Bruxaria Sem Dogmas: Como cheguei até aqui? Me tornando Sacerdote de Lúcifer, Bruxo, Mago, Macumbeiro, magista...

sábado, 20 de junho de 2020

Como cheguei até aqui? Me tornando Sacerdote de Lúcifer, Bruxo, Mago, Macumbeiro, magista...


Faz um tempo que publiquei que em todos meus anos e caminhada na magia tive a honra de presenciar Satã duas vezes. Recebi mensagens me pedindo para contar como foi esse acontecimento. Ok, vamos lá! Vou tentar ser o mais sucinto possível. Tudo começou...


Então, minha vida sempre foi cercada de misticismo. Lembro-me de muito, muito jovem ir em casas simples, de gente simples e pele escura para me benzer. Senhorinhas e Senhorzinhos. Contra olho gordo, quebranto, espinhela caída...


Desde a tenra idade era assombrado por visões de espíritos hostis. Eu sentia tanto medo. Rezava por horas e a visão desses espíritos hostis não se dissipavam.


Certa feita, minha família dizia que eu estava aguado. Aguado é quando uma criança não pode ver alguém comendo algo que fica olhando com olhos fundos para a comida do outro. A solução: Uma simpatia que consistia de pedir para 3 mulheres diferentes com o nome de Maria para preparar um prato cheio e me oferecer. Lembro-me como se fosse ontem, 3 pratos cheios de 3 Marias diferentes. Eu não tive o menor apetite. Minha mãe então disse que era pra eu pegar um pouquinho só de cada um dos 3 pratos. E assim o fiz. Me curei do estado ‘aguado’.


Lembro-me de ouvir conselhos e receber passes de vários Pretos Velhos e Pretas Velhas em diferentes terreiros. Fui numa infinidade de terreiros.


O tempo foi passando e me revoltei contra Deus e a crença no além. Era adolescente e é nessa fase que realmente contestamos e nos revoltamos com tudo. Eu me revoltei com só ter visões de espíritos hostis. Aonde estavam meus guias, meus protetores, meu anjo da guarda? – Pensava, eu.


Virei ateu, punk, anarquista e me envolvi com o discurso de que religião era ópio do povo. Até que comecei a sentir uma dor no peito que não passava e só ia aumentando.


Minha mãe me levou num Senhor para eu benzer. Lembro-me até hoje da arrogância com que entrei na sala. O senhor, Seu Angemiro, estava sentado numa cadeira sob transe. Pegou minha mão, não perguntou meu problema, olhou fundo nos meus olhos e disse: Você não acredita em Deus não né?!


Se eu fizer o que veio buscar aqui, você acreditará em Deus?! Pensei, titubeei, já iria falar com o homem que Deus isso e aquilo até que senti uma dor muito forte no peito. Disse com dor e desespero: Sim, se você me curar acreditarei em Deus.


Ele disse feche os olhos e senti meu corpo cair em direção ao homem sentado e abri os olhos assustado. Ele disse calmamente: Não tenha medo, pode soltar o corpo, você não vai cair.


A última coisa de que me lembro eram umas palavras no meu ouvido que pareciam língua indígena. Passou um tempo grande, como se eu tivesse adormecido. Certa feita, nesse ‘sonho’ me despertei enquanto consciência. Olhei pra mim e meu corpo era todo uma luz vermelha em volta de um breu imenso.


Aí fui tomando consciência e me perguntava aonde eu estava. Até que lembrei da voz indígena no meu ouvido e me lembrei do Senhor sentado na cadeira. Abri os olhos de supetão puxando forte o fôlego, lembro-me como se fosse ontem.


Olhei para o Seu Angemiro, ele com o mesmo olhar profundo me perguntou: Sente alguma dor, acredita agora em Deus? Eu: Não sinto mais dor.

Lembrei da experiência fantástica que tive, relutei, todo meu manual (dogma) anarquista de que Deus era o ópio do povo caiu por terra. Disse, sim, agora acredito em Deus!


Ele então disse, saia da sala e entre de novo por essa porta. Saí e ao voltar entendi o que ele queria. Queria ver se eu entraria na sala dele com a mesma arrogância de quando cheguei. E realmente, dessa vez, não vibrei na arrogância, mas sim na gratidão.


Eu iria chegar atrasado na aula, tinha prova, o centro daquele homem era muito longe da minha casa e escola. Ele disse: Não se preocupe. Vai chegar na escola no segundo horário e encontrará o portão aberto sem ser interpelado por ninguém. E foi assim que aconteceu.


Saí dali tão maravilhado com aquela experiência e ainda teve algo a mais. Eu via luzes coloridas envolta das pessoas depois daquela experiência. Ficava tão maravilhado com aquelas visões e pensava: Mano, estou vendo aura! Bem diferente das visões assustadoras da tenra infância.


Me deparei com outro problema. Pensava, como vou falar com meus amigos, punks, headbangers, black metals... que agora acreditava em Deus?

Fui me acostumando aos poucos e aos poucos fui assumindo para meus amigos que agora acreditava em Deus.


O tempo foi passando e cada vez mais me apaixonava por tudo o que fosse espiritual. Aí tive a brilhante ideia de tentar e conseguir incorporar espíritos para a diversão dos meus amigos. Fazia isso até em cemitério, sem nenhum preparo ou orientação.


Um dia desses, sonhei que voava, acontecerem muitas coisas nesse sonho, mas o que queria citar é que o ápice do sonho foi quando olhei a mão do meu amigo e vi o planeta Terra em 3D girando na palma dele.


Eu via a natureza na Terra livre da destruição do homem na palma da mão do meu amigo. Era linda aquela visão. Hoje esse meu amigo é ativista nas causas contra a exploração e morte de animais.


Minha irmã apareceu no sonho e me pediu: Yuri, deixa eu ver sua palma da mão. Não sei porque temi isso. Tentava de toda forma não mostrar pra ela até que abri minha mão, olhei pra minha palma, e vi desenhado o número 666. Acordei horrorizado!


O tempo foi passando até que conheci uma casa de candomblé ao qual passei vários anos. Mas tal casa resolveu começar uma guerra mágica com outra casa. Resumo, todos saíram perdendo. Todos os membros de ambas as casas tiveram algo grave. Eu havia surtado!


Nunca mais voltei nessa casa de candomblé. Entre idas e vindas, até por exorcismos passei, até que finalmente, mesmo em uma família extremamente mística, finalmente me levaram ao médico.


Fui aos poucos voltando ao eixo e me foi orientado pelo próprio médico que eu não alimentasse pensamentos místicos ou religiosos. Me afastei de toda espiritualidade.


Estudei, passei e cursava biologia no UFMG. Há anos sem alimentar nenhum pensamento religioso para minha própria saúde mental.


Quando estava perto pra formar, de saco cheio de ler só livro acadêmico, fui na biblioteca olhar as estantes, procurando um livro qualquer que não fosse sobre biologia.

Aí me deparei com um livro na estante: Wicca - A Feitiçaria Moderna da autora Gerina Dunwich. Pra minha sorte, eu não sabia, essa era uma boa autora.


Ela vinha da tradição alexandrina de Wicca, fundada por Alex Sanders, dissidente da Wicca de Gardner. Além de ser um bom livro, a tradição alexandrina é mais à esquerda na magia que a gardneriana.


Devorei o livro, não era muito grosso, não me lembro se li o livro todo em um dia, fascinado com aquilo ou se levei mais de um dia para ler. Sei que foi rápido que li.


Sem temor algum fui logo executar uma coisa ou outra do livro. Eu que brincava de incorporar espírito no cemitério, temer alguma coisa do sobrenatural?


Aos poucos fui conhecendo os autores clássicos do ocultismo e fui lendo. Aprendi com dois autores também, Janet e Stewart Farrar, também alexandrinos.


Comecei a celebrar então os sabás e esbás. São oito sabás no ano que narram a trajetória do sol, O Deus na Wicca, ao longo do ano.


Os esbás celebram a lua. A única obrigação era celebrar pelo menos a lua cheia, da lua em todas as suas fases. Mas não, não celebrava só a lua cheia, eu fazia esbá toda semana. Quatro esbás num mês incluindo o esbá mais importante, que era quando a lua ficava cheia.


Um ano se passou, dois anos, até que comecei a executar goetia, um tipo de magia de conjuração de demônios.


Ah, esqueci de mencionar. Desde o começo, os Deuses patronos da minha Bruxaria eram Dianus Lucífaro, Diana e o filho do casal, Arádia.


Quando dei por mim ao invés de chamar o Deus de Dianus, comecei a chama-lo de Lúcifer.


Li e pratiquei alguns ritos do Livro Bruxaria Noturna do autor Konstantinos. Esse livro e suas práticas me fizeram perder de todo meu medo do escuro. Sim, era um adulto com medo do escuro.


Lúcifer não é um daemon da Goetia, até que descobri como evoca-lo, através do Grimorium Verum.


Tratei logo de decifrar o grimório até que finalmente evoquei Lúcifer.


Achava que não seria o mesmo Lúcifer, Deus pagão que cultuava. Para meu espanto, a presença que se manifestou era o mesmo Dianus Luciífero que celebrava na época da Wicca.


Depois de cumprir a roda do ano, sabás e esbás e ritos de auto iniciação, durante 3 anos, passei a entender sabá de outra forma e parei de celebrar datas fixas do ano. Mais um ano depois, totalizando 2, havia evocado e assentado todos os 72 daemons da goetia no jarro.


Aí finalmente chegamos em Satã. Eu achava e afirmava que Satã seria uma face furiosa de Lúcifer. Tal interpretação de faces dos Deuses, vem da Wicca.


Numa lua cheia qualquer, já praticando o meu tipo de Bruxaria, fui aprendendo com os clássicos e com os espíritos. Evoquei Lúcifer, pelo sistema do Grimorium Verum, acendi o caldeirão e convidei ele para beber vinho comigo ao som da música Sympathy For The Devil da banda The Rolling Stones. Essa música fala sobre Lúcifer se apresentando a uma pessoa.


Estava no clímax do rito, já sentia Lúcifer brincando comigo em volta do caldeirão aceso. Até que senti uma presença além de Lúcifer.


Eram duas divindades ou entidades presentes naquela noite. Antes que eu olhasse pra traz, para olhar quem era a presença além de Lúcifer, ele sussurrou no meu ouvido: Ué, eu não sou uma face furiosa de Lúcifer? Como é possível sermos o mesmo e estarmos separados diante de você?


Me tremi todo e disse: Você é Satã! (Eita, isso de faces de Deus nesse caso estava equivocado). Ele falou muitas coisas comigo e disse que um dia voltaria.


Essa experiência foi um marco na minha trajetória na magia. Quando dei por mim, havia me tornado isso que vocês veem. Eosphorus Pluto Eleutherios dono do blog Bruxaria Sem Dogmas. Satã apareceu uma segunda vez, mas sobre isso já não me é permitido falar nada do ocorrido.


É isso. Essa é minha história e como cheguei até aqui. Quando dei por mim, havia me tornado sacerdote de Lúcifer e comecei a trabalhar com magia para clientes.


Autoria:
Eosphorus Pluto Eleutherios – Nome pagão.
Yuri Karklin – Nome civil. 

4 comentários:

  1. Belo relato! Que bom que compartilhou, algumas das coisas que vc passou tenho passado ultimamente. Tmb surtei e to dando um tempo na magia mas louco pra voltar. Não adianta quando nossa vida é mística parece que algo nos chama para isso.

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    1. Obrigado. Não alimente pensamentos místicos ou religiosos até estar bem novamente.

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  2. Belo relato! Que bom que compartilhou, algumas das coisas que vc passou tenho passado ultimamente. Tmb surtei e to dando um tempo na magia mas louco pra voltar. Não adianta quando nossa vida é mística parece que algo nos chama para isso.

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  3. Eu mandei e-mail para você no Gmail e no Yahoo mais ainda não tive sua resposta, até achei seu número em um dos comentários do seu blog mandei mensagem, não sei se esse ainda é seu número, mais se puder me responder em ambos nos emails e no Whatsapp o mais rápido possível, é que eu preciso da sua ajuda para fazer um ritual, eu quero invocar algum demônio ou até mesmo o próprio Lucifer para fazer um pacto por dinheiro não tenho problemas com consequências ou até mesmo trocar a alma por dinheiro eu quero fazer. Obrigado pela a atenção vou mandar mais emails para você e responda ainda esse mês por favor.

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