Os rituais podem ser feitos no momento oportuno do ano que você considere. Você pode fazer os três a cada 31 de outubro que marca o Sabá de Samhain, o sabá dos mortos. Pois o aspirante deve morrer para renascer como iniciado. Ou fazer tais ritos no dia 2 de fevereiro que marca o sabá de Imbolc. Considera-se que esse sabá marca realmente o começo do ano. É um sabá também de purificação. Sendo condizente tanto como começo como purificação.
Eu celebro pela roda norte, pois considero as posições
astrológicas do zodíaco. Assim, Samhain marca o meio da regência do signo de
escorpião. E Imbolc marca o meio da regência do signo de aquário. O que pode
ser feito é manter o nome e simbologia do ritual mas celebrar o que se observa
na natureza junto ao sabá. Assim sendo, estando eu morando no equador
continuarei celebrando Samhain no dia 31 de outubro. Indo viajar para o Norte, continuarei
celebrando em 31 de outubro o Samhain. E voltando à minha casa no sul,
continuarei celebrando Samhain no dia 31 de outubro. Porque independentemente
de onde eu esteja, dia 31 de outubro marca o meio da regência do signo de
escorpião, em outras palavras, independentemente do hemisfério do planeta o sol
estará transitando pelo signo de escorpião. Imagine um piloto de avião que tem
de repousar por uns dias no Norte e no Sul, ele vai ficar trocando os sabás?
Não!
Outra coisa, alguns poderiam argumentar da precessão dos
equinócios e esse papo, de que há tempos o equinócio de primavera no hemisfério
Norte não marca mais a entrada do sol no signo de Áries. Bom, se você pensa
assim, se virá!
A roda do ano da primeira folha do meu primeiro livro das sombras:
Primeiramente fixei os dias dos solstícios e equinócios,
mas tenho a consciência que essas datas variam em alguns dias para mais ou
menos a cada ano. Os sabás maiores são fixos em suas datas. Observamos nesse
gráfico a relação dos sabás com os meses do ano, com o signos astrológicos em
que o sol se encontra. A cor dos signos indica a natureza do signo de ar bege
claro, de água azul, de fogo vermelho, de terra marrom. Na parte interna do
gráfico cores variando do claro à cores quentes à cores frias até finalmente o
negro indicam o sol ganhado força até sua morte em Yule e o nascimento da
criança da promessa para o próximo ano. Bem, mais internamente, se trata da
regência do ano crescente e o Rei Carvalho e a regência do ano minguante e o
Rei Azevinho. Há dois momentos de morte e renascimento desses Reis. O primeiro
momento marca a morte dos Reis ao fecundar a Deusa e sua posterior ressurreição.
O momento do sexo entre o Deus e a Deusa se dá para o Rei Carvalho em Beltane e
para o Rei Azevinho em Lughnasadh. O outro momento de morte desses Reis se dá
quando eles se enfrentam em Yule o Rei Carvalho mata o Rei Azevinho e em Litha
o Rei Azevinho mata o Rei Carvalho.
Os Deuses patronos de minha bruxaria são uma Deusa da Lua
Diana; Um Deus da mata e do Sol Lúcifer; e a filha do casal, uma Deusa das
Estrelas Arádia. Caso tenha uma pegada helênica sua Deusa pode ser Hécate e seu
Deus Herne ou Hermes. Caso tenha uma pegada celta sua Deusa pode ser Arianrhod
e seu Deus Cernunnos. É em Yesod (Lua) que alcançamos a Deusa das Bruxas e é em
Tiphareth (Sol) que encontramos o Deus das Bruxas, mas esse Deus também deve
conter um caráter selvagem das matas e possuir chifres ou cornos. Assim eu
entendo. Então seu Deus pode ser, Cernunnos, Herne, Karnayna, Cornífero,
Chifrudo, Bode.... O meu Deus é Lúcifer. Vou postar usando os nomes das
Divindades patronas de minha Bruxaria, você modifique ao seu bel prazer. Mas, embora
eu possa cultuar Afrodite, Isis, Iansã, Seth, Hórus, Hades, Plutão, Tiamat...,
eu não consigo conceber Deuses patronos da Bruxaria que não estejam ligados de
alguma forma com a Lua e o Sol. Se você consegue, bora lá, construa sua
Bruxaria.
Primeira Iniciação ou primeiro grau:
A Preparação:
1- Uma venda (para olhos)
2- Uma extensão de cordão (2,45 metros) ou corda fina
3- Óleo para unção (azeite de oliva)
4- Um sininho de mão
5- Três extensões de corda vermelha – uma de 2,75 metros,
e duas de 1,38 metros.
6- Um chicote
7- Um cálice de vinho
O Ritual:
Como não é possível se amarrar sozinho e também se
desamarrar a parte da amarração será simbólica na prática solitária. O
Candidato está em pé fora do Círculo na direção Nordeste, vendado (você deverá se
vendar com um pano um pouco transparente para que possa ver na prática
solitária). A amarração é feita com as três cordas vermelhas. Os pulsos são
amarrados juntos por trás das costas com o meio da corda comprida e as duas
extremidades são trazidas adiante por sobre os ombros e amarradas na frente do
pescoço, deixando as pontas pendentes formando um tipo de ‘gancho’ pelo qual o
Candidato possa ser conduzido. (Obviamente, isso não será possível ser feito de
forma solitária. O que você fará: pegará a corda maior sem amarrar os pulsos e
colocará sobre a nuca deixando as pontas para frente. Mantenha suas mãos para
trás sem amarrar.) Uma corda curta é atada ao redor do tornozelo direito, a
outra acima do joelho esquerdo – cada uma com as pontas trançadas de forma que
elas não o façam tropeçar. (Essa parte você poderá amarrar de forma frouxa e
leve permitindo que você seja capaz de caminhar.)
Você fará em si a cruz cabalística: ‘Ateh’ (tocando a
testa) ‘Malkuth’ (tocando o peito) ‘ve-Geburah’ (tocando o ombro direito)
‘ve-Gedulah’ (tocando o ombro esquerdo) ‘le-olam’ (unindo as palmas ao nível do
peito).
Isso significa: “Porque teu é o Reino, e o Poder e a
Glória, para sempre!” Além de que você estará posicionando seu corpo na árvore
da vida.
A Cruz Cabalística:
Diga, se for mulher imagine o Deus dizendo, se for homem
imagine a Deusa dizendo, diga como se fosse um deles:
‘Oh tu que permaneceis de pé no limiar entre o agradável
mundo dos homens e os terríveis domínios dos Senhores dos Espaços Exteriores,
tens tu coragem para fazer a empreitada?’
Pegue sua arma mágica e aponte contra o coração, pode ser
Athame, Espada, Faca, Bastão...Melhor as de lâmina e não bastão e varinha, mas
faça como der.
Continue dizendo como se fosse a divindade:
‘Pois verdadeiramente eu digo, seria melhor precipitar-se
sobre minha lâmina e perecer, do que fazer a tentativa com medo em teu
coração.’
Você deverá responder:
‘Eu possuo duas senhas. Perfeito amor, e perfeita
confiança.’
Diga imaginando a divindade dizendo:
‘Todos os que as possuem são duplamente benvindas. Eu te
dou uma terceira para te conduzir através desta terrível porta’. “Eu te dou a
terceira senha: ‘Um beijo’
Imagine a divindade te beijando, junte as pontas dos
dedos da mão direita e coloque nos seus lábios como um beijo da divindade.
Entre no círculo pela passagem aberta (nordeste). Feche a
passagem com sua arma mágicka traçando uma meia lua no sentido horário.
Diga imaginando ser a divindade dizendo:
‘Prestai atenção, vós Senhores do Leste [Sul, Oeste,
Norte] que ________ está devidamente preparado para ser iniciado como um
sacerdote (sacerdotisa) e bruxo.’ Diga seu nome civil no espaço da frase.
Rode dentro do círculo no sentido horário dizendo:
‘Eko, Eko, Azarak,
Eko, Eko, Zomelak, (ou Zamelak)
Eko, Eko, Lúcifer,
Eko, Eko, Diana,
Eko, Eko, Arádia’
Substitua pelos seus Deuses patronos da sua Bruxaria como
explicado acima. Quem são esses Azarak e Zamelak?
São variações de nomes de anjos caídos descritos no livro
apócrifo de Enoque capítulo 8:
Amazarak ensinou todos os sortilégios, e divisores de
raízes.
Armers ensinou a solução de sortilégios.
Repita até sentir que a energia já está construída. Se
dirija para frente do altar e diga imaginando a divindade falando com você:
‘Em outras religiões o candidato se ajoelha, enquanto o
sacerdote permanece acima deste. Porém na Arte Mágica somos ensinados à sermos
humildes, e nós nos ajoelhamos para recepcioná-lo(a) e nós dizemos...’
Imagine a divindade ajoelhando, sim, herético e
blasfematório!
Imagine a divindade te aplicando o Beijo Quíntuplo, da
mesma forma, dedos da mão direita unidos como um lábio, como segue: (Caso
mulher diga útero, caso homem diga falo e assim adiante)
‘Benditos sejam teus pés, que trouxeram a ti nestes
caminhos’ (beijando o pé direito e então o pé esquerdo.)
‘Benditos sejam teus joelhos, que se dobrarão no altar
sagrado’ (beijando o joelho direito e então o joelho esquerdo.)
‘Bendito seja teu falo [útero], sem o qual nós não
existiríamos’ (beijando logo acima do pelo púbico.)
‘Bendito seja teu peito, formado em força [seios,
formados em beleza]’ (beijando o peito direito e então o peito esquerdo.)
‘Benditos sejam teus lábios, que pronunciarão os Nomes
Sagrados’ (abraçando-o e beijando-o nos lábios.)
Beijo Quíntuplo:
Pegue a corda iniciática e imagine a divindade tomando
suas medidas. Diga como se fosse a divindade:
‘Agora nós vamos tomar suas medidas.’
Estique a corda dos seus pés até o alto de sua cabeça e
corte essa medida. Meça uma vez ao redor da cabeça na altura da testa e faça um
nó para marcar a medida; uma vez (a partir da mesma ponta) ao redor do tórax na
altura do coração, e faça um nó; e uma vez ao redor dos quadris, cruzando os
genitais, e faça um nó. Enrole a medida e coloque sobre o altar.
Diga imaginando a divindade falando com você:
‘Antes que sejais consagrado, estais pronto para
passardes pela ordália e serdes purificado?’
Você deverá responder:
‘Estou’.
Ajoelhe-se e pegue o chicote. E dê as chicotadas nas suas
costas assim:
Toque o sino de mão três vezes e diga ‘Três’.
Dê três golpes suaves com o chicote nas suas costas.
Diga ‘Sete’. (Toque o sino novamente.)
Dê sete golpes suaves com o chicote nas suas costas.
Diga ‘Nove’.
Dê nove golpes suaves com o chicote nas suas costas.
Diga ‘Vinte e Um’.
Dê vinte e um golpes suaves com o chicote nas suas
costas. (O vigésimo primeiro golpe pode ser mais vigoroso, como uma lembrança
de que a Iniciação foi feita.)
Diga como se fosse a divindade:
‘Tu passaste bravamente pelo teste. Estais pronto para
jurar que sereis sempre verdadeiro para a Arte?’
Responda: ‘Estou’.
Diga como se fosse a divindade:
‘Estais sempre pronto para ajudar, proteger e defender
teus irmãos e irmãs da Arte?’
Responda: ‘Estou’.
‘Então diga: “Eu, _______, (seu nome civil) na presença
dos Poderosos, por minha própria e livre vontade e acordo mui solenemente juro
que eu sempre manterei secretos e jamais revelarei os segredos da Arte, exceto
seja para uma pessoa apropriada, devidamente preparada dentro de um Círculo tal
qual estou agora dentro; e que eu jamais negarei os segredos para tal pessoa se
ele ou ela for adequadamente avalizado por um irmão ou irmã da Arte. Tudo isso
eu juro pelas esperanças de uma vida futura, consciente de que minha medida foi
tomada; e possam as minhas armas se voltarem contra mim se eu quebrar este meu
solene juramento”.
Fique de pé e pegue o óleo e o cálice de vinho.
Umedeça a ponta de seu dedo com o óleo e diga:
‘Com isto eu te assinalo com o Sinal Triplo. Eu te
consagro com óleo.’
Toque com o óleo logo acima do pelo púbico, em seu peito
direito, em seu peito esquerdo e novamente sobre o pelo púbico, completando o
triângulo invertido do Primeiro Grau.
A MARCA DO PRIMEIRO GRAU:
Umedeça a ponta de seu dedo com vinho, diga ‘Eu me
consagro com vinho’, e o toque nos mesmos lugares com o vinho.
Diga como se fosse
a divindade:
‘Eu te consagro com meus lábios’, beija nos mesmos
lugares e continue: ‘sacerdote (tisa) e bruxo (a)’. Mesmo esquema, simulando um
beijo com as pontas do dedo.
Retire a venda e se desamarre!
Diga como se fosse a divindade, mesmo não possuindo o
instrumento diga, por exemplo uma espada, não possuindo diga assim mesmo:
‘Agora eu te apresento os Instrumentos de Trabalho.
Primeiro, a Espada Mágica. Com esta, tanto quanto com o Athame, podeis formar
todos os Círculos Mágicos, dominar, subjugar e punir todos os espíritos
rebeldes e demônios, e mesmo persuadir anjos e bons espíritos. Com isto em tua
mão, vós sois o regente do Círculo.’
‘A seguir eu te apresento o Athame. Esta é a verdadeira
arma do bruxo, e tem todos os poderes da Espada Mágica.’
‘A seguir eu te apresento a Faca de Cabo Branco. Sua
utilidade é formar todos os instrumentos usados na Arte. Ela pode ser usada
apenas dentro de um Círculo Mágico.’
‘A seguir eu te apresento a Varinha e o Bastão. Sua
utilidade é invocar e controlar certos anjos e gênios os quais não poderiam ser
reunidos pela Espada Mágica.’
‘A seguir eu te apresento o Cálice. Este é o recipiente
da Deusa, o Caldeirão de Cerridwen, o Santo Graal da Imortalidade. Deste nós
bebemos em camaradagem, e em honra da Deusa.’
‘A seguir eu te apresento o Pantáculo. Seu propósito é o
de invocar espíritos apropriados.’
‘A seguir eu te apresento o Incensário. Ele é utilizado
para encorajar e saudar bons espíritos e para banir maus espíritos.’
‘A seguir eu te apresento o Chicote. Este é o sinal do
poder e da dominação. É também usado para provocar a purificação e a
iluminação. Pois está escrito, “Para aprender, deveis sofrer e serdes
purificado”. Tu estás disposto a sofrer para aprender?’
Responda: ‘Estou’.
‘A seguir e por fim eu te apresento as Cordas. Elas são
utilizadas para atar os sigilos na Arte; também a base material; também elas
são necessárias no Juramento’.
Diga como se fosse a divindade:
‘Eu agora te saúdo em nome de Arádia, recém consagrado(a)
sacerdote (isa) e bruxo (a)’, e beija o Iniciado (mesmo esquema com a ponta dos
dedos nos lábios.)’
Vá em cada ponto cardeal e diga:
‘Ouvi oh vós Poderosos do Leste [Sul, Oeste, Norte];
_________ foi consagrado(a) sacerdote(isa), bruxo(a) e filho(a) oculto(a) da
Deusa.’
Desfaça o círculo despedindo-se das forças trabalhadas!
Guarde sua corda iniciática com suas medidas muito bem
guardadas.
Segunda Iniciação ou segundo grau:
Após um ano, no mesmo sabá e tendo praticado os sabás e
pelo menos o esbá de lua cheia durante um ano e estudando e aprendendo magia.
Faça a segunda Iniciação!
Você deverá depois de um ano, já possuir afinidades e ideias
para seu nome na arte. Pois, nessa iniciação, o Bruxo deve ter claro o seu nome
pagão.
A Preparação:
1- Uma venda.
2- Três extensões de corda vermelha com as mesmas medidas
dadas anteriormente.
3- Óleo para unção.
4- Uma vela branca nova ainda não acesa.
5- Um sininho de mão.
6- Um cálice de vinho.
7- Peças de joalheria. (*)
8- Um colar sobre o altar. (*)
9- Um véu. (*)
10- Uma coroa. (*)
(*) Caso a Lenda da Descida da Deusa seja encenada e não
meramente lida.
No caso do trabalho solitário e desejando-se encenar o
mito, psicodrama, acho aconselhável, faça imagens de sabugo de milho ou outra
coisa para representar os papeis que não serão encenados por você.
As peças de joalheria são para a mulher representando a
Deusa; assim, se o ritual for realizado sem roupas, estas devem obviamente ser
coisas como braceletes, anéis e brincos, e não broches de espetar!
A coroa é para o homem representando o Senhor do Submundo
e pode ser tão simples como uma armação de arame caso nada melhor esteja
disponível.
A venda deve ser de algum material opaco, como aquela
para o primeiro grau. Mas no caso da auto iniciação terá que ser translúcida
para que o Bruxo consiga ver o que está fazendo.
O véu deve ser transparente e vistoso, e preferivelmente
em uma das cores da Deusa – azul, verde ou prata.
O Ritual
Abra o círculo mágicko
Diga como se fosse a divindade:
‘Ouvi, vós Poderosos do Leste [Sul, Oeste, Norte],
_______ (nome comum), um(a) Sacerdote(tisa) devidamente preparado(a) e
Bruxo(a), está agora adequadamente preparado para ser feito um Sumo Sacerdote e
Mago [Suma Sacerdotisa e Rainha das Bruxas]’
Com a mesma “amarração” dos cordões vermelhos do primeiro
grau, ajoelhe-se diante do altar.
Diga como se fosse a divindade:
‘Para obter este sublime grau, é necessário sofrer e ser
purificado. Tu estás disposto a sofrer para aprender?’
Diga:
‘Estou’.
Diga como se fosse a divindade:
‘Eu te purifico para fazer este grande Juramento
corretamente’.
Pegue o chicote do altar e toque o sino três vezes e
diga:
‘Três’. Dê três golpes leves com o chicote nas suas
costas.
Diga: ‘Sete.’ (Toque o sino novamente). Dê sete golpes
[leves] com o chicote.
Diga: ‘Nove.’ Mesmo esquema e dê nove golpes leves com o
chicote.
Diga: ‘Vinte e um.’ E mesmo esquema sino e chicotada.
Diga como se fosse a divindade:
‘Eu agora te concedo um novo nome, _________ [o nome de
Bruxo que ele escolheu]. Qual é o teu nome?’
Encene o beijo com as pontas do dedo e então responda:
‘Meu nome é _______.’ (Repetindo seu novo nome de Bruxo).
“Diga: “Eu, _______ (nome iniciático), juro pelo útero de
minha mãe, e pela minha honra entre os homens e meus Irmãos e Irmãs da Arte,
que eu nunca revelarei, para ninguém, os segredos da Arte, exceto se for para
uma pessoa justa, devidamente preparada, no centro de um Círculo Mágico tal
como no que agora me encontro. Isto eu juro pelas minhas esperanças de
salvação, minhas vidas passadas, e minhas esperanças das [vidas] futuras por
vir; e eu devoto a mim mesmo e a minha medida à completa destruição se eu
quebrar este meu solene voto.”
Imagine a divindade colocando e encene colocando você
mesmo a mão esquerda sob o joelho e a mão direita sobre a cabeça e diga como se
fosse a divindade:
‘Eu transmito todo o meu poder para dentro de ti’.
Desamarre-se!
Umedeça a ponta de seu dedo com o óleo e diga:
‘Eu me consagro com óleo’.
Toque-se com o óleo um pouco acima do pelo púbico, em seu
peito direito, em seu quadril esquerdo, em seu quadril direito, em seu peito
esquerdo e novamente um pouco acima do pelo púbico, completando o pentagrama
invertido do Segundo Grau.
Umedeça a ponta do seu dedo com o vinho, e diga ‘Eu me
consagro com vinho’, e toque-se nos mesmos lugares com o vinho.
Diga como se fosse a divindade e encene o beijo como
explicado acima:
‘Eu te consagro com meus lábios’, o beija nos mesmos
lugares e prossegue:
‘Sumo Sacerdote e Mago [Suma Sacerdotisa e Rainha das
Bruxas]’.
Tire a venda e se desamarre!
Diga como se fosse a divindade:
‘Você agora usará os Instrumentos de Trabalho um por vez.
Primeiro, a Espada Mágica.’
O Iniciado pega a espada e reconstrói o Círculo, mas sem
falar.
‘Segundo, o Athame.’
O Iniciado pega o athame e novamente reconstrói o Círculo
sem falar.
‘Terceiro, a Faca de Cabo Branco.’
O Iniciado pega a faca de cabo branco e traz a vela
branca nova e ainda não acesa do altar. Ele então usa a faca para gravar um
pentagrama na vela, a qual ele recoloca sobre o altar.
‘Quarto, a Vara (varinha ou bastão).’
O Iniciado pega a vara e a move apontando para os quatro
pontos cardeais à volta.
‘Quinto, o Cálice.’
Consagre o vinho no cálice. Diga algo tipo: “Eu te
consagro vinho sangue do Deus e te consagro pelos quatro elementos!”
‘Sexto, o Pentáculo.’
Pegue o pentáculo e o apresente aos quatro pontos
cardeais à volta.
‘Sétimo, o Incensário.’
Pegue o incensário e o carregue em volta do perímetro do
Círculo.
‘Oitavo, as Cordas.’
Pegue as cordas vermelhas e amarre a representação do
Deus (caso você seja mulher) ou a representação da Deusa (caso você seja
homem).
Diga como se fosse a divindade:
‘Nono, o Chicote. Para aprender, na Feitiçaria você deve
sempre dar assim como recebe, mas sempre em triplo. Assim, onde eu te dei três,
devolva nove; onde eu dei sete, devolva vinte e um; onde eu dei nove, devolva
vinte e sete; onde eu dei vinte e um, devolva sessenta e três.’
Diga: ‘Nove.’
Aplique na Imagem da Divindade nove golpes leves com o
chicote. Assim por diante.
‘Vinte e um.’
‘Vinte e sete.’
‘Sessenta e três.’
Diga como se fosse a divindade:
‘Tu obedecestes a Lei. Mas prestai bem atenção, quando tu
recebeis o bem, assim estarás obrigado a retornar o bem triplicado.’
Desamarre a imagem da divindade!
Vá a cada ponto cardeal e diga:
‘Ouvi, vós Poderosos do Leste [Sul, Oeste, Norte]: ______
(nome de Bruxo) foi devidamente consagrado Sumo Sacerdote e Mago [Suma
Sacerdotisa e Rainha das Feiticeiras].’
Encene a descida da Deusa. Caso Bruxo, assuma a posição
do Deus, caso mulher assuma a posição da Deusa.
POSTURA DA DEUSA, POSTURA DA ESTRELA
POSTURA DO DEUS, BRAÇOS CRUZADOS JUNTO AO PEITO
A Lenda da Descida da Deusa:
Até agora nossa Senhora a Deusa nunca tinha amado, mas
ela resolveria todos os Mistérios, mesmo o mistério da Morte; e então ela
viajou para o Submundo. Os Guardiães dos Portais a desafiaram: ‘Dispa-te de
tuas vestes, retirai tuas joias; pois nada podeis trazer contigo nesta nossa
terra’. Então ela retirou suas vestes e joias, e foi amarrada, como o são todos
os que entram no Reino da Morte, o Poderoso. Tal era a sua beleza, que a
própria Morte se ajoelhou e beijou seus pés, dizendo: ‘Benditos sejam teus pés,
que te trouxeram nestes caminhos. Morai comigo; mas deixai-me por minha mão
fria sobre teu coração.’ Ela respondeu: ‘Eu não te amo. Por que tu fizeste com
que todas as coisas que eu amo e com as quais me delicio decair e morrer?’
‘Senhora’, respondeu a Morte, ‘isso é o tempo e a
decadência contra os quais nada posso fazer. O tempo faz todas as coisas
decaírem; mas quando os homens morrem ao final do tempo, eu lhes dou descanso e
paz, e força de forma que eles possam retornar. Mas tu! Tu és amável. Não
retornai; morai comigo!’ Mas ela respondeu: ‘Eu não te amo.’ Então disse a
Morte: ‘E como tu não recebeste a minha mão sobre teu coração, tu deves receber
o açoite da Morte.’ ‘É o destino – melhor assim’, ela disse. E ela se ajoelhou
e a Morte a chicoteou suavemente. E ela gritou, ‘Eu sinto a angústia do amor.’
E a Morte disse: ‘Bendita seja!’ e lhe aplicou o Beijo Quíntuplo, dizendo:
‘Apenas assim pudeste tu obter a alegria e o conhecimento.’ E a Morte a ensinou
todos os Mistérios, e eles se amaram e foram um, e Ela a ensinou todas as
Magias.
Pois existem três grandes eventos na vida do homem; Amor,
Morte e Ressurreição no novo corpo; e a Magia controla todos eles. Pois para
completar o amor você deve retornar novamente no mesmo tempo e lugar que o
amado, e você deve lembrar e amá-lo novamente. Mas para ser renascido você deve
morrer e estar pronto para um novo corpo; e para morrer você deve nascer; e sem
amor você não pode nascer; e isto constitui todas as Magias.
Terceira Iniciação ou terceiro grau:
Após um ano, no mesmo sabá e tendo praticado os sabás e
pelo menos o esbá de lua cheia durante um ano e estudando e aprendendo magia.
Faça a terceira Iniciação!
Caso você tenha uma companheira (o) disposta, você a
inicia do primeiro ao segundo grau. Após isso, vocês se iniciarão no terceiro
grau juntos. Caso seja solitário em suas práticas, você deverá simular o ato
sexual com a Deusa (se Bruxo) ou com o Deus (se Bruxa). Para tal, ao final do
processo se masturbe. Se em um coven, seria prudente que esse rito seja
realizado por casais e não seja usado levianamente para se obter sexo dos
pupilos.
A mulher deve deitar com a cabeça para o leste e os pés
para o oeste, no ato. No caso do Bruxo solitário imagine a Deusa nessa posição.
No caso dos Bruxos e Bruxas solitários, assuma a posição
correspondente ao seu gênero e encene psicodrama o ritual. Só aja como o outro
para inserir a lança no graal ou para representar os beijos no corpo da mulher.
Assim, a mulher poderá simbolizar o Deus a beijando, por exemplo. Como já ficou
claro nos outros ritos para um (a) solitário (a).
A Sacerdotisa toma seu assento sobre o altar (ou em um
trono em frente ao altar), de costas para o Norte, segurando o athame em sua
mão direita e o chicote em sua esquerda, na Posição de Osíris (punhos cruzados
na frente do seu peito).
O Sacerdote se ajoelha diante dela, beija os joelhos dela
e então deita seus antebraços ao longo das suas coxas. Ele baixa sua cabeça a
fim de tocar sua testa nos joelhos dela, e permanece ali por um momento.
Ele então se levanta e pega o cálice com vinho. Ele se
ajoelha novamente erguendo o cálice para a Sacerdotisa. A Sacerdotisa deita o
chicote e, mantendo o cabo do athame entre as palmas de suas mãos, ela baixa [o
athame] e mergulha a ponta dentro do vinho, dizendo:
‘Como o athame está para o masculino, assim o cálice está
para o feminino; e unidos, eles trazem santidade’.
Ela então deita o athame, toma o cálice, beija o
Sacerdote e bebe. Ela beija o Sacerdote novamente e lhe devolve o cálice.
O Sacerdote bebe, se levanta e entrega o cálice para uma
outra mulher com um beijo. O vinho é passado mulher-para-homem,
homem-para-mulher, com um beijo, até que todos tenham bebido, e o cálice é
então devolvido para o altar.
O Sacerdote pega o prato com bolos e se ajoelha novamente
perante a Sacerdotisa, erguendo o prato para ela. A Sacerdotisa toca cada bolo
com a ponta umedecida de seu athame, enquanto o Sacerdote diz:
‘Oh Rainha mais secreta, abençoai este alimento em nossos
corpos, concedendo saúde, riqueza, força, prazer e paz, e aquela realização da
Vontade, e Amor sob a Vontade, que é felicidade perpétua’.
A Sacerdotisa pega um bolo e dá uma mordida nele, então
beija o Sacerdote, o qual pega um bolo. Os bolos então são passados em círculo
com um beijo da mesma forma que com o cálice, e o prato é então devolvido ao
altar.
O Sacerdote novamente beija os dois joelhos da
Sacerdotisa, deita seus antebraços ao longo das coxas dela e toca sua testa nos
joelhos dela por um momento.
Ambos Sacerdote e Sacerdotisa se levantam. (Se os
açoitamentos forem omitidos, proceda diretamente para a apresentação às Torres
de Vigia, e então ao Sacerdote dizendo, ‘Agora eu devo revelar um grande
mistério’. Se não ...)
O Sacerdote diz:
‘Antes de eu ousar prosseguir com este rito sublime, devo
suplicar a purificação por tuas mãos’.
A Sacerdotisa pega uma corda vermelha e amarra o
Sacerdote, atando o meio da corda ao redor dos punhos dele atrás de suas
costas, trazendo as duas metades da corda por sobre seus ombros para amarra-las
em frente ao seu pescoço e deixando as extremidades penduradas sobre seu peito
como um laço. Ela então o leva uma vez ao redor do Círculo, sentido horário,
conduzindo-o pelo laço.
Novamente, já disse como proceder na amarração solitária
e como imaginar e falar como se fosse a Deusa ou o Deus. Aonde está a
sacerdotisa imagine e ritualize como se fosse a Deusa e o mesmo para o Deus.
O Sacerdote então se ajoelha em frente ao altar. A
Sacerdotisa pega o chicote e aplica à ele três golpes leves com este. Ela deita
o chicote sobre o altar.
O Sacerdote se levanta, e a Sacerdotisa o desamarra. Ele
então a amarra do mesmo modo e a conduz uma vez em sentido horário em volta do
Círculo, levando-a pelo laço. Ela se ajoelha de frente ao altar. O Sacerdote
pega o chicote, aplica nela três golpes leves com este e o devolve ao altar.
A Sacerdotisa se levanta, e o Sacerdote a leva pelo laço
por cada um dos quadrantes em volta, dizendo:
‘Ouvi vós, Poderosos do Leste [Sul, Oeste, Norte]: a duas
vezes consagrada e santificada ___________, Suma Sacerdotisa e Rainha das
Feiticeiras, está devidamente preparada, e procederá agora à erguer o Altar
Sagrado.’
No caso do Bruxo, ele deve dizer Sumo Sacerdote e Mago.
Já ficou claro como se procede nas modificações em forma solitária e como se
consagra um Bruxo ou uma Bruxa.
Ele então a desamarra e diz:
‘Agora novamente eu devo suplicar a purificação.’
A Sacerdotisa o amarra, o conduz em volta e aplica nele
três golpes leves com o chicote, como antes. Ele fica de pé e ela o desamarra,
recolocando o chicote e a corda sobre o altar.
O Sacerdote diz:
‘Agora eu devo revelar um grande mistério.’
A Sacerdotisa fica em pé de costas para o altar, na Posição
de Osíris (novamente tomando o chicote e o athame em suas mãos). O Sacerdote
lhe aplica o Beijo Quíntuplo.
A Sacerdotisa recoloca o chicote e o athame.
A Sacerdotisa agora deita com a face voltada para cima,
ou realmente sobre o altar ou sobre o acolchoado ou esteira no centro do
Círculo. Sua cabeça está voltada para o Leste e seus pés estão voltados para o
Oeste.
O Sacerdote se ajoelha ao lado dela, de frente para o
Norte através do corpo dela.
O Sacerdote diz:
‘Auxiliai-me à erguer o antigo altar, no qual em dias
passados todos adoravam,
O Grande Altar de todas as coisas;
Pois nos tempos antigos, a Mulher era o altar.
Assim era o altar preparado e posicionado;
E o ponto sagrado era o ponto dentro do centro do
círculo.
Como temos sido ensinados desde há muito tempo que o
ponto dentro do centro é a origem de todas as coisas,
Desta forma nós devemos adorá-lo. [Beijo]
Portanto aquela a quem adoramos nós também invocamos,
pelo poder da Lança Erguida.’
(Ele toca seu próprio falo e continua:)
‘Oh Círculo de Estrelas [beijo]
Do qual nosso pai é nada mais do que o irmão mais jovem
[beijo]
Maravilha além da imaginação, alma do espaço infinito,
Perante quem o tempo está confuso e a compreensão
obscurecida,
Não nos realizamos sob ti à menos que tua imagem seja
amor. [beijo]
Portanto pela semente e a raiz, pelo caule e o botão,
pela folha e flor e fruto,
Nós a ti invocamos,
Oh Rainha do Espaço, Oh orvalho de luz,
Contínua dos céus [beijo],
Que seja sempre assim, que os homens não falem de ti como
uma, mas como nenhuma;
E que eles não falem de ti de forma alguma, uma vez que
tu és contínua.
Pois tu és o ponto dento do círculo [beijo] que nós
adoramos [beijo],
A fonte da vida sem a qual nós não existiríamos [beijo],
E desta forma são erguidos os Santos Pilares Gêmeos.
(Ele beija seu seio esquerdo, e então seu seio direito.)
‘Em beleza e em força foram eles erguidos,
Para a maravilha e glória de todos os homens.’
O Sacerdote continua:
‘Oh Segredo dos Segredos,
Que está oculto no ser de todos os viventes,
Não a ti nós adoramos,
Pois aquilo que adoramos é também tu.
Tu és Aquilo, e Aquilo sou Eu. [Beijo]
Eu sou a chama que arde no coração de todo homem,
E no âmago de toda estrela.
Eu sou vida, e o doador da vida.
Ainda que dessa forma seja o conhecimento de mim o
conhecimento da morte.
Eu estou só, o Senhor dentro de nós mesmos,
Cujo nome é Mistério de Mistérios.’
Então ele beija: acima do pêlo púbico, no pé direito, no
joelho esquerdo, no joelho direito, no pé esquerdo, e sobre o pêlo púbico
novamente; então sobre os lábios, o seio esquerdo, o seio direito e finalmente
os lábios novamente.
Os Beijos do terceiro grau:
Ele deita seu corpo gentilmente sobre o dela e diz:
‘Abri o caminho da inteligência entre nós;
Pois estes realmente são os Cinco Pontos do
Companheirismo – Pé à pé, Joelho à joelho,
Lança ao Graal, Peito à peito,
Lábios à lábios.
Pelo grande e santo nome Lúcifer;
Em nome de Arádia;
Encorajai nossos corações,
Que a luz se cristalize em nosso sangue;
Realizando de nós ressurreição.
Pois não existe parte alguma de nós que não seja dos
Deuses.’
Aí é só consumar o ato!
Após o ato sexual diga:
‘Vós Senhores das Torres de Vigia do Leste [Sul, Oeste,
Norte]; a três vezes consagrada Suma Sacerdotisa vos saúda e vos agradece.’
No caso masculino, Sumo Sacerdote!
AUTOR: EOSPHORUS PLUTO ELEUTHERIOS
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