Bruxaria Sem Dogmas: Bael

domingo, 5 de julho de 2015

Bael


Introdução:

Os Daemons da Goetia são frutos das demonizações de Deuses estrangeiros pelos sacerdotes do Deus hebraico. Embora essa situação, esses Daemons são extremamente poderosos e existem enquanto sombras dos Deuses de que foram demonizados.

Os Daemons da Goetia são citados primordialmente nos trabalhos do mago Salomão, em que muitos atribuem ao Salomão do livro de Reis da bíblia. Salomão bíblico foi um rei de grande riqueza e território na história hebraica, muitos atribuem a esse rei o autor dos sigilos goéticos. Entretanto, no livro Lemegeton na parte denominada Ars Goetia em que se divulgou os sigilos/selos desses Daemons datam de aproximadamente do século XVII.
 
Conteúdo:


O primeiro espírito da Goetia é Bael ou Baal. É um espírito que deve ser evocado no leste do círculo mágico. Ele é o senhor das tempestades e fecundidades, assim poderá ser evocado em trabalhos de ataques e defesas que se manifestam na forma alegórica da tempestade. Num ataque, a violência da tempestade simbólica irá de encontro ao inimigo e como defesa os ventos e raios e trovões levarão de volta para o agressor os tormentos enviados. Como fertilidade, trabalhos para ajudar na gravidez e concepções de filhos. Tornar fértil um empreendimento. Fazer qualquer coisa multiplicar.

Seu nome significa dono e senhor! Esse Daemon fala atropeladamente e tem o poder de tornar invisível as coisas. Essa invisibilidade pode ser evocada para tornar o mago invisível em determinadas situações, tornar um segredo oculto e invisível aos olhos profanos, tornar um feitiço invisível para que não seja rastreado seu emissor, entre outras utilidades que não têm limitações para a imaginação humana.

Esse Daemon governa 66 legiões de espíritos e pode se apresentar com uma forma humana ou como qualquer forma possível. Nota-se aí um outro atributo desse espírito que poderá ajudar o mago na mudança e transmutação de formas. Como exemplo, mudar a forma que aparentamos para uma forma ameaçadora em ambientes hostis. Como, estando por andar em uma rua perigosa, o mago poderá assumir a forma ilusória de um bandido e passará despercebido por entre ladrões à espreita. As formas apresentadas por esse espírito na evocação podem ser também de um gato que demonstra instinto e descrição, a descrição demonstrei no exemplo de mudar de forma e o instinto pode ser trabalhado para que essa força seja mais presente e auxilie o mago nas situações de autopreservação, por exemplo.

Também poderá se manifestar na forma de um sapo que personifica as práticas de bruxaria e feitiçaria. Assim sendo, esse espírito poderá ser um grande aliado do bruxo e feiticeiro em suas práticas.
A mudança de forma também poderá se manifestar na mudança de forma do corpo onírico (corpo dos sonhos). Auxiliando o mago na mudança de forma do corpo astral, o mago poderá caminhar entre mundos sem ser incomodado, mudar a forma para uma forma astral mais agressiva ou até se parecer com anjos nos sonhos. Então, esse espírito é um grande aliado dos praticantes de viagem astral para realizá-la com segurança.

Como sapo, a forma de Ahriman, portal da auto iniciação do Diabo ou Mestre da Bruxaria Anglicana.

Angra Mainyu, Ahriman, Arimã ou Arimane é o deus das trevas, da destruição, da morte, do mal e da desordem para os seguidores do zoroastrismo.


Baal é um antigo Deus masculino dos fenícios e cartaginenses e aparece na bíblia no plural como baalim que foi demonizado posteriormente como era praxe dos hebreus frente a todo Deus estrangeiro. Baal também é associado ao Deus Moloch dos amonitas, uma etnia pertencente à antiga Canaã.

Nessas imagens observá-se o Deus Moloch dos amonitas. É um Deus bem repudiado em nossos dias, pois uma de suas oferendas primordiais era o sacrifício de um recém-nascido. Sacrifícios humanos eram uma prática comum em várias civilizações e religiões do passado. O próprio Deus da bíblia aceitava sacrifícios humanos, como na passagem em que Abraão iria oferecer seu filho Isaac em holocausto e foi impedido por um anjo (Gênesis 22). Ou na passagem que em que toda porta da casa que não fosse tingida por sangue de cordeiro, teria seus primogênitos assassinados. Essa passagem foi quando o povo hebreu era escravo do povo egípcio, e o Deus da bíblia teria enviado o anjo da morte para matar vários primogênitos, inclusive o filho do faraó (Êxodo 12). 
                  (Moloch. À direita, uma criança sendo oferecida)


Os israelitas o adoravam como Baal-peor, até o tempo de Samuel, e foi o deus oficial das dez tribos na época de Acabe. Ele foi adorado também em Judá, e seu culto só terminou com os rigores do cativeiro na Babilônia. Havia vários sacerdotes de Baal, de várias classes. Seu culto é descrito em I Reis 18:25. (1) 


Várias cidades de Israel tem o nome de Baal em sua formação: Baal-Gad, Baal-Hammon, Baal-Thamar. (1) 


          (Imagem de Baal datando de 1300 antes da era comum.)

Segundo os escritores judeus medievais, cultuar Baal era a expressão usada para designar os rituais da religião cristã. Segundo o rabino Joseph ben Josua ben Meir, Clóvis (o primeiro rei dos Francos a unir todas as tribos francas sob um único governante) havia renegado seu Deus e passado a adorar Baal, e construiu um lugar alto para adorá-lo em Paris como Baal-Dionísio, ou seja, a Basílica de Saint-Denis. O rabino José também cita Vicente, da seita do Baal Dominie, ou seja, um frei dominicano, que foi um perseguidor para os judeus da Espanha, por volta de 1430. (1)




Em Canaã, os hebreus lutaram em várias épocas contra a adoração do "deus" Baal. No Livro dos Juízes (da Bíblia hebraica), o hebreu Gideão destrói os altares de Baal e a árvore sagrada pertencente aos Midianitas. Mais tarde, o profeta Elias, no século IX a.C., condenou o Rei Acabe por adorar Baal.

Midianitas: segundo o Antigo Testamento midianitas (ou madianitas) são descendentes de Abraão e sua esposa Quetura, desposada após a morte de Sara. Os filhos deste novo segundo casamento, entre eles Midiã, foram enviados para uma terra distante, longe de Isaque, dito filho da promessa.

Tais descendentes de Abraão, então, deram origem à tribo dos midianitas, que mais tarde são mencionados em conjunto com os ismaelitas — também descendentes de Abraão, porém através de sua escrava egípcia, Hagar, que lhe deu um filho a quem deu o nome de Ismael, Ismael porque Deus ouviu a aflição de Agar, e que ele foi enviado ao deserto com uma promessa de Deus de que também seria uma grande nação, a qual considera-se tradicionalmente ser a árabe.

Nota-se que o processo de demonização é um processo mais político que teológico. Demonizaram os Deuses estrangeiros e posteriormente os povos não hebraicos como os cristãos e árabes.

Entretanto, esse espírito goético não deve ser evocado levianamente, pois trata-se de um espírito fruto da demonização e ele age como tal.

Bael também é associado ao Daemon Beelzebuth, Baal Zebub, Baal Zebul ou Belzebu, príncipes dos Daemons, o senhor das moscas e da pestilência. Belzebu é a união do Deus Baal com o Deus Zebub das moscas e pestilências.

Quando aplicada a religião católica, Belzebub era visto na Idade Média como um dos sete príncipes do Inferno, sendo a personificação do segundo pecado, a gula, o irmão mais velho de Lúcifer, descendente da geração de Behemoth, pai de Belial, um dos maiores demônios do inferno.

Nota-se que essa característica de pestilência, poderá ser usada para cura de doenças infecciosas, e a característica de putrefação poderá ser usada em um contexto de banimento.



Obs 1: Os Daemons da Goetia podem ser usados para coisas interessantes para o mago, e não somente maldades. Os praticantes dessa arte deveriam possuir um certo grau de maturidade e equilíbrio emocional. Deveriam não trabalhar nessa egrégora imbuídos de raiva e descontrole emocional, pois os Daemons poderão tenta-lo e persuadi-lo a fazer coisas desagradáveis. Os Daemons da Goetia são amorais e possuem uma natureza negativa. Quem deve julgar o que é certo e ter o controle, moral e ética deverá ser o mago. Na Goetia, o mago se veste de palavras de poder e se torna Deus diante dos espíritos. Assim, qual tipo de Deus é você? Um Deus sábio ou um Deus inconsequente?

Obs 2: Apesar da vantagens de se ter esse espírito para trabalhar na prática mágica, os espíritos da Goetia deverão ser evocados anteriormente para que se estabeleça o contato em que o mago e o espírito passarão a se conhecer. Para isso, os vários sistemas de Goetia se prestam para tal. Após o contato inicial e toda a corte de apresentações, você poderá utilizar o sigilo desse Daemon poderoso em feitiços que correspondem aos domínios de atuação do Daemon. Depois do contato inicial, o mago poderá entrar em contato novamente com uma simples comunicação mental. Assim, em um momento em que o mago não está com seus instrumentos mágicos, como andando na rua, ele poderá obter ajuda do Daemon espontaneamente.


Esse é o selo ou sigilo de Bael, que deverá ser ativado e evocado através dos sistemas de Goetia disponíveis:





Advirto que Goetia não é um sistema mágicko para iniciantes na magia e nem um sistema para ser usado por pessoas facilmente influenciáveis, de fraca vontade e com descontrole emocional.



Meu sistema de Goetia:

A Bruxaria Sem Dogmas está também no Youtube:



Fontes: 

http://bruxariasemdogmas.blogspot.com.br/2015/07/bael.html    


(1)- [George Long, The Penny Cyclopædia of the Society for the Diffusion of Useful Knowledge: v. 1-27, Volume 3 (1835), Baal p.220]


(Esse texto foi elaborado por mim, através de pesquisa. Embora tenha usado fontes já publicadas sobre o tema, meu texto foi elaborado, feito reflexões e ordenado de forma autoral e não é plágio. Se for reproduzir, cite a fonte.)


15 comentários:

  1. Respostas
    1. Porque enquanto eu estava gastando meu tempo em compartilhar o pouco que sei, você estava sendo apenas um hater. Obrigado por comentar. Quanto mais você comentar, mais pessoas chegarão aqui. Perfeito? Por que? Porque Lúcifer está do meu lado, e ele manda um olá pra você. Me disse: Manda esse cara fazer melhor! No mais, passar bem! Ou não!

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  2. Esse ens goetico teria ligações com Belphegor (Baal Phegor ou Baal Peor)? Sempre o vejo associado nos blogs e sites à Baal Zebul... Mas nunca citam Belphegor.

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    1. Todos daemons da goétia possui seu enn particular para estabelecer comunicação mais rápida, apesar que vai da intuição fazer todas as evocações ou simplesmente usar o enn para atrair atenção do ser á sua frente.

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  3. Valeu Frater Eosphorus Pluto! Coisa boa!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. Aqui está:

      https://bruxariasemdogmas.blogspot.com/2016/02/meu-metodo-de-goetia-tendo-grande.html

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  6. Quando comecei na prática da Goetia, veio pessoalmente Alastor, e mais tarde alguns meses Belfegor, não estão como espíritos da Goetia, alguma orientação?

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    1. Goetia é um sistema de evocação demoníaca. Por exemplo, Lúcifer é evocado no Verum e não na goetia. Link para o Grimorium Verum da Bruxaria Sem Dogmas:
      https://bruxariasemdogmas.blogspot.com/2015/11/grimorium-verum-completo-editado-e.html

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