Bruxaria Sem Dogmas: RAÍZES HISTÓRICAS DE LÚCIFER

domingo, 3 de dezembro de 2023

RAÍZES HISTÓRICAS DE LÚCIFER

RAÍZES HISTÓRICAS DE LÚCIFER


 

O Sol representa Deus que é guardado pelo astro mais próximo, Mercúrio. Ora, Mercúrio por estar tão próximo do Sol tem seu brilho ofuscado. Montando guarda em frente a Deus (Sol), Mercúrio seria nesse drama cosmológico o próprio Arcanjo Miguel.

 

O astro após Mercúrio é Vênus. Vênus é o astro mais brilhante no

céu depois do Sol e da Lua, no amanhecer e entardecer respectivamente. Vênus em seu esplendor luminoso condiz com o Arcanjo portador da Luz, Lúcifer. Vênus (Lúcifer) traz o a Luz do Sol na Alvorada e a Luz da Lua pela noite.

 

Lúcifer não consegue usurpar o lugar de Deus (Sol) e caí do céu com um terço das estrelas do céu (Anjos). Obviamente isso não é literal, mas simbólico. Como o lugar de Vênus fica vago os vencedores pegam para si os espólios da guerra.

 

"E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos." (Apocalipse 12:7)

 

O espólio da guerra, Vênus, é ocupado pelo Arcanjo Haniel ou pelo seu conquistador Miguel. Isso varia dependendo do sistema de Magia.

 

Durante o Ritual Menor do Pentagrama, o lugar ocupado pelo Arcanjo Miguel é a esfera que corresponde a Vênus, Netzach. Ora, por que Miguel se encontra nessa posição? Justamente porque pegou para si os espólios da guerra, o lugar anteriormente ocupado por Lúcifer.

 

Lúcifer, portanto, é o positivo de Vênus (amor, vitalidade, paixão, carisma, beleza...) e é o negativo do Sol (arrogância, orgulho, megalomania...).

 

Ao astro Vênus na antiguidade atribuíram dois Deuses, além das Deusas Afrodite grega; Vênus romana; Ishtar babilônia... Eóphorus a estrela matutina (Estrela da Manhã, Estrela D'Alva) e Véspero a estrela vespertina. Por quê? Porque Vênus se aponta no céu tanto no amanhecer, trazendo o carro do Sol, quanto no entardecer, trazendo o carro da Lua. Os antigos viam nisso dois astros distintos e portanto dois Deuses. Sendo que hoje sabemos que se trata do mesmo astro Vênus, um planeta e não uma estrela. Essa órbita errante de Vênus condiz muito com o caráter revolucionário de Lúcifer.

 

Como Lúcifer não conseguiu usurpar o lugar de Deus (O Sol), coube a ele a sombra de Deus, O Sol Negro. Sendo portanto, o positivo de Vênus e o Negativo do Sol, o Sol Negro, a sombra de Deus.

 

Antes de começar a ser chamada de Vênus, era conhecida na teogonia pré-hesiodiana como Eósforo (ou Fósforo) e Héspero, a filha da Aurora e do Crepúsculo. Em Hesíodo, além disso, o planeta é decomposto em dois seres divinos, dois irmãos -- Eósforo (Lúcifer dos latinos) a manhã, e Héspero, a estrela vespertina. São filhos de Astreu e Eos, o céu estrelado e a aurora, e também de Céfalo e Eos (Teog: 381, Hyg. Poet. Astron. 11, 42).

 

E, invocando a autoridade de Hesíodo, também transforma Faetonte em filho das duas últimas divindades -- Céfalo e Eos. Ora Faetonte ou Fósforo, a "orbe luminosa da manhã", é levado à força na juventude por Afrodite (Vênus) que faz dele o guardião noturno de seu santuário (Teog: 987991).

 

Os três heróis principais da grande catástrofe sideral mencionada em Apocalipse são, segundo testemunho dos padres da Igreja -- "O Verbo (Jesus), Lúcifer seu usurpador e o Arcanjo que o conquistou, Miguel", cujos "palácios" (as "casas" como as denominam a astrologia) são o Sol, Vênus-Lúcifer e Mercúrio (Miguel). Isso é bastante evidente, uma vez que a posição destas orbes no sistema Solar corresponde em sua ordem hierárquica a dos "heróis" no Capítulo XII do Apocalipse "seus nomes e destinos sendo intimamente relacionados no sistema teológico (exotérico) com estes três grandes nomes metafísicos".

 

Vênus é chamada de a Senhora (A Senhora de Paphos, porque a velha Paphos, na costa oeste de Chipre, era a sede do culto de Afrodite, que logo após nascer teria sido levada até lá pelas ondas. (Ver Lucano, Pharsalia, 8, c. linha 457.) Afrodite é conhecida mitologicamente como A Nascida Do Mar. E que mar é este? O Mar Mediterrâneo, local da ilha de Chipre, lar do templo mais antigo dedicado à Afrodite. A romã que segundo os poetas foi semeada pela primeira vez por Vênus, no Chipre. Também a rosa de Lúcifer era a ela dedicada, bem como a murta de Véspero.

 

Vênus também é chamada de Lucífera, portadora da luz, que dá luz aos anos do Sol; e de Hesperus, quando segue o Sol, e de Phosperus, porque é a líder de todas as coisas, embora não tirânica.

 

Quanto aos gregos, suas opiniões são óbvias e bem conhecidas de todos; atribuem boa parte do mundo como pertencente a Júpiter Olímpio, enquanto a fabulosa Harmonia teria sido gerada por Vênus e Marte, um duro e belicoso, e o outro doce e generativo.

 

O asbestos de Arcádia, uma vez inflamado, nunca se extinguirá! (Agostinho, Cidade de Deus 21.5, traduzido para o inglês por John Healey [1610] [London: J. M. Dent and Sons, 1957], 2:324). Se tais informações forem críveis, então acredite também, se puder (pois um homem já o relatou), que havia um templo de Vênus em que ardia uma lâmpada que nenhum vento ou água era capaz de apagar, sendo por isso chamada de a lâmpada inextinguível. (Ibid., 6.325).

 

Os assírios foram os primeiros a introduzir o culto a Vênus; a eles se seguiram os adoradores de Páfia, no Chipre, os fenícios e os habitantes de Citera, que (segundo Egeu) foram seguidos pelos atenienses.

 

Entre os lacedemônios, Vênus Armatha (Armata significa “abastecida com armas”. Pausânias menciona um templo de Vênus Armada em Lacônia: ―Não muito longe daqui, você verá uma colina não muito alta, na qual há um antigo templo e uma estátua armada para o culto de Afrodite (Cuide to Greece 3.15.10 [Levi, 2:53]). Não é de se admirar que os belicosos espartanos adorassem uma Vênus guerreira.

 

Em Delfos, Vênus Epitybia (Afrodite Epitymbia (Afrodite da Tumba), equivalente a Vênus Libitina (libitinarii: coveiros), uma Deusa dos mortos. Plutarco menciona uma estátua de Afrodite Epitymbia em Delfos para a qual os espíritos dos mortos eram invocados (Roman Questions 23). Ele explica a aparente incongruência da Deusa do amor na condição de Deusa da tumba dizendo que a única e mesma divindade governa tanto o nascimento quanto a morte, e que a Deusa mostra a verdade de que a morte não deve ser temida, mas sim desejada - um sentimento compatível com a paixão romana pelo suicídio.

 

Outros epítetos igualmente improváveis para Afrodite são Cavadora de Covas, Deusa das Profundezas e a Deusa Sombria.

 

Ela também era adorada pelos coanos; e, em Amathus, uma ilha do Mar Egeu e, em Mênfis, uma cidade do Egito; em Gnido (A mais famosa estátua de Afrodite no mundo antigo ficava em um templo em Gnidus [Cnido}). Era uma obra de Praxíteles, sendo depois imitada nas moedas da cidade e muito copiada. Há uma reprodução no Vaticano.

 

Era cultuada na Sicília, e no Bosque de Idálio, além da cidade de Hipepa, e em Erice uma montanha da Sicília; também na Caledônia, Cirene e Samos; e não há registro (segundo o testemunho de Aristóteles) de nenhum culto dos antigos Deuses com cerimônias grandiosas em mais lugares.

 

O Sol é chamado de Febo, Diespiter, Apolo, Titã, Peã, Phanes, Hórus, Osíris, como no oráculo (citado por Eusébio em Praeparatio evangelica.) :

 

“O Sol, Osíris, alegre Dioniso

Apolo, Hórus, rei que governa o dia

Que altera os tempos, que traz vento e chuva,

O rei dos astros e a chama imortal.”

 

Ele é chamado ainda de Arcitenes, ardente, incandescente, dourado, em chamas, radiante, de cabelos em chamas, de cabelos dourados, olho do mundo, Lúcifer, o que tudo vê, o que tudo governa, o criador da luz, o rei dos astros. 

 

Os atenienses o chamavam de Alexicacon e Homero de Vlion, isto é, o que afasta as coisas malignas. Também é chamado de Febo por causa de sua beleza e brilho; e de Vulcano por sua violência incandescente, pois sua força consiste em muitos fogos. E é chamado de Sol, porque contém a luz de todas as estrelas; e por isso os assírios o chamavam de Hadade, que significa único; e os hebreus de Schemesch, que significa o próprio.

 

Acitas e a Trácia, adoravam o Sol. Os citas adoravam um único Deus, sacrificando a ele um cavalo; o mesmo faziam os heliopolenses e assírios. Os que adoravam o Sol com diferentes nomes: Delfos, Rhodes, os hiperbóreos e os milésios; e os montes Parnasso, Phaselus, Cynthus, Soracte eram consagrados a Apolo - Deus Sol. Também as ilhas de Delos, Claros, Tenedos e Mallois, um lugar na Ilha de Lesbos, e o Bosque de Grineia, além das cidades de Patara, Crisa, Tarapnas, Cirra, Delfos, Arrefina, Entrosi, Tegira; também Tebas, a Ilha de Naxos, Nise, uma cidade da Arábia, Callichoros, um rio da Paflagônia eram a ele consagrados sob o nome de Baco e Dioniso; também os montes Parnasso e Cítero da Boécia, onde se realizavam a cada dois anos os Bacanais; e os tamaritanos, povo vizinho dos hircanians adoravam Baco com cerimônias próprias.

 

A Luz de Lúcifer como símbolo da inteligência e razão, vemos na figura de Prometeu que rouba o fogo dos Deuses e entrega aos homens. Aquele que traz a luz, ilumina e traz razão à humanidade, e é punido por isso. Como Lúcifer cristão é punido por nos iluminar.

 

A beleza (estética) é uma matéria muito estudada e discutida na filosofia. Nosso apreço pela beleza é nosso apreço pela perfeição e nosso desejo de alcançar Deus. Pandora a primeira mulher, a mais bela, representa bem esse drama luciferiano, pois a ela é atribuída também os males do mundo.

 

Já o heroísmo atributo de Hércules, um semideus, faz com que Hércules após seus 12 trabalhos ascenda ao céu (Olimpo) e se torne de fato um Deus. No mito luciferiano vemos aquele que quer ser Deus, Lúcifer.

 

"Como caíste desde o céu, ó Lúcifer, filho da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações!

 

E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte.

 

Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.

E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo."

 

(Isaías 14:12-15)

 

Dizem que essa passagem acima é atribuída a Nabucodonosor, imperador da Babilônia na época em que os hebreus eram cativos na mesma Babilônia.

 

"Tu eras o querubim, ungido para cobrir, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas.

 

Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti."

 

(Ezequiel 28:14-15)

 

O interessante também de se apontar é que Jesus se intitula A Estrela D’Alva, A Estrela Da Manhã, Vênus, no apocalipse de João:

 

"Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã."

 

(Apocalipse 22:16)

 

"Então o Senhor disse a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu ao Senhor, e disse: De rodear a terra, e passear por ela."

 

(Jó 1:7)

 

O Diabo não foi dotado de cornos senão no quarto século da era cristã. É uma invenção puramente patrística que surgiu de seu desejo de relacionar o Deus Pã e os Pagãos Fauno e Sátiro à sua lenda Satânica. Os demônios do Paganismo não tinham cornos e eram tão destituídos de cauda quanto o Arcanjo Miguel na imaginação de seus adoradores. Os "cornos" eram no simbolismo Pagão um emblema do poder divino, da criação e da fertilidade na natureza.

 

Daí os cornos da cabra de Amon, de Baco e de Moisés nas medalhas antigas, e os cornos da vaca de Ísis e Diana etc., etc., e do Senhor Deus dos Profetas de Israel. Pois Habacuque fornece provas de que este simbolismo era aceito pelo "povo escolhido" e pelos gentios. No capítulo III este profeta fala do "Santo do monte Parã, do Senhor Deus que "vem de Temã e cujo resplendor é como a luz", e que tinha "cornos saindo de suas mãos".

 

O Sol morre quando no solstício de inverno no hemisfério norte, Yule. Em altas latitudes, o Sol desaparece do céu por 3 dias. Mesmo tempo que Jesus fica no Inferno antes de ressuscitar. O solstício de inferno no hemisfério norte marca a entrada do Sol no signo de Capricórnio.

 

Ora, capricórnio com sua forma de bode (Diabo) é regido por Saturno (Satã, o astro maléfico). Quem poderia matar o Sol (Deus) se não fosse o Diabo e Satã? Mas o Sol renasce todo ano. Assim, o apocalipse ocorre todo ano e retrata um evento astrológico – astronômico. O sol que sempre renasce era conhecido pelos romanos como Sol Invictus.

 

"Tu viste o que Azazyel (Lúcifer) tem feito, como ele tem ensinado toda espécie de iniquidade sobre a terra, e tem aberto ao mundo todas as coisas secretas que são feitas nos céus?"

 

(Enoque 9:5)

 

"Novamente o transportou o Diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles.

 

E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares."

 

(Mateus 4: 8-9)

 

CONJURO et confirmo super vos, Angelis fortes et boni, in nómine Adonay, Adonay, Adonay, Eye, Eye, Eye, Cados, Cados, Cados, Achim, Achim, Achim, La, La, fortis La, qui appauit in monte Sinai, cum glorificatione Regis Adonay, Saday, Sabaoth, Amatay, Ya, Ya, Ya. Marinata, Abim leia, qui María creavit, stagna et omnes aquas in secundo die, quasdam super coelos, et quasdam in terra. Sigillavit mare in alto nomine suo, et terminum, quem sibi posuit, non praeteribit; et per nomina angelorum, qui dominantur in primo exercitu; qui serviunt Orphaniel angelo magno, pretioso et honorato; et per nomen stella, qua est in luna et per nomina praedicta super, te conjuro scilicet, Gabriel, qui est praepositus diei Lunae secundo, quod pro me labores et adimpleas omnem meam patitionem, justa meum velle et votum meum, in negotio et causa mea. Amén.

 

"Por isso alegrai-vos, ó céus, e vós que neles habitais. Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo."

 

(Apocalipse 12:12)

 

Autor:

Yuri Karklin - Nome civil

Eosphorus Pluto Eleutherios - Nome Mágicko

 

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