Três
pilares do luciferianismo:
(Conhecimento,
beleza e heroísmo)
FIGURA
1:
Prometeu
e o fogo sagrado
FIGURA
2:
Prometeu sempre teve um
talento para as artes plásticas. Seu pai era o velho Japeto, um dos titãs.
Japeto era tão velho que emparelhava com a idade de Saturno.
Japeto nutria esperança
grandiosa pelo futuro de Prometeu. Sua esposa Ásia sempre ouvia as histórias
grandiosas que Prometeu estaria destinado.
Desde de menino, Prometeu
vivia metido no barro modelando seres incríveis. Quando cresceu, Prometeu teve
um ateliê e era admirado pela corte celestial como notável artífice.
Um dia um mensageiro chegou
à sua porta e disse:
- Prometeu, Júpiter decidiu
criar um novo ser sobre a Terra, que deve se assemelhar em aparência aos
Deuses.
“Um Deus de segunda categoria?
Para que?”, perguntou Prometeu para si mesmo.
Prometeu, como de costume,
não questionava e cumpria os desígnios que o incumbiam. Mas decidiu trabalhar
com mais afinco, pois queria que essa obra fosse sua obra-prima.
Prometeu criou a imagem e a
batizou de “Homem”. Rapidamente levou até Minerva para que Ela lhe insuflasse a
alma, mas tropeçou e deixou a imagem cair. Na queda sua criação perdeu uma de
suas três maravilhosas pernas. Prometeu ficou desconsolado. Mas como o prazo já
havia terminado levou a imagem assim mesmo. No lugar da terceira perna ficou
apenas uma saliência, que o Deus, por descuido, havia esquecido.
Todos os Deuses aplaudiram
sua criação. Envaidecido e querendo que sua obra fosse mais perfeita, Prometeu
decidiu subir até os céus e roubar do carro do sol uma pequena chama.
FIGURA
3:
Os descendentes desse
primeiro homem logo entraram em desavença com o pai supremo, Júpiter. Júpiter
encolerizado decidiu puni-los retirando dos homens o fogo, que dava aos seus
corpos sem penas e pelos espessos o calor. Assim como ficaram desprovidos do fogo
externo para a manufatura de armas e ferramentas.
Em todo mundo não se ouviu
mais o som das forjas, bigornas e martelos. De noite, os homens se envolviam em
peles e se escondiam em cavernas frias, e sem o calor do fogo, padeciam de
frio. Além de terem que comer alimentos crus.
Prometeu, padecendo dos
sofrimentos de sua criação, decidiu outra vez roubar dos céus uma fagulha do
divino elemento.
Aproveitando o escuro da
noite, enrolou-se num manto e subiu aos céus, até onde o sol repousava de sua
longa viagem. Com um tição apagado o acendeu nas costas do astro que dormia.
Antes que o dia amanhecesse
outra vez, uma imensa fogueira ardia bem no centro da Terra, onde os homens,
felizes, foram recolher o fogo bendito para esquentar seus corpos e para
fabricar seus instrumentos metalúrgicos.
Júpiter ao saber do fato
ficou enfurecido. No mesmo dia ordenou que aprisionasse Prometeu a um rochedo
no Cáucaso. E decretou que Prometeu estaria para sempre preso naquele rochedo.
Ordenou também que soltassem sobre a região um grande abutre, cuja função seria
devorar incansavelmente o fígado de Prometeu.
Prometeu no mesmo dia foi
aprisionado no rochedo e de hora em hora o abutre vinha lhe devorar o fígado. Quando
o fígado se regenerava, voltava o abutre para devorar novamente.
Por séculos Prometeu ficou
nesse martírio, até que Hércules em uma de suas aventuras acabou matando o abutre
que torturava Prometeu. Não podia libertar Prometeu, pois iria ganhar a ira de
seu pai, Júpiter, que havia decretado que pela eternidade Prometeu estaria
ligado ao rochedo. Brilhantemente, Hércules quebrou uma lasca do rochedo e
prendeu em um anel que deu a Prometeu. Em seguida, o libertou. Com o anel,
Prometeu estaria pela eternidade preso ao rochedo.
FIGURA
4:
O mito de Prometeu, nos fala
de uma divindade que por trazer luz (fogo) aos homens, é punido. Esse fogo
simbolicamente é associado com a chama da consciência. Iluminar a humanidade,
tirá-la da ignorância. A serpente do éden nos tira o véu de nossa inocência e
somos punidos assim como a serpente que agora tem de se rastejar pelo chão. O
mito de Prometeu é um mito luciferiano. Lúcifer é a divindade que é punida a
habitar o inferno por iluminar a humanidade, tirando a humanidade da cegueira e
do julgo de um Deus cruel.
FIGURA
5:
A
caixa de Pandora
FIGURA
6:
Epimeteu era irmão de
Prometeu, o titã que modelou o primeiro homem do barro. Temendo que Júpiter
viesse a querer vingar-se dele ou do gênero humano, Prometeu decidiu um dia
alertar o seu desavisado irmão:
- Epimeteu, tome cuidado com
os presentes que receber de Júpiter!
Enquanto isso, Júpiter havia
ordenado a Vulcano – o artífice- que criasse uma nova criatura, uma parelha
para o homem.
Concentrado em sua oficina
com a Deusa Minerva, os dois se empenharam na tarefa. Até que concluíram.
- Nunca nada de mais
perfeito saiu de suas talentosas mãos, excelente Vulcano! – disse Minerva.
FIGURA
7:
Diante dos dois estava uma
linda mulher, quase tão bela quanto a mais bela das Deusas. Ao leva-la a
Júpiter, ele disse: -Vocês excederam em tudo o que se refere à beleza!
- Batizamos ela de Pandora,
meu pai – disse Minerva. – O que acha deste nome?
-Pandora, Pandora, repetiu
Júpiter, deliciado.
Antes de dispensar a criatura,
Júpiter a chamou num canto.
- Venha cá, Pandora, tenho
um presente para você. Quero que leve isso aos mortais, entregando-lhe uma
caixa dourada.
Pandora ficou fascinada com
a caixa e quis abri-la. Ao que foi interrompida por Júpiter.
- Não, Pandora, não faça
isso! É para ser mantida sempre assim, hermeticamente fechada.
FIGURA
8:
No mesmo dia os dois
presentes chegaram às mãos de Epimeteu. E se encantou por Pandora.
Entusiasmado, Epimeteu decidiu instalar Pandora em seu quarto. No quarto
Pandora admirava a beleza da caixa dourada, olhava todos os cantos da caixa.
Além de achar a caixa extremamente linda, Pandora nutria imensa curiosidade
sobre o que havia dentro daquela caixa.
Sem conseguir conter sua
curiosidade, Pandora abriu só um pouquinho a caixa para espionar. Nem bem abriu
um pouquinho a caixa, foi arrebatada ao chão. Pandora viu escapar de dentro da
caixa algo a princípio sem forma e que depois se aparentou com uma caveira.
Depois saíram vários rostos deformados, cobertos de pústulas, como se fossem o
retrato horrendo da Doença. Dentre as várias criaturas que escaparam, Pandora teve
o desgosto de ver personificados todos os vícios. A Inveja lhe apareceu sob a
forma de uma mulher velha. A Gula sob a forma rotunda de uma mulher.
Pandora aterrorizada não
conseguia fechar a maldita caixa. Viu sair a Avareza, a Arrogância, a Crueldade,
o Egoísmo, todos os vícios e defeitos humanos. Até que finalmente Ela conseguiu
fechar a caixa.
Mas o mal já havia sido
feito. Percebendo que nada ficara ali dentro, olhou ainda mais uma vez para o
fundo da caixa. Um rosto maravilhosamente belo e eternamente jovem a observava
dali.
- Quem é você? – disse Pandora,
ainda temerosa.
- Eu sou a Esperança – disse
o belo rosto.
Foi carregando esse valioso
presente que Pandora se apresentou diante dos homens.
FIGURA
9:
Tirando várias
interpretações mitológicas, sobre a tirania de Júpiter e até mesmo um machismo
intrínseco ao nos fazer pensar que todo o mal veio da mulher, temos nessas duas
divindades, Pandora e Prometeu, dois Deuses que presenteiam a humanidade.
Prometeu nos dá a consciência,
o fogo. Pandora nos dá o senso estético, a beleza. A humanidade com sua
consciência e seu senso estético é o que a torna humana. A estética e nossa fascínio
pelo que é belo é bem discutido na filosofia. O belo, querer o belo, almejar a
beleza é uma grande característica humana que nos faz produzir maravilhas e
esperar um futuro melhor em direção ao belo. Esse esperar um futuro melhor é o
presente de Pandora a nós. A Esperança.
Como já discuti, existem
dois caracteres importantíssimos na figura de Lúcifer, na ideia luciferiana.
Lúcifer é ao mesmo tempo o Sol e Vênus. Enquanto nos mistérios do sol temos a
figura do redentor e do que ilumina, expresso na figura de Prometeu. Na esfera
de Vênus temos o senso da estética e nosso fascínio pelo belo. Na esfera de
Vênus luciferiana temos Pandora. Pandora fascinada pelo belo, acaba sendo
punida com vícios e imperfeições.
Assim, na figura de Pandora
e Prometeu, temos beleza e consciência respectivamente. Note também que uma é
divindade feminina e outra masculina. Lúcifer ao se associar com o planeta
extremamente feminino de Vênus possui esse lado estético do feminino. E ao se
associar ao sol, possui o lado da consciência que agora desperta pode admirar e
almejar a beleza. Mas assim como no mito de Lúcifer que é punido por querer se
tornar Deus (inteligência e beleza), Pandora e Prometeu também o são. Lúcifer
embora masculino, poderia ser verdadeiramente entendido como uma divindade andrógena.
Os
12 trabalhos de Hércules
FIGURA
10:
Hércules era filho de
Alcmena, casada com Anfitrião. Júpiter tomou a forma de Anfitrião, fecundo-a,
dando origem ao herói. Junto com ele nasceu outro menino, chamado Ificles, este
filho de Anfitrião, que se tornaria tão obscuro quanto Hércules se tornaria
famoso.
Juno a esposa de Júpiter,
naturalmente não gostou nem um pouco da infidelidade do marido e tomou-se de
antipatia pelo filho bastardo de Júpiter.
Certa vez, Alcmena, mãe dos
dois garotos, após banhá-los e amamentá-los, deitou-os sobre um escudo de
bronze. Enquanto brincavam, duas serpentes surgiram em direção a eles. Vinham
as duas a mando de Juno para acabar com a vida de Hércules.
Hércules desde o berço era
destemido e atacou as duas cobras. Com uma serpente em cada mão, apertou-lhes o
pescoço com tanta força que as estrangulou, salvando a si e ao irmão da morte
certa.
FIGURA
11:
Hércules cresceu e casou-se
com Megara, filha de Creonte, com quem teve vários filhos.
Juno ainda queria acabar com
Hércules mesmo adulto, a mágoa não havia passado. Assim Juno concebeu um
terrível plano.
Hércules estava com sua
esposa Megara e seus filhos quando foi tomado de uma súbita loucura.
Em surto, ele disse:
- Deem-me o arco e a maça!
Tenho que ir a Micenas destruir as muralhas erguidas pelos ciclopes. Montado em
um carro imaginário, Hércules empunhava suas rédeas irreais:
-Eia, cavalos! Adiante,
vamos combater os ciclopes!
Hércules saiu nesse estado
por todo o palácio assustando Megara e os filhos. No seu delírio, viu nos
filhos e esposa seus inimigos. Hércules abateu um a um até que todos estivessem
mortos.
FIGURA
12:
No Olimpo, Juno deliciava-se
com o espetáculo da ruína de seu desafeto. Mas Hércules em sua loucura decidiu
investir contra seu próprio pai, Júpiter. Minerva, adiantando-se, derrubou o
herói com um raio, antes que ele provocasse novas desgraças. Quando recobrou a
consciência, Hércules deu-se conta da monstruosidade que praticara.
Tomado pelo remorso, o herói
condenou-se ao exílio. Durante muitos anos Hércules vagou, até que consultando
um oráculo, este lhe ordenou que fosse ao encontro de Euristeu, rei de Micenas
e de Tirinto, primo de Hércules e rival deste pela disputa do trono.
Assim que esteve diante de
Euristeu, Hércules escutou as palavras:
- Só há um meio de purificar-se.
Você deverá realizar para mim os doze trabalhos que vou explicar.
Após ouvir, Hércules partiu
decidido a cumpri-las, nesta que seria a maior de suas aventuras.
Primeiro
trabalho:
FIGURA
13:
O primeiro trabalho de
Hércules consistia em matar o terrível leão de Neméia. Esse leão era o maior
que surgira, dotado de extraordinária ferocidade, matava qualquer um que
cruzasse o seu caminho.
Hércules, assim que esteve
diante do leão, disparou todas as suas flechas. Mas o couro do leão era tão
grosso que nenhuma delas conseguiu penetrar-lhe.
Hércules pegou sua pesada
maça e avançou para a fera. Desferiu um golpe na cabeça do leão, mas o porrete
esfarelou-se em contato com os ossos duros do leão.
O leão fugiu para uma gruta
e esperou novas investidas do herói. Hércules decidiu enfrentar o leão com as
próprias mãos. Hércules então estrangula o leão. Feliz com sua vitória, tirou a
pele do animal e passou a vesti-la, tornando-se este o seu traje mais
característico.
Vemos nesse mito do herói
uma característica luciferiana. Hércules um semideus é punido e perseguido por
uma divindade, Juno. Ele sem culpa alguma e sem pecado original comete um crime
contra sua família fruto de uma manipulação divina. Agora o herói busca a redenção.
O mito do herói é o mito de Tiphareth, do sol.
O primeiro trabalho nos mostra
que algum aspirante nos mistérios luciferianos, deve enfrentar a fera leonina.
O leão é o símbolo do orgulho. O orgulho que carregamos em nós. Nenhuma arma
externa dá conta do nosso leão interior. Nenhum athame, varinha, bastão ou
espada. Para domar o nosso leão temos que ir de mãos nuas e com nossas próprias
forças estrangular o grande e terrível leão. Outro simbolismo é que o herói ou
o luciferiano deve domar o elemento fogo representado pelo leão.
Segundo
trabalho:
FIGURA
14:
O segundo trabalho de
Hércules consistia em derrotar a temida hidra de Lerna – uma serpente
gigantesca dotada de várias cabeças, que tinham a particularidade de renascer
instantaneamente tão logo eram cortadas, sendo que a do meio era imortal.
Hércules foi para essa
tarefa junto de seu servo Iolaus. Hércules avançou pelo pântano de Lerna. A
hidra se enroscou no seu pé e ele com o porrete começou a esmagar as cabeças da
hidra. No entanto, a cada uma que destroçava, via logo surgir outra em seu
lugar.
- Iolaus, acenda um tição e
jogue para mim! – gritou ao criado.
Tão logo agarrou o bastão em
chamas, Hércules foi cauterizando os buracos de onde surgiam as cabeças, até
que restou só a cabeça do meio. Sem poder matar a cabeça imortal, o herói
suspendeu a hidra e a lançou no fundo de um profundo abismo. Ergueu uma imensa
montanha, arremessou-a sobre o abismo, enterrando para sempre a hidra.
Ao enfrentar esse monstro do
pântano. O herói domina os mistérios da água. A água do pântano é escura, nos
remete às nossas mais profundas emoções e nossas mais profunda consciência. O
herói avança assim, rumo a auto deificação.
Terceiro
trabalho:
FIGURA
15:
O terceiro trabalho foi mais
modesto.
Diana, a Deusa das
caçadoras, possuía cinco corças. Quatro delas estavam atreladas ao seu carro,
enquanto a quinta, que possuía lindos chifres de ouro, andava à solta pelos
bosques. A missão de Hércules era captura-la e leva-la até Euristeu.
Apesar da aparente
facilidade da tarefa, o herói consumiu um ano inteiro nesta busca: a corça era
tão ou mais arredia do que a própria dona. Mas ao fim de um ano, o herói
conseguiu captura-la.
Aqui entramos nos mistérios
da terra. Nessa etapa dos trabalhos, o herói deve adentrar o bosque e só voltar
quando domar o animal selvagem. Simbolicamente, esse animal selvagem, essa
corça selvagem, nos diz de nosso lado indomável, que deve despender muito de
nossos esforços, no caso de Hércules um ano, para domar sua natureza selvagem.
Quarto
trabalho:
FIGURA
16:
O quarto trabalho consistia
em capturar o javali de Erimanto – um javali monstruoso que assolava toda a
região. Após enfrentar a fera, arrancando-lhe as presas, Hércules levou até
Heristeu, que, tomado de pavor diante da visão do animal, correu para dentro de
um enorme tonel de bronze.
Vendo Euristeu que nos
exercícios de força Hércules era imbatível, decidiu expô-lo a uma missão de
natureza humilhante, no seu quinto trabalho:
- Quero que você vá limpar
as estrebarias de Áugias!
Esse é o segundo trabalho
ligado com o elemento terra. O Javali representa a gula. Representa domar o
instinto oral. A fase oral de uma criança é um período bem estudado da
psicologia. Essa fase e área mal trabalhada, pode levar ao vício da gula, assim
como o vício de fumar, ou seja, de sempre levar algo à boca.
Quinto
trabalho:
FIGURA
17:
Áugias era dono de um imenso
rebanho e suas estrebarias jamais haviam sido limpas. Montanhas de estrume
quase impediam a entrada dos animais.
- Façamos uma aposta – disse
Hércules.
- Caso eu consiga limpar
suas estrebarias em menos de um dia, quero que você me dê uma décima parte de
seu rebanho.
- Está bem, senhor limpador
de estrumes, vamos ver sua eficiência – disse Áugias.
Hércules durante o dia
inteiro se empenhou na tarefa fétida. Porém, viu que seus esforços seriam
inúteis. Resolveu então mudar de estratégia. Avistando um rio correu para lá
com uma pá. Com ela cavou um imenso desvio indo desaguar em cheio na estrebaria.
A estrebaria ficou limpa e Hércules ainda teve tempo de voltar o rio para o
curso normal antes da chegada de Áugias.
Áugias entretanto não
cumpriu sua parte no acordo. Disse: - Adeus lacaio, e obrigado pelo brilhante
serviço. O herói diante de tamanha afronta, ergueu nos braços o atrevido e o
estrangulou.
Nessa etapa o herói mesmo em
sua grandeza, deve se humilhar e realizar um trabalho indigno. Essa é a lição
do quinto trabalho, humildade e perspicácia para solucionar tão difícil e
humilhante tarefa.
Sexto
trabalho:
FIGURA
18:
O sexto trabalho consistia
em exterminar as aves mortíferas que assolavam o lago Estínfale. Essas aves
eram negras como a noite e tinham asas, cabeças e bicos de ferro, habitando um
pântano eriçado de espinhos.
Era dia claro ainda quando
Hércules chegou à beira do pântano. Um sol imenso ainda estava erguido no céu e
não havia nem sinal de nenhuma das aves. Hércules começou a tocar um címbalo.
Imediatamente uma nuvem negra de aves chegou e tapou o sol transformando o dia
em noite. Acendendo um archote, Hércules iluminou a cena, enxergando
nitidamente as aves que desciam sobre ele com bicos de ferro.
Com seu porrete começou
abatê-las aos montes. Depois de mais de dez mil golpes conseguiu exterminá-las.
Quando terminou a tarefa o pântano estava repleto de aves.
Nessa etapa o herói enfrenta
os desafios e mistérios do ar, representado pelo címbalo e pelas aves.
Sétimo
trabalho:
FIGURA
19:
A filha de Euristeu queria
de todo modo o cinto e o véu de Hipólita, a rainha das amazonas. Esse presentes
foram dadas a Hipólita por Marte, o Deus da guerra, em reconhecimento por seu
valor e bravura nos campos de combate.
Hércules chegou ao país das
amazonas e foi bem recebido por Hipólita. Com cortesia conseguiu que Hipólita
lhe concedesse os acessórios. Juno estava atenta e conseguir fazer crer às
súditas de Hipólita que Hércules pretendia raptar sua rainha.
Montadas em seus cavalos, as
guerreiras atacaram Hércules e seus soldados. Na briga que durou um dia
inteiro, Hércules acabou matando Hipólita no terrível duelo.
Nessa etapa, o herói vence
os desafios da guerra, representado por Marte e as amazonas. Como prêmio leva
consigo elementos para sua armadura. Toda guerra tem baixas e a morte de
Hipólita foi inevitável.
Oitavo
trabalho:
FIGURA
20:
Diomedes, filho de Marte e
rei da Trácia, tinha quatro maravilhosos cavalos, que expeliam fogo pelas
ventas e se alimentavam somente de carne humana. A diversão de Diomedes era
lançar forasteiros vivos aos cavalos para os alimentar.
Hércules chega ao reino e
Diomedes manda seus cavalos ataca-lo, pois Hércules era um forasteiro. Hércules,
no entanto, montou num salto ágil sobre um dos cavalos. Domou-o e amassou-o,
fazendo o mesmo com os outros três. Até que tinha todos os cavalos amansados
diante de seus pés. Pegando pelas rédeas Hércules reconduziu os cavalos para o
estábulo.
Retornou para se entender
com seu péssimo anfitrião. Hércules, sem dizer nada, ergueu o dono dos cavalos
numa única mão e o lançou para dentro da estrebaria. E Diomedes foi morto por
seus próprios cavalos.
Nessa etapa, embora com
essas bestas em forma de cavalo, o herói enfrenta um homem. Essa etapa do herói
consiste em derrotar seu inimigo humano.
Nono
trabalho:
FIGURA
21:
Euristeu disse que o nono
trabalho seria roubar os bois do gigante Gerião e trazê-los para ele.
Hércules chega ao país de
Gerião e ao local onde estavam os bois. Eram bois enormes, da cor do sangue.
Guardando-os estavam o gigante Euritião e o cão Ortro, irmão de Cérbero, o cão
de três cabeças que guarda a entrada do inferno.
Ortro era o irmão mais novo
do famoso cão de três cabeças – Cérbero, mas Ortro tinha somente duas cabeças.
Ao avistar Hércules, Ortro atirou-se sobre o seu pescoço. Mas Hércules conseguiu
quebrar os dois pescoços do cão.
Em seguida, atracou-se com o
gigante Euritão, derrotando-o. Quando já se retirava levando consigo os bois,
Gerião o proprietário dos bois apareceu. Dos pés à cintura era um gigante
normal; porém, da cintura para cima, possuía três troncos. Eram três homens em
um.
O gigante avançou com seus
seis braços, armados de três espadas e três escudos. Hércules tinha apenas sua
maça e o escudo que Minerva lhe presenteara-lhe.
Durante uma tarde inteira os
dois trocaram golpes, até que Hércules percebeu que se da cintura para cima
estava em desvantagem, da cintura para baixo as coisas estavam em pé de
igualdade. Hércules atinge as pernas do gigante que cai de joelhos, sem poder
ergue-se novamente. Assim Hércules pode esmigalhar as três cabeças do gigante.
Aqui o herói enfrenta
gigantes. Aqui o herói tem de enfrentar quem é mais forte que ele.
Quando Hércules voltava
dessa missão, teve de enfrentar outro inimigo. Esse inimigo era Caco, famoso
ladrão de tamanho descomunal que habitava as cavernas do monte Aventino.
Enquanto Hércules dormia, o ladrão roubou algum de seus bois.
O ladrão conduziu os bois
puxando-os pelo rabo forçando-os a marchar de costas e assim produzir pegadas
falsas.
Hércules chega na entrada da
caverna em que estava Caco.
- Ei, gigante, não viu
algumas reses perdidas passarem aqui?
- Não senhor, sinto muito! –
disse o gigante.
Hércules estava prestes a ser
enganado quando ouviu mugir um dos bois dentro da caverna.
Caco vomitou fogo, entrou
para dentro da caverna e a tapou com uma imensa pedra.
Hércules com um soco
poderoso estraçalhou a rocha.
- Devolva os meus bois,
ladrão miserável! – dizia Hércules furioso.
Chegando no interior da
caverna, Hércules encontra o gigante que cuspindo fogo pela boca avança nele.
Hércules o estrangula e leva seus bois.
Nesse episódio, vemos que no
meio da jornada do heróis, ele acaba enfrentando outros desafios que não
estavam em seus doze trabalhos originais.
Décimo
trabalho:
FIGURA
22:
Domar o terrível touro de
Creta.
Este animal era uma fera sanguinária
que devastava toda aquela região. Hércules chegou a Creta e pegou o touro a
unha, obrigando a curvar seus chifres afiados em direção à terra. Esse desafio
foi um dos menos empolgantes, visto que Teseu já havia feito algo semelhante e
Jasão havia domado dois touros parecidos.
Agora o herói começa a
sentir confiante, se sentindo invencível.
Décimo
primeiro trabalho:
FIGURA
23:
O Jardim das Hespérides.
FIGURA
24:
Quando Juno se casou com
Júpiter recebeu das Hespérides várias maçãs de ouro, que nasceram numa árvore
situada no jardim delas. Hespérides eram filhas de Atlas, um dos titãs que
moveram guerra contra Júpiter. Derrotado, o gigante ficara obrigado, a partir
daí, a sustentar o mundo nos ombros.
FIGURA
25:
Junto à árvore estava
postado um imenso dragão, encarregado da guarda dos valiosos frutos.
O mito do dragão que guarda
tesouros é recorrente em várias mitologias. O herói tem de enfrentar o dragão
para conseguir alcançar os tesouros.
No caminho para pegar os
pomos de ouro é que Hércules liberta Prometeu do rochedo.
Hércules estava prestes a desistir,
pois em vão tentava chegar ao seu destino, quando encontrou em seu caminho o
exausto Atlas, pai das Hespérides.
- Bom dia, velho Atlas –
disse Hércules.
- Quem está aí?
- Eu sou Hércules e preciso
de uma informação.
- Diga.
- Quero saber onde fica o
jardim de suas filhas. Preciso das maçãs de ouro que lá estão.
- E por que pensa que as
daria gratuitamente?
- Se você me trouxer esses
preciosos frutos, eu carregarei, enquanto isso, o mundo nas costas para você.
(Aqui o herói tem que
carregar o mundo nas costas, que nos remete ao herói que salva a humanidade.)
Durante vários dias Hércules
esteve curvado ao peso do mundo.
Um dia viu Atlas regressar
com as maçãs douradas. O titã iria cumprir a palavra, mas depois de ver como
era bom estar livre de todo aquele peso, começou a achar que era melhor deixar
Hércules para sempre em seu lugar.
- Está bem – disse Hércules.
Antes, porém, permita que eu cumpra minha tarefa e leve os pomos preciosos a
Euristeu.
Atlas concordou. Nem bem
retomou o mundo nas costas, escutou os passos do outro se afastando
rapidamente, para nunca mais voltar.
Hércules entrega a Euristeu
os pomos preciosos.
Nessa etapa, o herói alcança
os tesouros de suas conquistas representados pelos pomos de ouro.
Décimo
segundo trabalho:
FIGURA
26:
Euristeu, durante a ausência
de Hércules, pensara numa tarefa quase impossível, até que chegou a elaborar
seu último plano. “Desta vez mandarei Hércules literalmente para o inferno”,
pensou.
Eis então a sua última missão:
quero que você desça até o reino das sombras e traga de lá Cérbero, o cão
infernal.
- Mas esse cão pertence a
Plutão, irmão de meu pai – retrucou Hércules.
Hércules resolveu então
falar com seu pai, Júpiter. Depois de lhe explicar os propósitos, recebeu do
Deus dos Deuses esta recomendação:
- Está bem, mas não machuque
Cérbero nem o retire de lá sem o consentimento de meu irmão.
Tendo a companhia de Minerva
e Mercúrio, Hércules chegou a Tenaro, na Lacônia, onde está situada a abertura
do inferno.
Mercúrio conduziu Hércules
pelo caminho. Mercúrio conhecia bem aquele caminho, pois ele é o Deus
encarregado de conduzir as almas dos mortos.
Depois de muito descer,
chegaram os três, finalmente, até o Aqueronte, o rio que corta o inferno.
- Ei, barqueiro, ande logo! –
disse Hércules, batendo palmas e chamando Caronte, que vinha retornando
lentamente de sua viagem anterior.
FIGURA
27:
Os três embarcaram e
seguiram viagem, enquanto o velho remador prosseguia a resmungar.
- Parece que está virando
hábito os vivos andarem por aqui...Um dia é Ceres, noutro Orfeu, agora é este
gigante...
- O que está resmungando aí?
– disse Mercúrio.
- Minha barca não foi feita
para conduzir vivos, isto é que é! – disse o velho, apontando para a madeira do
barco.
- Calma, já estamos chegando
– disse Minerva, apaziguadoramente.
Nem bem desembarcaram,
Hércules deliciou-se com o espetáculo que tinha diante dos olhos. A primeira
coisa que fez foi abraçar-se à sua esposa e aos seus queridos filhos, que a sua
funesta loucura havia arrebatado de si.
- Perdoem-me, perdoem-me, eu
não sabia o que estava fazendo, não estava em meu juízo – exclamava o herói, em
prantos.
Sua esposa e filhos, que já
sabiam a causa do ato insano, foram compreensivos o bastante para perdoá-lo.
Logo depois Hércules seguiu para o interior do inferno, sempre acompanhado de
seus guias, Minerva e Mercúrio.
Hércules assistia admirado
as imagens do inferno: Orfeu passeava amorosamente com sua Eurídice, Adônis preparava-se
para retornar à terra em sua estadia anual entre os vivos, bem como os
inseparáveis irmãos Castor e Pólux, Acteão ainda lamentava o azar de ter visto
nua a vingativa Diana, porém já restabelecido de seus cruéis ferimentos, além
destes e de muitos outros, Hércules teve sua atenção despertada por um grupo
numeroso de mulheres.
-Vejam, não são as belas
Danaides?
Sim, eram elas que num
constante vaivém iam enchendo um imenso tonel com suas jarras de chumbo.
Minerva disse: - Não estamos
aqui para causar transtorno na rotina do inferno.
- Eis Plutão em seu trono –
disse Mercúrio, após andarem mais um pouco.
Diante deles estava sentado
o Deus dos infernos, tendo ao lado a bela esposa Prosérpina.
- Meu irmão Júpiter já me
avisou de sua pretensão – disse Plutão.
- Sim, pretendo levar
Cérbero para o mundo dos vivos – disse o herói.
- Tem minha permissão –
disse Plutão – desde que não se utilize de arma alguma que possa ferir meu
precioso cão de estimação.
- Além do mais deve trazê-lo
de volta no espaço de tempo mais curto possível.
FIGURA
28:
Hércules aceitou os termos,
tentou capturar Cérbero que correu para dentro de uma caverna escura.
Hércules, que já havia
enfrentado e derrotado o irmão de Cérbero, entrou na cova escura e após receber
dentadas do insociável cão conseguiu domá-lo, amarrando suas três bocas num
laço seguro.
E foi assim que Hércules
completou seu último trabalho. Depois de levar o cão infernal até Euristeu,
Hércules levou-o de volta para Plutão, encerrando a série de trabalhos.
Essa última etapa o herói
deve ir ao inferno, enfrentar seus demônios e retornar de volta ao mundo dos
vivos. Esse é o ápice desse mito heroico. Lembrando que no mito de cristo, Ele
desce ao inferno por três dias, retorna ao mundo vivo e sobe aos céus. Deixa de
ser filho de Deus para se tonar Deus.
Agora o herói semideus deve
alcançar a tarefa única, tornar-se um Deus.
A
morte e deificação de Hércules
Ônfale, rainha da Lídia,
vestida da pele do leão de Neméia que seu marido Hércules havia conquistado,
dava ordens domésticas a Hércules. Varrer a casa, bordar...
Hércules fora obrigado a
casar-se com a rainha por conta de uma punição que recebera por ter matado o
seu amigo Ifítus. Tal sentença lhe fora dada em Delfos, oráculo de Apolo. O oráculo
condenou-o à escravidão por três anos, e Hércules fora vendido por Mercúrio a
Ônfale.
Aqui vemos um novo atributo.
O herói após realizar suas façanhas, deve humildemente servir.
Hércules vestia roupas
femininas e parecia não se importar nem um pouco com isso. Quem se atreveria a
debochar dele, afinal?
FIGURA
29:
Ônfale apiedou-se de Hércules.
Pegou sua antiga maça, entregou a ele e disse:
- Em nome dos Deuses, a
partir deste instante eu lhe devolvo a liberdade!
Retirou dele também as
vestes femininas.
E Hércules pegou de volta
seu coro de leão.
Hércules se lembrou de uma
promessa que fez a Meleagro, no tempo em que descera ao hades. Prometeu que se
casaria com sua irmã Dejanira, filha do rei de Calidon, tão logo retornar-se à
Terra.
Uma vez liberto, Hércules
partiu para encontrar Dejanira. Porém ela já havia sido prometida a um
pretendente.
- Oh lamento, grande
Hércules, mas Aqulóo, filho do Oceano e de Tétis, já pediu a minha mão em
casamento! – disse Dejanira, sinceramente decepcionada.
Mas Hércules não desistiu de
casar com Dejanira e foi em busca de seu rival.
Aquelóo, o mais célebre de
todos os rios que banhavam a Grécia, ficou furioso ao saber das pretensões de Hércules.
O duelo começou. Era o que
Hércules mais queria, sentia falta de seu tempo de lutas e conquistas.
Aquelóo em desvantagem na
luta se transformou em uma serpente gigantesca. Hércules ia vencendo quando
Aquelóo se transformou em um touro de ventas negras. Quando estava para
derrotar Aquelóo, ele se rendeu. Mas mesmo assim, Hércules lhe retirou um dos
chifres.
- Aqui está, podem levá-lo
consigo! – disse Hércules às Náiades, ninfas dos regatos, que assistiam
aterradas ao pavoroso embate.
As ninfas correm logo a se
apoderar do corno e o encheram de frutos e flores, dando origem assim à
cornucópia – símbolo da fertilidade, riqueza e abundância – ou pelo menos a uma
delas, já que havia uma outra, segunda a tradição, feita do chifre de Amalteia,
a vaca que amamentara a Júpiter.
Hércules assim conquista a
mão de Dejanira.
O gênio irritadiço de
Hércules não se apaziguou com o casamento. Certa vez matou um pajem, filho de
um rei de Calidon, simplesmente porque este lhe derramara em cima um pouco de
vinho.
Hércules foi obrigado a se
exilar para expiar esse desastroso crime, levando consigo a infeliz princesa.
No exílio chegaram à beira
do rio Aveno, não tiveram outro jeito senão atravessá-lo.
-Veja Hércules, há um barco
lá no meio do rio! – disse Dejanira abanando as mãos para o barqueiro.
- Eu conheço aquele sujeito –
disse Hércules. – É o centauro Nesso, já nos defrontamos numa de minhas
inúmeras batalhas contra os centauros; eu o expulsei para esta região.
O centauro aproximou-se temeroso.
- Pode encostar, viemos em
paz! – disse o herói ao barqueiro.
Hércules atravessou a nado
enquanto sua esposa foi no barco.
Nem bem havia chegado à
outra margem e ouviu os gritos de Dejanira.
- Socorro Hércules, me
salve!
Hércules agiu rápido sacando
seu arco e usando uma flecha com o veneno da hidra de Lerna que ele havia
matado, disparou a seta, que cravou o peito do agressor.
Antes de morrer o centauro
pediu perdão e ofereceu um presente.
Tomou, então, um pouco de
seu sangue envenenado e, colocando-o num pequeno recipiente, entregou a
Dejanira, dizendo:
- Tome, guarde essa pequena
porção de meu sangue. Quando você estiver em grave risco de perder Hércules,
basta que embeba neste líquido qualquer peça de roupa e faça com que ele a
vista em seguida. Desta forma terá garantido para sempre o amor de seu marido.
Nesso morreu antes que a barca
encontrasse na outra margem.
FIGURA
30:
Hércules e Dejanira se
instalaram na Tessália. Ali, o herói chefiou várias expedições. Numa delas,
como despojo, trouxe consigo a princesa Íole, filha do rei Êurito. Esse rei não
havia cumprido a palavra certa vez em que prometeu a mão de sua filha. Como não
a teve como esposa na época, a teria agora como concubina.
Hércules, no dia seguinte, resolveu
parar em um santuário para agradecer aos Deuses por mais esta vitória. Ele pede
a um de seus servos que vá buscar uma túnica com sua esposa para se apresentar
de forma digna diante dos Deuses para realizar sua olorosa hecatombe.
Dejanira temerosa de perder
seu amado para a concubina embebe a túnica com o sangue do centauro Nesso. O
criado entrega a túnica para Hércules que a veste instantaneamente. Nem bem havia
se vestido começou a se coçar. Hércules lutou para se desvencilhar da túnica,
mas quanto mais tentava tirar mais a túnica grudava em sua carne. As dores
tornaram-se cada vez mais excruciantes. Um fogo interno o consumia e o herói se
debatia em vão. Quanto mais ele tentava tirar as vestes, mais arrancava sua
própria pele.
Sentindo que o fim estava
próximo, Hércules subiu ao monte Eta. Ordenou a um de seus servos que construísse
uma pira funerária. De fato, do antigo Hércules não restava quase nada. Seu
corpo estava reduzido a um pobre feixe de ossos, e foi uma caveira barbada quem
pediu este favor ao servo, não um rosto humano.
Hércules entrega suas armas
ao seu servo, Filoctetes e pede que em troca nunca revele aonde se encontra sua
pira.
Filoctetes tomou a tocha e
chegou-se até a pilha de madeira. No mesmo instante um raio reboou nos céus e
desceu até a pira, fazendo com que a fogueira ardesse instantaneamente, de
sorte que em pouquíssimos instantes nada mais havia do corpo de Hércules.
Dejanira ao saber da
desgraça, suicidou-se, vencida pelo remorso. Quanto ao espírito de Hércules,
este deu entrada no Olimpo no mesmo dia e foi alçado à condição de Deus por seu
pai, Júpiter, e recebeu dele Hebe, Deusa da juventude, por sua nova esposa.
FIGURA
31:
Chegamos ao fim desse mito heroico
em que o personagem se torna um Deus, meta luciferiana de auto deificação.
Referências:
1-
O livro de ouro da mitologia – Thomas Bulfinch.
2-
Mitologia grega e romana – P. Commelin.
3-
Deuses e heróis da mitologia grega e latina – Odile Gandon.
4-
Dicionário da mitologia grega – Ruth Guimarães.
5-
Mitologia – Edith Hamilton.
6-
A Ilíada – Homero.
7-
Odisseia.
8-
Mitologia grega e romana – Pierre Menard.
9-
Vocabulário e fabulário da mitologia – Joaquim Chaves Ribeiro.
10-
A odisseia – Menelaos Stephanides.
11-
O universo, os deuses, os homens – Jean-Pierre Vernant.
12-
Eneida – Virgílio.
13-
O livro ilustrado da mitologia – Philip Wilkinson.
14- As melhores histórias da mitologia – A.S. Franchini / Carmen Seganfredo.
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