishtaritu.
Nas celebrações de lua cheia
dedicada ao seu culto (chamadas Shapattu) as mulheres da Babilônia, Suméria,
Anatólia, Mesopotâmia e Levante levavam oferendas de velas, flores, perfumes,
mel e vinho para seus templos, cantavam-lhe hinos, dançavam em sua homenagem e
invocavam suas bênçãos para suas vidas, suas famílias e sua comunidade.
Na juventude, Ishtar amava
Tamuz, o Deus da Colheita. Dizia-se que esse amor causara-lhe a morte. Triste,
a Deusa teria descido ao mundo dos espíritos na esperança de salvar o amado. Em
cada um dos portões que passava, deixava uma peça da sua vestimenta. Quando
chegou ao mundo dos espíritos, foi aprisionada por Ereshkigal. Durante esse
tempo em que ficou presa, nenhuma criatura na face da terra deu à luz. Isso
causou uma desolação no céu e na terra.
O pai de Ishtar, Sinn, o
Deus Lua, pediu então ajuda à Ea, Guardião da Sabedoria e encarregado de velar
pelo Destino, para salvá-la. Ea prepara um encantamento que a Rainha do mundo
dos espíritos se vê forçada a libertar Ishtar. A deusa presa é aspergida com a
água da vida e tendo recolhido suas roupas em cada um dos portões, retornou
para a liberdade.
O mais importante festival
em honra a Ishtar consistia na Celebração do Equinócio da Primavera. Daí sua
ligação com a Deusa Eostre.
Ishtar era relacionada com
nascentes e com o orvalho. O orvalho é símbolo de fertilidade, e na Idade Média
um banho de orvalho era frequentemente prescrito como feitiço de amor. Mas,
esta deusa, também ficou conhecida como Rainha-da-poeira, Soberana-do-campo, Brilho-prateado,
Produtora de sementes e Grávida.
As suas representações a
mostram como a mãe que segura os seios fartos, a virgem guerreira, a insinuante
sedutora, a sábia conselheira, a juíza imparcial.
Ishtar tem um papel
proeminente na Epopéia de Gilgamesh. Depois de Gilgamesh e seu amigo Enkidu
terem matado o demônio Humbaba, Ishtar aparece a Gilgamesh e lhe pede para ser
seu marido.
Gilgamesh rejeita oferta de
Ishtar, alegando que ela maltrata os seus ex-amantes e perguntando por que com
ele seria diferente.
Em fúria, Ishtar pede para
seu pai Anu, Deus do céu, para liberar o Touro do Céu para que ele pudesse
atacar Gilgamesh e vinga-la.
Anu hesita, mas quando
Ishtar ameaça para levantar todos os mortos do submundo, ele atende o seu
pedido. O Touro é solto, e depois de uma batalha feroz, Gilgamesh e Enkidu
conseguem matá-lo.
Ishtar fica em frente as
paredes da cidade lamentando, o que leva Enkidu a jogar a perna do touro para
ela, ameaçando fazer o mesmo com ela se ela se aproximar mais.
Isso é demais para os
deuses, que já estavam com raiva de Gilgamesh e Enkidu pela morte de Humbaba.
Eles decidem que Enkidu deve morrer, e Gilgamesh com a perda do amigo aprende o
que significa rejeitar os avanços de Ishtar.
A hostilidade de Enkidu para
com Ishtar tem outra raiz. No começo do Épico, Enkidu, que é originalmente um
homem selvagem, é "civilizado" por uma Hieródula do Templo
(prostituta sagrada).
O Nome Ishtar significa
"estrela", e ela também era conhecida como Istar, Estar, Ishara,
Ishhara, Astar, Atar, Attar, Athar, Athtar, Irnini, Absusu (em seu papel como
uma deusa da fertilidade), Abtagigi ("Ela Quem envia Mensagens do Desejo"),
Dilbah (como Vênus a estrela da manhã), Hanata (como divindade guerreira),
Kilili (como símbolo da mulher independente), Nanab ("A Rainha"), Nin
Si Anna (" Senhora dos olhos do Céu"), Sharrat Shame ("Rainha do
Céu"), Ulsiga (um título de reverência que significa "Ishtar do Céu e
da Terra"), Zanaru ("Senhora da Terra"), e Zib (como Vênus-noite
estrela).
Seus epítetos incluem Rainha
da Beleza, Amada de Enki, Doadora de Força, Luz Brilhante das noites, Filha da
Lua, Perdoadora de pecados, Senhora de todos os Decretos, Doadora da Justiça e
das Leis, Deusa das Deusas, Deusa dos Suspiros, Grande Deusa do Amor e da
Guerra, Grande Hieródula, Grande Amante, Grande Mãe, Grande Hieródula da
Babilônia, Soberana dos Céus, Ishtar de Arbela, Ishtar da Babilônia, Ishtar
Senhora de Nínive, Senhora de Ur, Senhora da Batalha, Senhora do Parto, Senhora
do Céu, A Senhora das Águas, A senhora do Palácio, a Senhora da paixão e do
desejo, Senhora das Dores, Senhora da Vitória, Legisladora , líder dos
exércitos, Luz do Mundo, Leoa dos Igigi, Senhora dos Deuses, Mãe da mama
frutífera, Abridora do Ventre, Protetora dos fracos, a Rainha do ataque e mão
de luta, Rainha do Céu, Rainha do Céu e da Terra, Rainha do Sol nascente, Juíza
justa, Soberana do Céu, Dona do mundo, Ela que segura as coroas da Realeza, e
Estrela do Céu.
Ishtar
e Lilith:
Ishtar talvez tenha uma
relação com a Deusa Suméria demonesa Lilith.
A imagem de Lilith, sob o
nome Lilitu, apareceu primeiramente representando uma categoria de demônios ou
espíritos de ventos e tormentas na Suméria por volta de 3000 A.C. Muitos
estudiosos atribuem a origem do nome fonético Lilith por volta de 700 A.C.
Na Suméria e na Babilônia
ela ao mesmo tempo que era cultuada era identificada com os demônios e
espíritos malignos. Seu símbolo era a lua, pois assim como a lua ela seria uma
deusa de fases boas e ruins.
Ela é também associada a um
demônio feminino da noite que originou na antiga Mesopotâmia. Era associada ao
vento e, pensava-se, por isso, que ela era portadora de mal-estares, doenças e
mesmo da morte. Porém algumas vezes ela se utilizaria da água como uma espécie
de portal para o seu mundo. Também nas escrituras hebraicas (Talmud e Midrash)
ela é referida como uma espécie de demônio.
A imagem mais conhecida que
temos dela é a imagem que nos foi dada pela cultura hebraica, uma vez que esse
povo foi aprisionado e reduzido à servidão na Babilônia, onde Lilith era
cultuada, é bem provável que vissem Lilith como um símbolo de algo negativo.
Vemos assim a transformação de Lilith no modelo hebraico de demônio. Assim
surgiu as lendas vampíricas: Lilith tinha 100 filhos por dia, súcubos quando
mulheres e íncubos quando homens, ou simplesmente lilims. Eles se alimentavam
da energia desprendida no ato sexual e de sangue humano. Também podiam
manipular os sonhos humanos, seriam os geradores das poluções noturnas.
Lilith surgiu do intento de
compreender a diferença entre os mitos da criação de Gênesis, já que em suas
primeiras histórias em Gênesis 1, homem e mulher são criados iguais e
conjuntamente, enquanto na segunda história, em Gênesis 3, a mulher é criada
depois do homem e a partir de seu corpo. Segundo os mitos, Lilith era a
primeira esposa. No entanto, a figura escolhida para desempenhar esse papel na
lenda judia era originariamente suméria, a resplandecente "Rainha do
Céu", cujo nome "Lil" significava "ar" ou
"tormenta". As vezes se tratava de uma presença ambígua, amante dos
"lugares selvagens e desabitados", associada também com o aspecto
obscuro da Deusa Inanna e com sua irmã Ereshkigal, Rainha do Mundo
Subterrâneo". Aparece pela primeira vez no poema sobre Inanna, quando o
herói Gilgamesh tala a árvore de Inanna:
"Gilgamesh golpeou a
serpente que não podia ser encantada.
O pássaro Anzu voou com suas
crias às montanhas;
e Lilith aniquilou seu lar e
retirou-se aos lugares selvagens e desabitados."
"Lil" também era a
palavra sumero-acádia que designava a "tormenta de pó" ou "nuvem
de pó", um termo que também se aplicava aos fantasmas, cuja forma era uma
nuvem de pó e cujo o alimento era supostamente o pó da terra. Na língua
semítica "liliatu" era então "a criada de um fantasma",
porém prontamente se fundiu com a palavra "layil", "noite",
e se converteu em uma palavra que se designava a um demônio noturno.
A "lílít" do texto
hebraico se traduz na versão grega de Septuaginta e por Lamia na Vulgata latina
de São Jerônimo. As "lamiae" são muito conhecidas nas tradições
gregas e latinas, como monstros voadores noturnos, que sempre aparecem sob o
aspecto de pássaros. A maioria dos autores, afirma que as lamias são monstros
femininos que devoram homens e crianças. Portanto, as lamias e Lilith têm
muitos pontos em comum e foram convertidas em "vampiras".
No mito hebreu, Lilith, portanto,
acumulou sem descanso todas as associações à noite e à morte. É possível que a
imagem hebreia de Lilith se baseasse nas imagens de Inanna-Isthar como Deusa
das grandes alturas e de grandes profundidades, porém, compreensivelmente
rebaixada ao ser percebida desde o ponto de vista de um povo deportado à
BABILÔNIA.
Só há uma referência à
Lilith, como coruja, no Antigo Testamento. É encontrada no meio de uma profecia
de Isaías. No dia da vingança de Yahvé, quando a terra se envolverá num deserto,
"e um sátiro chamará o outro; também ali repousará Lilith e nele
encontrará descanso."
Inanna e Isthar eram
chamadas de "Divina Senhora Coruja" (Nin-nnina Kilili). Isso pode
explicar de onde provêm Lilith e porque era representada como uma coruja.
Ishtar/Astarte
e o demônio Astaroth:
Agora temos outro ponto.
Enquanto possa haver uma relação de Ishtar com Lilith, também como se associa
Ishtar com Astarte, Ishtar/Astarte estariam relacionadas como o demônio
Astaroth.
Lemos nos textos clássicos e
luciferianos da Goetia, isso sobre Astaroth:
O
vigésimo nono espírito é Astaroth. Ele é um duque poderosíssimo, e aparece na
forma de um anjo medonho, montado sobre a besta-dragão do inferno, com uma
víbora na mão direita. É sábio não se aproximar muito dele a fim de evitar o
fedor deletério que ele exala. O magista deve apontar-lhe com o anel ao que
estará protegido. Conhece todos os segredos da Criação e responde questões
sobre o passado, presente e futuro. Declarará prontamente a queda dos
espíritos, se desejado, e a razão dela. Pode fazer os homens sábios em todas as
ciências liberais. Reina sobre 40 legiões de espíritos. Astaroth aparece como
um anjo doloroso de se ver que monta um dragão infernal. Ele é da cor de um
fantasma pálido semelhante a cadáver com os olhos enegrecidos - sem pupilas.
Astaroth tem cabelos longos, e aparece com uma coroa na cabeça e uma víbora em
sua mão esquerda (ou direita) com garras e de aspecto bestial. Astaroth é um
grande anjo luciferiano, um espírito guardião muito poderoso para convocar.
Astaroth possui uma natureza única e equilibrada - sendo uma mistura de anjo e
demônio, portanto, é um modelo de força iniciática para o trabalho com Servos
Angélicos e Bestiais - que na união do espírito demonstram uma boa articulação
e uma representação equilibrada de si mesmo. Astaroth governa 40 legiões de
espíritos, e vela com suas sombras sobre o Sagrado Anjo Guardião como Familiar
ou iniciador no caminho. Astaroth é conhecido como iniciador no Caminho
Luciferiano da auto deificação.
Já no Grimório do Papa
Honório, lemos isso sobre Astaroth:
ASTAROTH (demônio da sorte)
- Indica os meios de fazer-se rico; ensina o grande segredo para ganhar na
loteria e em todos os jogos de azar; revela o modo de fazer fortuna, triunfar
nos negócios.
Oferendas:
Não sabemos muito bem as
oferendas que eram ofertadas aos Deuses antigos. Mas podemos pesquisar os
hábitos alimentares daqueles povos e assim tentar agradar a divindade com uma
oferenda adequada.
Primeiramente, tudo (plantas,
animais...) relacionado ao planeta Vênus poderia ser ofertado a Ishtar, assim
como os locais para se deixar as oferendas:
Dentre os lugares regidos
por vênus encontramos as fontes agradáveis, os prados verdes, jardins em flor,
leitos adornados, bordéis, o mar, a praia, os banhos públicos, lugares de
bailes e todos os lugares que pertencem às mulheres.
As coisas venéreas são dos
elementos Ar e Água; entre os humores, muco, sangue, espírito e semente; entre
os gostos, aqueles que são doces, untuosos e deleitáveis.
Dentre os metais, a prata e
o bronze, tanto amarelo quanto vermelho. Entre as pedras, berílio, crisólita,
esmeralda, safira, jaspe verde, cornalina, as pedras aetitas, a lápis-lazúli,
coral e todas de coloração clara, brancas ou verdes.
Encontramos entre as plantas
venéreas a verbena, violeta, cabelo-de-vênus (um tipo de samambaia), valeriana,
o tomilho, esteva, almíscar, sândalo, coentro, grama, todos os perfumes doces,
e deliciosas e doces frutas, como peras, figos e a romã, que segundo os poetas
foi semeada pela primeira vez por Vênus, no Chipre. Também a rosa de Lúcifer
era a ela dedicada, bem como a murta de Véspero. Tudo o que dá flores é de
vênus.
Dentre os animais os cães,
coelhos, ovelhas, cabras, bodes, o touro, o bezerro, o cisne, o caminheiro, a
andorinha, o pelicano, o burgander, o corvo, a pomba, o pardal, a águia. Entre
os peixes e seres do mar, as sardinhas, Chrysophrys, a pescada, o caranguejo, o
titímalo (Euphorbia polygonifolia). E isso aqui de origem animal: Âmbar-gris,
literalmente ―âmbar cinza; o vômito do cachalote, usado na fabricação de
perfume porque seu cheiro, embora desagradável, é extremamente poderoso. Era
encontrado flutuando na superfície do mar.
Os
hábitos alimentares babilônicos:
Trata-se apenas de cozinha à
base d'água. A exposição direta ao fogo, para assar ou grelhar, era comum, na
Mesopotâmia antiga como em toda parte, e de prática imemorial. Mas o recurso a
um meio líquido de cozimento constituiu na cozinha uma revolução e um progresso
consideráveis. Não apenas o próprio cozimento tornava-se mais modulável e
sutil, como esse meio podia ser variado e enriquecido indefinidamente, tanto no
plano nutritivo quanto no gustativo.
Tinham o hábito de adicionar
mel em caldo salgado. Adicionavam gordura, leite, sangue, cerveja, farinha e
cereais, para enriquecer, engrossar e "ligar" o caldo.
A cozinha deles também tinha
algo precioso e apurado, magnífico, digamos, na própria apresentação dos
pratos, voluntariamente rebuscada: em forma de torta, ou antes de falsa torta
(uma vez que a camada superior da massa não parecia ser ligada, antes do
cozimento, à inferior); o animal cozido, artisticamente disposto "de
costas", com pés e mãos atados, em uma peça única; ou esta extraordinária
receita final da segunda tabuleta, em estratos superpostos: uma camada de massa
cozida, um bolo de farinha enriquecido, uma calda de guarnição e, reinando por
cima, a carne cozida, coroada com uma "tampa" de massa. Não apenas
essa culinária era pesada e gordurosa (o que "dava ares de riqueza"),
uma vez que cada prato comportava uma honesta porção de gordura (de carneiro!),
como também seu tempero nos teria dado vontade de vomitar, sobretudo pela
extraordinária profusão de aliáceas combinadas - duas, quatro, ou mais - e
estes gostos insólitos: cuscuta(?), cipreste(P), arruda(?)...; e estas misturas
que nos são pouco habituais: mel em caldo salgado...
No território hoje coberto
pelo Iraque e em seus arredores - o que chamamos de Mesopotâmia - descobriu-se,
há 150 anos, não apenas grande quantidade de ruínas antigas ou de objetos
arqueológicos de toda espécie, mas meio milhão de tabuletas, ou plaquetas de
argila, seca ou cozida, recobertas de sinais cabalísticos.
Temos nesses registros a
mais antiga menção ao vinho. Mas ao que parece a principal bebida era a
cerveja, devido ao grande cultivo de cereais.
Era, portanto, inevitável
que os cereais fornecessem o essencial do regime alimentar: o pão, que, imerso
na água e fermentado, produzia singelamente o líquido alcoolizado que era a
cerveja - mesmo que esta ainda estivesse muito longe da que consumimos hoje.
Essa cerveja, à qual os sumérios davam um nome cuja significação original nos
escapa, kash, e os acádios, shikâru, literalmente "a embriagante", já
figura entre os mais primitivos sinais da mais antiga escrita, por volta de
3200 a.e.c.
O vinho não era somente da
uva, mas de tâmara e outras frutas. Na verdade, o vinho da videira só aparece
em períodos tardios da civilização mesopotâmia. O mais comum e antigo era o
vinho de tâmara.
O mais antigo texto que nos
fala explicitamente dele (ele tem o mesmo nome da videira: gesbtin, em sumério,
e karânu, em acádio, mas o contexto discrimina) data de aproximadamente 2350
a.e.c. Numa das inscrições comemorativas de seus altos feitos que, segundo o
costume, o rei da cidade meridional de Lagash, Uruinimgina, havia mandado
gravar em pedra, ele se gaba de ter "mandado construir uma adega à qual,
desde a 'montanha', trazia-se vinho em grandes vasos". A esse respeito,
pode-se observar dois aspectos. Primeiramente, para designar o local próprio
para armazenar e conservar o vinho, a "adega", faltam palavras ao
escriba, que, não por acaso, escreve "reserva de cerveja" - o que já
é eloqüente para acusar o enraizamento prioritário dessa bebida no país.
Conhecem-se vinhos
"fortes", "doces", ou "muito doces"
(aparentemente adicionados de mel, o açúcar da época) e até mesmo vinho
"amargo", por adição provável de ervas e sumos de ervas (talvez a
murta?). Lembrando que a Murta era dedicada a Véspero, Vênus noturna, Ishtar.
Qualquer que fosse sua
forma, a cerveja era verdadeiramente, ao lado da água pura, a bebida preferida:
dos mais pobres aos que se encontravam mais acima na hierarquia social, dos
simples súditos aos governantes e reis, todos se deleitavam com ela, mesmo os
deuses, aos quais era oferecida, durante as cerimônias de culto, sob suas
apresentações mais refinadas. A civilização mesopotâmica foi, essencialmente, uma
civilização da cerveja.
"E levou-me em espírito a um
deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor de escarlata, que
estava cheia de nomes de blasfêmia, e tinha sete cabeças e dez chifres.
E a mulher estava vestida de
púrpura e de escarlata, e adornada com ouro, e pedras preciosas e pérolas; e
tinha na sua mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua
fornicação;
E na sua testa estava
escrito o nome: Mistério, a grande babilônia, a mãe das prostituições e
abominações da terra.
E vi que a mulher estava
embriagada do sangue dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus. E,
vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração."
Apocalipse 17. (3-6)
Vídeos:
Vídeo tendencioso, mas nos dá uma noção das civilizações que se desenvolveram entre os rios Tigres e Eufrates:
Puta:
Referências:
1-
Anuário da Grande Mãe – Mirella Faur.
2-
The Enuma Elish – texto babilônico traduzido por L.W. King.
3-
Pharsalia – Lucano.
4-
Cuide to Greece - Levi.
5-
Epopeia de Gilgamesh - tradução de Pedro Tamen.
6-
Talmud.
7-
Midrash.
8-
A Goetia - Chave Menor do Rei Salomão - Aleister Crowley.
9-
Goetia Luciferiana - Michael Ford.
10-
Grimório do Papa Honório.
11-
Três livros de filosofia oculta - Henrique Cornélio Agrippa.
12-
Sobre a gastronomia mesopotâmia:
maravilhoso o texto!
ResponderExcluirObrigado Cacau Lys.
ExcluirIncrível,Parabéns !!!
ResponderExcluirObrigado!!!
ExcluirMaravilhoso. Parabéns!!
ResponderExcluirGratidão Jussara!!!
ExcluirCara, acompanho seu trampo no Facebook... Há tempos, tive alguns sonhos esses dias, me parecia que "alguém" queria fazer contato comigo. Acabei chegando a conclusão que era Ela. E justamente aqui eu achei mais informações relevantes sobre. Obrigado, mano!
ResponderExcluirGratidão!!! Obrigado por partilhar!!!
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