Bruxaria Sem Dogmas: Guardiões das Torres de Observação

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Guardiões das Torres de Observação

Guardiões das torres de observação

(Cena do filme The Craft)
Introdução:

Os Guardiões das Torres de Observação, são Seres que existem anteriormente à criação da Terra e da vida material na Terra. Portanto, Eles conhecem toda a história da Terra, e de cada história humana em particular. Os sistematizamos, dentro da mágicka, como os seres que protegem e possibilitam a criação do círculo mágicko. Geralmente, os organizamos no norte/terra, leste/ar, sul/fogo, oeste/água.


Dentro do círculo mágicko, existimos em uma realidade multidimensional. Não que não existimos em tal realidade, agora mesmo, sem círculo algum. Mas, dentro do círculo, fazemos isso de forma deliberada, controlada e consciente. Dentro do círculo, existimos no entre-mundos. Nele, podemos nos dirigir a qualquer realidade ou dimensões. Nele, rompemos o véu de Maya e saímos da realidade da ilusão, para a realidade plena. É claro que podemos ainda sermos iludidos por Maya, se não realizamos o rito de abertura do círculo mágicko corretamente. Mas mesmo em Maya, estamos em outra realidade no círculo. Estamos no entre mundos. É aí que os guardiões das torres de observação realizam seu papel. Com a mágicka deles, rompemos o véu da Ilusão, e nos projetamos para a realidade que se pretende na abertura do círculo. Eles além de nos possibilitarem esse romper de véu, protegem o círculo, para que nada que não condiz com o rito, entre no círculo. Ter além Deles no círculo, uma outra força divina ajuda grandemente no caráter de transposição de mundos e na proteção do mago/bruxo. Essa força pode ser Deuses, ou o sagrado anjo guardião. Nos processos iniciáticos, apresentamos o neófito aos Deuses, e aos Guardiões das Torres de Observação. Se o processo iniciático requer um novo nome ao néofito, esse novo nome deve ser dito aos Guardiões das Torres de Observação. Lembrando que os guardiões devem aceitar o néofito no círculo e seu novo nome. Para tal, é necessário um coração sincero, uma vontade firme, uma palavra poderosa, e uma fé sólida. Não tente enganar esses Seres, como dito acima, Eles conhecem toda a história da Terra. Eles conhecem suas palavras antes que elas saem de sua boca. Eles conhecem seu coração, mesmo que você tente escondê-lo. Não dá pra mentir para esses seres. Na melhor das hipóteses, você se auto iludirá. Na pior das hipóteses, você ganhará terríveis inimigos com forças descomunais.

Conteúdo:

O que muitos não sabem, é que os Guardiões das Torres de Observação, não são os mesmos sempre. Dependendo do rito e intenção mistérica, convidamos os seres certos ao propósito mágicko.

Na abertura do círculo, invocamos os guardiões através de seus nomes, alguma palavras que os caracterizam, e com os pentagramas apropriados. Como disse, norte/terra, leste/ar, sul/fogo, oeste/água. Não que não haja sistemas diferentes, mas todo sistema que já utilizei usa essa lógica acima. Vamos manter esse sistema para propósitos didáticos e por maior concordância mágicka.

Você deverá dizer o nome adequado do Guardião, traçar o pentagrama adequado, e dizer algumas palavras de suas atribuições.

Para saber com traçar os pentagramas da terra, ar, fogo e água, clique aqui: http://bruxariasemdogmas.blogspot.com.br/2015/06/entendendo-os-pentagramas-de-invocacao.html

1- Prática pagã:

Norte/terra:

“Vós senhores da Atalaias do norte, vós senhores da terra; Bóreas, tu guardião dos portais do norte; nós vos convocamos, incitamos e intimamos a testemunharem nossos ritos e protegerem o círculo.”

Leste/ar:

“Vós senhores da Atalaias do leste, vós senhores do ar; Eurius, tu guardião dos portais do leste; nós vos convocamos, incitamos e intimamos a testemunharem nossos ritos e protegerem o círculo.”

Sul/fogo:

“Vós senhores da Atalaias do sul, vós senhores do fogo; Notus, tu guardião dos portais do sul; nós vos convocamos, incitamos e intimamos a testemunharem nossos ritos e protegerem o círculo.”

Oeste/água:

“Vós senhores da Atalaias do oeste, vós senhores da água; Zephyrus, Senhores da morte e da iniciação, tu guardião dos portais do oeste; nós vos convocamos, incitamos e intimamos a testemunharem nossos ritos e protegerem o círculo.”

(Esse sistema e as palavras ditas, foram retirados do livro: “Oito Sabás para Bruxas” de Janet and Stewart Farrar)

Bóreas/Boreas:

Bóreas ou Boreas (em grego: Βορέας), na mitologia grega, é o vento norte, e, de acordo com Hesíodo, filho de Astreu e Eos, e irmão de Héspero, Eósforos, Euro, Zéfiro e Noto. Ele mora em uma caverna no Monte Haemon, na Trácia. Nas lendas da Ática, ele raptou Orítia, filha de Erecteu, com quem teve vários filhos, dentre os quais os boréadas, Zetes e Calais, Quione a deusa das neves e Cleópatra, esposa de Fineu.

Durante as Guerras Médicas, Bóreas ajudou os atenienses, destruindo os navios dos bárbaros. Ele também ajudou Megalópolis contra Esparta, e era honrado em Megalópolis com festivais anuais. De acordo com a tradição homérica, Bóreas foi o pai de doze cavalos com as éguas de Erictônio, o que é explicado como sendo uma forma figurativa de dizer que estes cavalos eram muito velozes. Na arca de Cípselo ele estava representando raptando Orítia, e no lugar de suas pernas havia serpentes. Festivais de Bóreas eram celebrados em Atenas e outros lugares.

(William Smith, Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology)

Eurius/Eurus/Euro:

Euro (em grego: Εύρος) é o nome dado ao vento do leste na mitologia e geografia da Grécia Antiga. Seu nome entre os marinheiros romanos era subsolanus.

Higino lista Favônio como um dos quatro ventos, filhos de Astreu e Aurora (os outros são Zéfiro, Bóreas e Noto) mas, segundo Aulo Gélio favonius é o nome romano do vento que sopra oposto ao Euro. Este vento não é mencionado por Hesíodo como os filhos de Eos e Astreu (que são Zéfiro, Bóreas, Noto e as estrelas).
(Ovídio, Metamorfoses, Livro I, 52-68 / Aulo Gélio, Noctes Atticae, Livro II, Capítulo 22, Informação sobre o vento chamado Iápix e sobre os nomes e os quadrantes de outros ventos, derivados dos discursos de Marco Favônio / Higino, Prefácio / Hesíodo, Teogonia, Os Deuses Titãs, 378-382)

Notus/Noto:

Na mitologia grega, Noto é responsável pelo vento do sul. Na mitologia Romana, está associado a Austro. Ao contrário dos seus irmãos Zéfiro e Bóreas, a mitologia não registra nenhum filho de Nótus.

Zephyrus/Zéfiro:

Na mitologia grega, Zéfiro (em grego Ζέφυρος, Zephyros) é o vento do oeste. Foi casado com Íris e vivia numa caverna da Trácia. Um dos mitos em que Zéfiro aparece mais proeminentemente é o de Jacinto, um belo e atlético príncipe espartano. Zéfiro enamorou-se de Jacinto e cortejou-o, tal como Apolo. Ambos competiram pelo seu amor, que veio a escolher Apolo, fazendo que Zéfiro enlouquecesse de ciúmes. Mais tarde, ao surpreendê-los praticando o lançamento do disco, Zéfiro soprou uma rajada de vento sobre eles, fazendo com que o disco golpeasse Jacinto na cabeça ao cair. Quando Jacinto morreu, Apolo criou a flor homonima com o seu sangue. Na história de Psiquê foi Zéfiro quem serviu a Eros transportando Psiquê até sua morada.


(Boreas abducting Orithyia. Painting by P. P. Rubens 1577-1640. Gemäldegalerie der Akademie der bildende Künste, Wien)

2- Prática pagã:

Nesse sistema, balança-se o incenso pra frente e pra trás, quatro vezes em cada quadrante (norte até oeste sentido horário). Depois se diz a conjuração e toca-se um sino três vezes em cada quadrante e faça-se a invocação. Porém, eu traçaria os pentagramas apropriados também.

Diga a conjuração, de preferência de frente ao altar que poderá estar aonde for possível, porém é preferível que esteja no norte ou leste se possível. Depois se diz o nome apropriado dos guardiões.

"Eu vos conclamo, ó Anciãos!
Vós que viveis além dos Reinos,
Vós que uma vez reinastes no Tempo antes do Tempo.
Vinde! Ouve o chamado!
Ajudai-me a abrir o Caminho, dai-me o Poder!
Descerrai os portais dos Reinos dos Deuses
E aparecei por estes nomes:"

Vá ao norte:
Toque o sino três vezes e chame por Tago! (Eu traçaria o pentagrama apropriado, nesse caso da terra. E o pentagrama apropriado em cada quadrante).

Vá ao leste:
Toque o sino três vezes e chame por Alpena!

Vá ao sul:
Toque o sino três vezes e chame por Settrano!

Vá ao oeste:
Toque o sino três vezes e chame por Meana!

Depois bata a varinha três vezes no altar.

Obs: Tentei descobrir a origem desse nomes e não achei!

(Esse sistema e as palavras ditas, foram retirados do livro: “Bruxaria Hereditária” de Raven Grimassi)

3- Prática estelar:

Nos antigos cultos estelares da mesopotâmia, havia quatro estrelas Reais (conhecidas como senhores), as quais eram chamadas de Guardiões. Cada uma dessas estrelas regia um dos quatro pontos cardeais. Esse sistema data de aproximadamente 3000 antes da era comum.

Aldebaran, assinalava o equinócio de primavera, Guardião do Leste.
Regulus, assinalava o solstício de verão, Guardião do Sul.
Antares, assinalava o equinócio de outono, Guardião do Oeste.
Fomalhaut, assinalava o solstício de inverno, Guardião do Norte.

(“Mistérios Wiccanos” de Raven Grimassi)

4- Prática elemental:

Em magia elemental, pode-se chamar os guardiões pelos nomes apropriados de quem governa os seres elementais.

Gob, terra/norte, senhor dos Gnomos.
Paralda, ar/leste, senhor dos Silfos.
Djin, fogo/sul, senhor das Salamandras.
Necksa, água/oeste, senhor das Ondinas.



5- Na magia angelical:

Rafael no leste/ar
Miguel no sul/fogo
Gabriel no oeste/água
Uriel no norte/terra




6- Na magia infernal:

Azazel/fogo/sul

Azazel – Eu te invoco Djinn do fogo do Quadrante do Sul, a tocha que me inflama, sacrifico-me em sua presença, como seu filho no caminho da Sombra na Luz.

Samael/ar/leste

Samael – Grande Dragão transformado, eu te invoco fulminante Lúcifer, a Estrela da Manhã do Leste, a Serpente-Anjo de Corvo Esmeralda que caiu na terra – desperte agora e abra adiante os portais da imaginação do Ar e dos Sonhos.

Mahazael/terra/norte

Mahazael – Pai dos Espíritos dos Bruxos, que abençoa e pragueja sob a oculta e resplendente lua, Eu o evoco em mim, iniciador da chama e do ferro, venha manifestar-se neste círculo. Besta Chifruda e Anjo Perfeito, desperta para o meu chamado no Norte! Na lareira e floresta tu caminhará comigo; no vale das sombras andará como eu; no deserto e na montanha você conduzirá meu corpo no círculo do teu ser! Mahzael, incarnado interiormente!

Azael/água/oeste

Azael – Como a vela queima no derredor e o sol que desaparece dentro da escuridão, Eu te chamo Azael – Espírito dos Portões do Oeste, do crepúsculo e da sepultura, eu te invoco adiante. Mostre até mim sua máscara dos mortos e envolva-me no espírito do teu ser, Eu desejo caminhar entre a luz e a escuridão. Eu venho à ti como Besta do Oceano, a insurreição do Dragão!
Abram adiante o caminho das serpentes! Abra-se o caminho do Dragão!
Hekas! Hekas! Hekas!

(Extraído do livro “Luciferian Goetia” Michael W. Ford)

Porém, Agrippa associa Samael ao fogo, Azazel ao ar, Azael à água e Mahazael à terra.



7- Outro exemplo:

Oh ORIENS, distinto rei que reina e governa no Leste, cujo domínio e reinado teve início no começo do mundo e que durará até o final dos tempos;

Oh PAYMON, poderoso e glorioso rei, que tens domínio sobre a região Ocidental do céu;

Oh EGYN, rei forte, cujo reinado e império se estendem até as regiões frias do Norte;

Oh AMAYMON, nobilíssimo rei, que tem domínio sobre as regiões do Sul.

(EXPERIMENTO DE AMOR E COMO ELE É REALIZADO – “The key of Solomon the king” S. Liddell MacGregor Mathers.)

Considerações finais:


Essa foi uma parcial dos vários tipos de sistemas que atribuem diferentes nomes aos Guardiões das Torres de Observação. Dependendo do sistema, se trata de egrégoras que não se tocam, ou de uma questão hierárquica. Para cada sistema, uma atribuição.





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